Na próxima reunião de vereadores, mais uma vez, vou sugerir que os
vereadores procurem a Empresa de Transporte Barraca e exija o cumprimento da
Lei que beneficia, com gratuidade, todos os IDOSOS que solicitarem os serviços
da dita-cuja. Como usuário deste serviço, pagando uma passagem bastante cara,
pude observar o motorista, em Dr. Sá Fortes, negando a entrada de uma senhora
Idosa, instruindo-a que pegasse o carro de uma outra linha. Outros usuários também
se revoltaram mas, não conseguimos evitar que a senhora ficasse de fora, olhando
o ônibus partir. VERGONHA, BARRACA!!!! -
O povo já ensaia uma revolta.
21 de fev. de 2015
20 de fev. de 2015
Cultura do Ódio - Diário do Ar - Lídia Dourado
Você pertence a que cultura?
Cultura é um conjunto de hábitos e convenções que aprendemos e onde crescemos.
Qual é a sua? Quando você vai viajar, você conhece outra cultura. Quando você
trabalha viajando, você conhece várias culturas. Quando você conhece várias
culturas, você não perde a sua, ela está lá com você e você a levará para aonde
for.
Agora, se você não gosta de uma
determinada cultura, há de se considerar que a pessoa que cresceu nela e que
portanto a carrega consigo, pode não concordar com você, certo? Seus motivos
são seus. Logo, os desta pessoa, são dela.
Parece óbvio? Uma explicação quase
pueril, mas necessária de se entender quando se trabalha com aviação e,
portanto, com diversidade de culturas. Pois bem, eu sou a pessoa cuja
cultura a outra critica. Eu sou aquela que é alvo de piadas de gênero racista,
de origem xenofóbica, de conteúdo preconceituoso. Não, eu não acho isto
engraçado.
A propósito, meus caros, isto é crime! Segundo a lei Lei 7.716 de 05
de janeiro de 1989, que trata de preconceitos relacionados à cor, origem ou
etnia. É crime de ódio, xenofobia! Ah e com pena de reclusão, tá?
Até quando vamos disseminar a
cultura do ódio às culturas diferentes da nossa? Até quando vamos aplaudir
piadas de gaúcho, de carioca, de argentino, de baiano, de português ou de
marcianos, que seja!
Alimentando estereótipos criados pela superficialidade de
ideias e por histórias vazias, nos auto depreciamos enquanto nação. Nos
desvalorizamos enquanto seres humanos e estamos, em escala menor mas não menos
grave, aplaudindo os fundamentos do nazismo.
19 de fev. de 2015
Bateristas de Rock (Inglaterra)
John Bonham (1948-80)
Charlie Watts (1941-)
Um poço de calmaria em meio ao turbilhão chamado Rolling Stones, Watts envelheceu com uma elegância rara em meio aos colegas de rock and roll.
Keith Moon (1946-75)
Não apenas comandou o ritmo do seminal grupo "prog" Yes como segurou as baquetas em gravações com John Lennon e George Harrison.
Nick Mason (1944-)
Um apaixonado por carros de corrida também conhecido por ter sido um quarto do Pink Floyd, banda que nunca prezou pelos ritmos mais simples.
Ginger Baker (1939-)
Nenhuma surpresa que o Led Zeppelin tenha desligado os amplificadores quando
uma overdose de álcool matou seu baterista aos 32 anos. Bonham foi crucial para
o sucesso da banda.
Um poço de calmaria em meio ao turbilhão chamado Rolling Stones, Watts envelheceu com uma elegância rara em meio aos colegas de rock and roll.
Mais do que a habilidade
assustadora, o baterista do Who ficou famoso pelo estilo de vida para lá de
abusivo que acabou lhe custando a vida apenas aos 29 anos.
Alan White (1949-)Não apenas comandou o ritmo do seminal grupo "prog" Yes como segurou as baquetas em gravações com John Lennon e George Harrison.
Um apaixonado por carros de corrida também conhecido por ter sido um quarto do Pink Floyd, banda que nunca prezou pelos ritmos mais simples.
Furioso nas
batidas e no temperamento, Baker fez fama ao lado de Eric Clapton no Cream, mas
enveredou também pela música africana.
Mitch Mitchell (1946-2008)
Foi
com a batida jazzística e roqueira de Mitchell que Jimi Hendrix saltou para os
olhos do mundo no comando da Jimi Hendrix Experience. Mitchell viveu 35 anos a
mais que Jimi para contar a história.
Fotos: Rex Images
Roger Taylor (1949-)
Mais do que a comprovada
habilidade com baquetas e nos vocais, Taylor contribuiu para o Queen com
canções cruciais de seu repertório, como "Radio Ga Ga".
Phil Collins (1951-)
Baterista
de habilidade reconhecida, mas também um compositor cujos hits venderam mais de
150 milhões de álbuns ao redor do mundo. Ganhou um Oscar. Precisa mais?
10 de fev. de 2015
Serviços básicos são Terceirizados
O CODAMMA – Consorcio de
Desenvolvimento da Área dos Municípios da Microrregião da Mantiqueira foi
constituído em 2014 pelos Municípios de Alfredo Vasconcelos, Alto Rio Doce,
Antônio Carlos, Barbacena, Capela Nova, Cipotanea, Ibertioga, Oliveira Fortes,
Paiva, Santana do Garambéu, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Rita de Ibitipoca e
Senhora dos Remédios com objetivo de atuar prioritariamente na manutenção dos
ativos de iluminação pública, gestão de resíduos sólidos, com a instalação de
usinas de triagem e compostagem, bem como Inspeção de produtos de origem
animal.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
PUBLICA
SITUAÇÃO ATUAL: OPERANDO DESDE
05/01/2015
A manutenção do sistema de
iluminação pública passou, desde o dia 1º de janeiro 2015, a ser de
responsabilidade dos municípios conforme determinado pela resolução 414/2010 da
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Para dar cumprimento à
determinação, os municípios da microrregião da Mantiqueira, consorciaram-se
para, mediante implantação de estrutura própria, viabilizar a execução dos
serviços de forma direta. Tendo em vista o porte e a demanda, o município de
Barbacena optou por não utilizar os serviços de manutenção do sistema de
iluminação pública oferecidos pelo CODAMMA, utilizando-se de outras
ferramentas.
Cuba Livre (2) - CUBA VENCE QUEDA DE BRAÇO COM EUA
por Breno
Altman
A decisão do
presidente norte-americano, Barack Obama, de reatar relações diplomáticas com o
Estado cubano e amenizar sanções econômicas, somente tem paralelo histórico com
a Guerra do Vietnã.
Os Estados Unidos acreditaram, entre 1960 e 1975, que seu poderio militar e financeiro seria suficiente para subjugar os soldados de Ho Chi Minh e Giap. Mas as derrotas no campo de batalha, a mobilização pela paz dentro de suas próprias fronteiras e o desgaste internacional levaram o governo Nixon à capitulação.
A mesma soberba imperialista determinou o comportamento da Casa Branca frente à revolução cubana. Sucessivos presidentes, desde o triunfo liderado por Fidel Castro, acreditaram que seria possível estrangular o novo regime através da sabotagem, da intervenção armada e do bloqueio.
Há décadas era visível que esta estratégia, mais uma vez, estava fadada à derrota. Mas o peso da comunidade cubano-americana, associado às heranças ideológicas da Guerra Fria e à cultura hegemonista do capitalismo norte-americano, impedia o reconhecimento do fracasso.
Obama entrará para a história, com ajuda do papa Francisco, por ter tido a coragem de assinar rendição inevitável. Uma frase sua serve de síntese ao episódio: “estes cinquenta anos mostraram que o isolamento não funcionou, é tempo de outra atitude.”
Giro de Obama
Praticamente na metade de seu segundo mandato, sem preocupações eleitorais, o primeiro negro a ocupar o Salão Oval parece estar empenhado em reconstruir sua imagem junto aos setores progressistas que o apoiaram e se sentiam traídos por uma administração capturada pelo establishment.
O decreto que legaliza cinco milhões de imigrantes ilegais foi o primeiro passo relevante desta jornada de resgate biográfico. A declaração de reatamento das relações diplomáticas com Cuba, o segundo.
Lembremos que o bloqueio não está anulado, pois depende da decisão de um Congresso controlado pelos republicanos. Ser á batalha complicada e provavelmente prolongada. Obama optou, de toda forma, por ir ao limite de sua jurisdição política, como no caso dos imigrantes, peitando correlação desfavorável de forças no Parlamento.
Mesmo que o embargo ainda seja situação pendente, continuando a sufocar o funcionamento da economia cubana, é fato que o presidente norte-americano deu passo fundamental para enterrar a velha política de seu país acerca da ilha caribenha.
Os paradigmas imperialistas, registre-se, não foram alterados.
Basta ver a pressão que os Estados Unidos continuam a exercer, através do surrado cardápio de punições e sabotagens, contra governos que colidem com seus interesses, a exemplo da Venezuela.
No caso de Cuba, porém, a realidade se impôs.
Análises equivocadas
Não falta, é claro, quem prenuncie o colapso da revolução e seu sistema político-econômico em função do cenário de distensão: o socialismo cubano sucumbiria ao contato com recursos financeiros, valores e oportunidades oferecidos, a partir de agora, pelos Estados Unidos.
Repetem aposta feita no passado.
Diziam que Cuba não resistiria ao bloqueio e seus cidadãos, depois de alguns meses sob penúria e escassez, derrubariam Fidel Castro.
Quando o cavalo do embargo despontava como páreo perdido, veio o colapso da União Soviética. O regime liderado pelo Partido Comunista seria varrido logo mais, como ocorrera em outros países socialistas.
Outro erro dos clarividentes opositores, que deveriam ter aprendido a ser mais modestos em suas eloquentes previsões.
A revolução cubana, ainda que em meio a gigantescas dificuldades e graves erros, logrou sobreviver, construir alternativas e desenvolver notável capacidade de auto-reforma.
Aos poucos, com a vitória de partidos progressistas em diversas nações latino-americanas, o isolamento continental se reverteu e Cuba retornou a seu espaço natural, oxigenando a economia e a sociedade.
Os investimentos brasileiros e venezuelanos, entre recursos de diversas origens, são reveladores da capacidade cubana de erguer pontes e sair do casulo pós-soviético.
Talvez o porto de Mariel, financiado pelo BNDES, seja o empreendimento mais representativo e promissor desta etapa de reinserção. Poderá se constituir, com certa rapidez, na conexão do país e seus parceiros com o mercado mundial, além de pólo para a reindustrialização local e a consolidação de coalizão com a Am érica do Sul.
A despeito das sanções e arreganhos norte-americanos, a lenta recuperação cubana vem se afirmando através da integração regional, de forma autônoma e consistente.
Quem passou a ser assolado pela praga da solidão, a bem da verdade, foi o velho inimigo.
Os Estados Unidos, que no passado haviam colocado o subcontinente contra Fidel, passaram a conhecer forte tensão ao sul, abalando sua influência e alianças.
Uma das razões era exatamente a orientação discriminatória contra Cuba.
A gota d’água para a falência da geopolítica isolacionista materializou-se no impasse durante a preparação da Cúpula das Américas, prevista para julho de 2015, à qual os cubanos estavam convidados pelos Estados meridionais ao Rio Grande e vetados apenas pela Casa Branca.
Futuro
Os obstáculos no novo ciclo, é certo, serão imensos.
A ampliação dos fluxos comerciais e financeiros, além da disputa política e cultural, poderá afetar a estrutura do país mais igualitário da região, fundada sobre a universalização de direitos sociais.
Tradicionais adversários da revolução não pouparão esforços para minar a credibilidade e o funcionamento do sistema cubano, tentando impor mudanças que alterem profundamente a organização política e econômica.
Também buscarão se aproveitar da troca geracional, com o grupo dirigente de Sierra Maestra escrevendo o epílogo de sua jornada.
A direção castrista, vencido o bloqueio, paulatinamente terá que substituir o anti-imperialismo, como narrativa dominante, pelo convencimento prático e cultural, principalmente junto às gerações mais jovens, acerca da superioridade de seu sistema em comparação ao capitalismo.
A tarefa será complexa: não se trata apenas de provar que o socialismo à cubana tem maior capacidade de preservar inegáveis conquistas sociais, mas também sua permeabilidade a ajustes que permitam impulsionar um longo ciclo de desenvolvimento econômico e o aprofundamento da participação popular na política.
Apesar destes fantásticos desafios, os últimos acontecimentos, com Golias se curvando à resistência de Davi, deveriam servir de alerta para os oráculos do apocalipse cubano.
Há povos e dirigentes, em determinadas etapas da história, que não se curvam nem sequer diante dos mais duros sacrifícios para defender sonhos e projetos. Mesclam, ademais, vocação de resistir com inventividade para encontrar soluções adequadas.
A chegada dos últimos cubanos que estavam presos nos Estados Unidos desde 1998, julgados por espionagem, é recado humano e simbólico desta vontade nacional que a revolução, goste-se ou não de seus resultados, foi capaz de construir.
Não havia festa e alegria nas ruas pelos 53 prisioneiros que Raul Castro ordenara libertar, fruto da negociação com Obama, considerados de “interesse dos Estados Unidos”.
O júbilo era pelos compatriotas cujo retorno representa célebre vitória sobre o gigante que, há mais de cinquenta anos, ameaça a autodeterminação de Cuba.
Breno Altman é diretor editorial do site Opera Mundi.
Os Estados Unidos acreditaram, entre 1960 e 1975, que seu poderio militar e financeiro seria suficiente para subjugar os soldados de Ho Chi Minh e Giap. Mas as derrotas no campo de batalha, a mobilização pela paz dentro de suas próprias fronteiras e o desgaste internacional levaram o governo Nixon à capitulação.
A mesma soberba imperialista determinou o comportamento da Casa Branca frente à revolução cubana. Sucessivos presidentes, desde o triunfo liderado por Fidel Castro, acreditaram que seria possível estrangular o novo regime através da sabotagem, da intervenção armada e do bloqueio.
Há décadas era visível que esta estratégia, mais uma vez, estava fadada à derrota. Mas o peso da comunidade cubano-americana, associado às heranças ideológicas da Guerra Fria e à cultura hegemonista do capitalismo norte-americano, impedia o reconhecimento do fracasso.
Obama entrará para a história, com ajuda do papa Francisco, por ter tido a coragem de assinar rendição inevitável. Uma frase sua serve de síntese ao episódio: “estes cinquenta anos mostraram que o isolamento não funcionou, é tempo de outra atitude.”
Giro de Obama
Praticamente na metade de seu segundo mandato, sem preocupações eleitorais, o primeiro negro a ocupar o Salão Oval parece estar empenhado em reconstruir sua imagem junto aos setores progressistas que o apoiaram e se sentiam traídos por uma administração capturada pelo establishment.
O decreto que legaliza cinco milhões de imigrantes ilegais foi o primeiro passo relevante desta jornada de resgate biográfico. A declaração de reatamento das relações diplomáticas com Cuba, o segundo.
Lembremos que o bloqueio não está anulado, pois depende da decisão de um Congresso controlado pelos republicanos. Ser á batalha complicada e provavelmente prolongada. Obama optou, de toda forma, por ir ao limite de sua jurisdição política, como no caso dos imigrantes, peitando correlação desfavorável de forças no Parlamento.
Mesmo que o embargo ainda seja situação pendente, continuando a sufocar o funcionamento da economia cubana, é fato que o presidente norte-americano deu passo fundamental para enterrar a velha política de seu país acerca da ilha caribenha.
Os paradigmas imperialistas, registre-se, não foram alterados.
Basta ver a pressão que os Estados Unidos continuam a exercer, através do surrado cardápio de punições e sabotagens, contra governos que colidem com seus interesses, a exemplo da Venezuela.
No caso de Cuba, porém, a realidade se impôs.
Análises equivocadas
Não falta, é claro, quem prenuncie o colapso da revolução e seu sistema político-econômico em função do cenário de distensão: o socialismo cubano sucumbiria ao contato com recursos financeiros, valores e oportunidades oferecidos, a partir de agora, pelos Estados Unidos.
Repetem aposta feita no passado.
Diziam que Cuba não resistiria ao bloqueio e seus cidadãos, depois de alguns meses sob penúria e escassez, derrubariam Fidel Castro.
Quando o cavalo do embargo despontava como páreo perdido, veio o colapso da União Soviética. O regime liderado pelo Partido Comunista seria varrido logo mais, como ocorrera em outros países socialistas.
Outro erro dos clarividentes opositores, que deveriam ter aprendido a ser mais modestos em suas eloquentes previsões.
A revolução cubana, ainda que em meio a gigantescas dificuldades e graves erros, logrou sobreviver, construir alternativas e desenvolver notável capacidade de auto-reforma.
Aos poucos, com a vitória de partidos progressistas em diversas nações latino-americanas, o isolamento continental se reverteu e Cuba retornou a seu espaço natural, oxigenando a economia e a sociedade.
Os investimentos brasileiros e venezuelanos, entre recursos de diversas origens, são reveladores da capacidade cubana de erguer pontes e sair do casulo pós-soviético.
Talvez o porto de Mariel, financiado pelo BNDES, seja o empreendimento mais representativo e promissor desta etapa de reinserção. Poderá se constituir, com certa rapidez, na conexão do país e seus parceiros com o mercado mundial, além de pólo para a reindustrialização local e a consolidação de coalizão com a Am érica do Sul.
A despeito das sanções e arreganhos norte-americanos, a lenta recuperação cubana vem se afirmando através da integração regional, de forma autônoma e consistente.
Quem passou a ser assolado pela praga da solidão, a bem da verdade, foi o velho inimigo.
Os Estados Unidos, que no passado haviam colocado o subcontinente contra Fidel, passaram a conhecer forte tensão ao sul, abalando sua influência e alianças.
Uma das razões era exatamente a orientação discriminatória contra Cuba.
A gota d’água para a falência da geopolítica isolacionista materializou-se no impasse durante a preparação da Cúpula das Américas, prevista para julho de 2015, à qual os cubanos estavam convidados pelos Estados meridionais ao Rio Grande e vetados apenas pela Casa Branca.
Futuro
Os obstáculos no novo ciclo, é certo, serão imensos.
A ampliação dos fluxos comerciais e financeiros, além da disputa política e cultural, poderá afetar a estrutura do país mais igualitário da região, fundada sobre a universalização de direitos sociais.
Tradicionais adversários da revolução não pouparão esforços para minar a credibilidade e o funcionamento do sistema cubano, tentando impor mudanças que alterem profundamente a organização política e econômica.
Também buscarão se aproveitar da troca geracional, com o grupo dirigente de Sierra Maestra escrevendo o epílogo de sua jornada.
A direção castrista, vencido o bloqueio, paulatinamente terá que substituir o anti-imperialismo, como narrativa dominante, pelo convencimento prático e cultural, principalmente junto às gerações mais jovens, acerca da superioridade de seu sistema em comparação ao capitalismo.
A tarefa será complexa: não se trata apenas de provar que o socialismo à cubana tem maior capacidade de preservar inegáveis conquistas sociais, mas também sua permeabilidade a ajustes que permitam impulsionar um longo ciclo de desenvolvimento econômico e o aprofundamento da participação popular na política.
Apesar destes fantásticos desafios, os últimos acontecimentos, com Golias se curvando à resistência de Davi, deveriam servir de alerta para os oráculos do apocalipse cubano.
Há povos e dirigentes, em determinadas etapas da história, que não se curvam nem sequer diante dos mais duros sacrifícios para defender sonhos e projetos. Mesclam, ademais, vocação de resistir com inventividade para encontrar soluções adequadas.
A chegada dos últimos cubanos que estavam presos nos Estados Unidos desde 1998, julgados por espionagem, é recado humano e simbólico desta vontade nacional que a revolução, goste-se ou não de seus resultados, foi capaz de construir.
Não havia festa e alegria nas ruas pelos 53 prisioneiros que Raul Castro ordenara libertar, fruto da negociação com Obama, considerados de “interesse dos Estados Unidos”.
O júbilo era pelos compatriotas cujo retorno representa célebre vitória sobre o gigante que, há mais de cinquenta anos, ameaça a autodeterminação de Cuba.
Breno Altman é diretor editorial do site Opera Mundi.
Cuba Livre? (1) - Reforrço no avanço das relações EUA-Cuba
A reaproximação não vai encerrar o conflito entre os dois
países. O que vai mudar é o número de atores capazes de afetar o futuro de Cuba
ABRAHAM F. LOWENTHAL é integrante sênior da organização
de pesquisa Brookings Institution. Foi diretor dos programas sobre América
Latina dos centros de estudos americanos Wilson Center e Inter-American
Dialogue
Tradução de CLARA ALLAIN -www.folha.com/tendencias
Os
anúncios feitos simultaneamente pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama,
em 17 de dezembro, e as medidas que estão sendo adotadas pelos dois governos
refletem a decisão atrasada dos Estados Unidos de respeitar Cuba como país
soberano e o reconhecimento por parte de Cuba de que uma reaproximação
mutuamente respeitosa com os EUA é de seu interesse.
Representantes
dos dois países negociavam em segredo havia décadas, mas um dos lados sempre
recuava, ou os dois o faziam, essencialmente devido à ainda presente presunção
hegemônica de Washington e ao medo dos líderes cubanos de que uma reaproximação
pudesse ameaçar a independência do país, arduamente conquistada.
Imperativos
internacionais, de política doméstica e pessoais contribuíram para possibilitar
esse avanço agora. Mudanças demográficas, de geração e de opinião reduziram em
muito o custo que a mudança de política terá para uma administração americana.
A
insistência latino-americana de que Cuba fosse convidada a participar da Cúpula
das Américas neste ano exigiu uma decisão por parte dos EUA. Cuba está ajudando
a pôr fim à insurgência das Farc na Colômbia, e EUA e Cuba têm interesses
paralelos em resposta à deterioração da Venezuela.
Os
dois vêm cooperando na prestação de assistência humanitária no Haiti, em
resposta ao ebola, ao narcotráfico, na questão da imigração, entre outras. Há
muito Cuba deixou de apoiar insurgências armadas.
Interesses
de cidadãos e empresas americanas foram prejudicados pelo embargo. A
reaproximação sempre fez parte da agenda de Obama, e ele pode empreendê-la sem
restrições do Congresso.
No
lado cubano, o presidente Raúl Castro falou várias vezes da responsabilidade
que a "geração histórica" de líderes revolucionários cubanos tem de
conduzir o país para um caminho viável.
O
derretimento da Venezuela, a estagnação econômica de Cuba e as tentativas de
reformar sua economia geram a urgência de abrir o caminho para a ampliação dos
investimentos, da tecnologia, do turismo e do comércio. Castro entende que uma
reconciliação com Washington é mais provável durante o governo Obama que depois
dele.
O
restabelecimento das relações diplomáticas convencionais não vai encerrar o
conflito entre Cuba e EUA. Não vai criar confiança instantânea após décadas de
hostilidade generalizada nem vai mudar a forma do regime autoritário de Cuba e
de sua economia de Estado.
Castro
e seus colegas lançaram algumas reformas, mas não demonstram o desejo de ceder
poder ou abrir as portas ao livre mercado. Os EUA conservam sua ambição de
exercer influência global e regional, sua devoção às prescrições do livre
mercado e o compromisso de grande parte da sociedade americana com os direitos
civis e humanos.
O
que vai mudar é o número de atores que poderão afetar o futuro de Cuba e sua
influência. A lenta abertura da economia cubana já começou a gerar chamados
internos pela ampliação dos intercâmbios internacionais, a liberalização da
regulamentação doméstica e a reforma do regime cambial.
Essas
forças vão se multiplicar à medida que comércio, investimentos e turismo crescerem,
que as empresas e organizações civis ficarem mais ativas e as ideias passarem a
circular mais livremente. Elas vão mudar a dinâmica das relações com Cuba e
interamericanas, desde que as mudanças mútuas e fundamentais possam ser
reforçadas.
PMDB prioriza reforma politica
Novo presidente da Câmara
dos Deputados prioriza a reforma política e promete acelerar tramitação do
texto.
Cúpula do partido é a favor de que as
empresas continuem podendo fazer doações nas disputas eleitorais
O PMDB, partido do
novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), vai apresentar uma
proposta fechada de reforma política cujo carro-chefe é o chamado
"distritão", modelo que altera a forma como são escolhidos os
deputados federais.
Pelo modelo, serão
eleitos os candidatos a deputado federal mais votados em cada Estado. São
Paulo, por exemplo, tem direito a 70 cadeiras na Câmara --logo, seriam eleitos
os 70 candidatos mais votados no Estado.
Pelo sistema atual,
nem sempre o mais votado é o eleito. Isso porque os votos válidos (em
candidatos ou na legenda) são divididos pelo número de vagas de cada Estado,
chegando-se ao chamado quociente eleitoral.
Se esse quociente for
de 100 mil votos, o partido ou a coligação de partidos elegerá deputados a cada
100 mil votos válidos que obtiver. Se atingiu cinco vezes o quociente eleitoral,
elege os cinco deputados mais votados do partido ou da coligação.
Esse sistema é
criticado por distorções como a ocorrida na eleição de 2002. Um candidato
atingiu 1,5 milhão de votos, atingiu o quociente eleitoral seis vezes, o que
levou para a Câmara outros cinco candidatos da legenda. Um deles havia recebido
apenas 275 votos.
O PMDB ainda discute
os outros pontos de sua proposta, e a principal polêmica é relacionada ao
financiamento das eleições. A maior parte dos peemedebistas prefere que as doações
a candidatos sejam restritas a pessoas físicas ou que seja exclusivamente
público. Mas a cúpula do PMDB, Cunha incluído, é a favor de que as empresas,
hoje as maiores financiadoras das disputas eleitorais, continuem podendo fazer
doações.
Segundo ele, outros
pontos que têm amplo apoio entre os peemedebistas são o voto facultativo, o fim
da reeleição, a unificação das eleições (de quatro em quatro anos), a restrição
a partidos com baixíssimo desempenho nas urnas, fim dos suplentes de senador
--na ausência do titular, assumiria o mais votado-- e realização de um
referendo para ratificar ou não o que o Congresso aprovar sobre o tema.
Após reunião com Cunha
nesta segunda-feira (9), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
afirmou que a reforma política também é prioridade do Senado.
O STF (Supremo
Tribunal Federal) caminha para proibir que as empresas continuem podendo fazer
doações nas disputas eleitorais, mas a Câmara pretende aprovar mudança na
Constituição para incluir a doação de empresas antes que o tribunal conclua o
julgamento, o que ainda não tem data para acontecer.
"Do ponto de
vista da realidade social e política do país, das ruas, há o entendimento de
que esse sistema de financiamento é um estímulo à corrupção", diz o
ex-ministro Moreira Franco, que defende mudança no atual modelo.
1 de fev. de 2015
PATRIMÔNIO
Sinto cheiro de vida. Morrem as pessoas e
ficam as paredes, e podem contar como estas pessoas viveram, o que faziam e como
se organizavam. Não podemos ressuscitar nossos mortos, mas podemos “conhecer os
acertos e erros cometidos no passado”, e errar menos no presente. Presente
este, uma realidade ainda bastante lamentável.
Sei que ainda sou uma garotinha
Estreia, em circuito nacional o
documentário Cássia, do diretor Paulo Henrique Fontenelle o
mesmo que fez filme “Loki” sobre o fundador dos Mutantes, o
guitarrista Arnaldo Baptista. Após a exibição no Festival de Cinema
do Rio, o ano passado, onde Cássia provocou risos e lágrimas em
sessões esgotadas, o grande público agora terá a oportunidade conhecer ou rever
situações não apenas do lado amalucado de um sapatão que berra e cospe no chão,
mas o seu lado doce de uma mulher sensível, mãe, companheira, irmã.
Para isto, o diretor contou com a
cumplicidade de sua companheira por 14 anos, Eugênia Martins, que abriu seus
arquivos pessoais e seu coração para falar de Cássia Eller, confiando no
tratamento honesto que seria dado a figura maravilhosa de uma cantora original
e única. Nada foi escondido, como o sensacionalismo da imprensa quanto a sua
possível morte vítima de drogas, o que nunca foi comprovado. Fato que tanto
incomoda a sua família e que é uma incógnita para o próprio Paulo
Fontenelle que teve acesso a informações nunca disponíveis ao
público.
A imagem de Cássia sempre
despertará admiração de muitos, principalmente pela precocidade de sua morte e
pelo caráter transgressor de sua carreira diante da caretice
institucionalizada. É esperar pra ver. por Bazo Borges
16 de jan. de 2015
'Se xingar minha mãe, espere um soco', diz Papa sobre ataque em Paris
Pontífice disse que não se pode "provocar ou
insultar" a religião dos outros.
O Papa Francisco defendeu o direito de
expressão, mas disse ser errado provocar os outros ao insultar a religião
alheia. Veja o vídeo.
Os comentários do pontíficie foram
feitos após o ataque à revista satírica Charlie Hebdo em Paris na semana
passada.
Para ilustrar seu ponto, Francisco
disse a jornalistas no avião papal que seu assistente poderia esperar um soco
se ele xingar sua mãe.
"É normal. Você não pode provocar,
não pode insultar a religião dos outros", disse ele.
14 de jan. de 2015
PILHÉRIA - uma carta ao amigo
Meu
caro.
O selo inglês é só passar a língua nele e logo gruda. Aliás, a única coisa que funciona mal aqui em Londres, pelo que vi, são os relógios públicos: cada um marca uma hora diferente, e tem até os que não marcam hora nenhuma. A proverbial pontualidade britânica é uma pilhéria: ou então cada um é pontual, mas dentro do seu próprio horário, e todos os horários são válidos. Meu pobre relógio brasileiro já ficou maluco.
O
londrino, tirante os teenagers, que não tem graça nenhuma, é em geral
engraçadíssimo. Apieda-se pelo fato de você não ter agasalho próprio para o
frio glacial que está fazendo. Perto dos franceses, são educadíssimos (o que
não é nenhuma vantagem), mas também ignoram a sua existência, a menos que você
se ponha a gritar no meio da rua Help! Help! – o que estou sempre fazendo. As
mulheres são bonitas, surpreendentemente bonitas, mas todas iguais; já os
homens não me agradam, e espero que eu lhes agrade ainda muito menos. Até os
cachorros fumam cachimbo e trazem o olhar perdido no horizonte; educadíssimos:
ainda não vi um cachorro sequer olhando para um poste.
Londres,
pode escrever, é a cidade mais limpa do mundo: até os lixeiros aqui são
impecavelmente limpos. Se você joga um pedaço de papel na rua, logo vem o
guarda e o admoesta num perfeito inglês de Oxford; depois vêm os repórteres de
tudo quanto é jornal e da televisão para entrevistá-lo e saber a que tribo
selvagem você pertence; e depois finalmente vem o exército da salvação e se põe
a entoar cânticos pela redenção de sua alma. Antes de sair de casa já cuspo 20
vezes seguida por medida de precaução – e se me acontece ficar com um pedaço de
papel na mão em plena rua, entro simplesmente na primeira agência do correio e
despacho-o para uma das ilhas Malvinas, com o selo da rainha e tudo. As casas,
aqui, de tão limpas parecem até feitas de porcelana: não sei se o mesmo
acontecerá no sonho ou nos bairros ainda mais pobres: suponho que não. A
verdade é que não existe a menor relação entre o mendigo londrino e um mendigo
digamos do Rio de Janeiro; o mendigo aí londrino passaria por lorde e seria
recebido com um five o’ clock tea pela academia brasileira de letras: muito
mais justo, aliás, do que muitos outros chás de que já tenho ouvido falar.
Comprar
cigarros em Londres é um drama: você tem que ir à Escócia. Tem casa de tudo
aqui perto do meu hotel, até de incenso indiano ou de figas da Guiné: só não
tem tabacaria. Parece que o puritanismo inglês se fixou todo no combate ao fumo
e ao tabagismo, e até já me explicaram algo parecido com isso; os poucos cigarros
que lhe vendem são todos fraquíssimos e é preciso você fumar o maço inteiro,
inclusive o próprio maço, para ter a leve sensação de que algum dia alguém
passou fumando por você. O que salvam os mendigos londrinos são os turistas,
sobretudo norte-americanos, que sempre jogam disfarçadamente uma guimba ou
outra no meio-fio, longe dos olhares inquisidores e cobiçosos do guarda na
esquina. Dizem que o fog londrino desapareceu de uns tempos pra cá, por motivos
meteorológicos e outros que ninguém sabe ainda explicar: a verdade verdadeira é
que o que desapareceu mesmo foi a fumaça dos cigarros e dos charutos, a minha
inclusive, para total desespero dos cancerologistas ingleses do pulmão.
O
londrino tem em média dois metros de altura, do que resultam sérios problemas
para quem, como eu, tem pouco mais da metade: isto porque as coisas aqui foram
feitas para ele e não para mim, evidentemente. Assim por exemplo, para apertar
o botão do elevador tenho que me colocar na ponta dos pés e depois de alguns
minutos pedir o auxílio de alguém por perto, alegando naturalmente que pertenço
à troupe de anões do circo. Os mictórios públicos batem exatamente na altura do
meu queixo e assim acabo urinando é mesmo no chão, onde pelo visto já andaram
urinando antes de mim outros brasileiros, ou pelo menos algum cearense. Uma
mulher londrina dá para dois homens brasileiros tranquilamente e ainda sobra um
pouquinho para o dia seguinte: mas nem por isso deixam de ser lindas, assim
como é lindo o Everest. Agora é que eu compreendo por que o inglês (a inglesa)
tem fama de ser uma criatura distante, quase inacessível.
O abraço do
O abraço do
Campos
de Carvalho
12 de jan. de 2015
Desejo de ser infeliz
“Mas eu não quero conforto. Quero
Deus, quero a poesia, quero o perigo autêntico, quero a liberdade, quero a
bondade. Quero o pecado.
Em suma – disse Mustafá Mond -, o
senhor reclama o direito de ser infeliz.
- Pois bem, seja – retrucou o
Selvagem em tom de desafio. – Eu reclamo o desejo de ser infeliz.”
Aldous Huxley, in Admirável
mundo novo
27 de dez. de 2014
24 de dez. de 2014
SONETO DE NATAL – Machado de Assis
Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
Escolheu o soneto… A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”
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