“É difícil em tempos como estes: ideais,
sonhos e esperanças permanecerem dentro de nós, sendo esmagados pela dura
realidade. É um milagre eu não ter abandonado todos os meus ideais, eles
parecem tão absurdos e impraticáveis. No entanto, eu me apego a eles, porque eu
ainda acredito, apesar de tudo, que as pessoas são realmente boas de coração.”
24 de jul. de 2015
Soneto, de Luís Vaz de Camões

Julga-me
a gente toda por perdido,
Vendo-me
tão entregue a meu cuidado,
Andar
sempre dos homens apartado
E dos
tratos humanos esquecido.
Mas eu,
que tenho o mundo conhecido,
E quase
que sobre ele ando dobrado,
Tenho
por baixo, rústico, enganado
Quem
não é com meu mal engrandecido.
Vá
revolvendo a terra, o mar e o vento,
Busque
riquezas, honras a outra gente,
Vencendo
ferro, fogo, frio e calma;
Que eu
só em humilde estado me contento
De
trazer esculpido eternamente
Vosso
fermoso gesto dentro na alma.
22 de jul. de 2015
CONFIANÇA
Um dia rezando todos os habitantes da cidade decidiu por chuva. No dia de oração todas as pessoas reunidas na praça da cidade - e apenas um rapaz chegou com um guarda-chuva ...
16 de jul. de 2015
Respire Fundo - Walter Franco
Abra
os braços, respire fundo
E
corte os laços todos deste mundo
Com
a sua imagem e semelhança
Nos
mesmos traços de uma criança
Muito
mansa e muito louca
Com
a sua voz na minha boca
Há
um segundo, Jesus Cristo
Por
todos nós, por tudo isso
9 de jul. de 2015
Maria Fumaça tem horários extras em julho
De São João Del Rei a Tiradentes, num trajeto de 12 quilômetros a
Maria Fumaça pode levar até 280 turistas EM UM TRADICIONAL PASSEIO que terá horários extras durante as férias de
julho/2015.
Serão 102 viagens, que normalmente já acontecem às sextas-feiras,
sábados e domingos e, entre os dias 9 e 30 de julho, também haverá saídas nas quartas e
quintas-feiras. Serão 70 viagens extras durante o mês.
Para comemorar os 134 anos da
inauguração que aconteceu em 1881, por Dom Pedro II, ligando as cidades de
Antônio Carlos e São João Del Rei, (Em 1981, teve o seu trajeto reduzido, circulando apenas
entre SJDR/TIRADENTES), o poder público em Antônio Carlos, na Praça Central, soltou
fogos, após concluir a demolição de um "Patrimônio Histórico", uma construção, com 78 metros de comprimento.
Horários:
Dia 5 de julho:
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h
Dias 15, 22 e 29 de
julho
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h
Dias 9, 16, 23 e 30 de julho:
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h
Dias 10 e 31 de julho:
São João Del Rei: 10h e 15h
Tiradentes: 13h e 17h
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h
Dias 9, 16, 23 e 30 de julho:
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h
Dias 10 e 31 de julho:
São João Del Rei: 10h e 15h
Tiradentes: 13h e 17h
Dia 11 de julho:
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
Dias 17 e 24 de julho:
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
Dias 18 e 15 de julho:
São João Del Rei: 10h, 12h e 14h e 16h
Tiradentes: 11h, 13h, 15h e 17h
Dias 12, 19 e 26 de julho:
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h
Tiradentes: 11h, 14h e 16h
São João Del Rei: 10h, 12h e 14h e 16h
Tiradentes: 11h, 13h, 15h e 17h
Dias 12, 19 e 26 de julho:
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h
Tiradentes: 11h, 14h e 16h
6 de jul. de 2015
[Cuba] Posição do Taller Libertario Alfredo López sobre a libertação de prisioneiros e o restabelecimento de relações diplomáticas pelos governos de Cuba e dos Estados Unidos
![]() |
nos fios
os pássaros
escrevem música
|
Eugénia Tabosa
1. A “normalização” de relações
entre os poderes governamentais dos Estados Unidos e de Cuba deveria contribuir
para eliminar numerosos e antiquados impedimentos impostos (por estes mesmos
governos) aos relacionamentos humanos elementares entre ambas as nações.
2. Alegramo-nos conjuntamente com
aqueles que saíram de trás das grades, e com suas famílias que acabam de
receber em casa os entes queridos em liberdade – por fim! – depois de muitos
anos de reclusão “legal”.
3. No entanto, desconhecemos os termos
desta negociação. Trata-se de um passe de mágica que contribui para uma
mentalidade milagreira, e nos deixa como espectadores passivos.
4. Preocupa-nos, ademais, que se
criem novas oportunidades para que o capital explore “mais” e “melhor” as nossas
gentes.
5. Que se intensifique o conformismo, a
insignificância e a miséria, através de mais consumismo, mais devastação do
meio ambiente e mais invasão da cultura de massas; e é que...
6. O imperialismo norte-americano segue
em pé.
7. O autoritarismo cubano segue em pé.
8. A Base Naval de Guantánamo não foi
desmantelada e continua a alojar uma prisão internacional dotada de um centro
de torturas.
9. Assim, não basta libertar um grupo
de prisioneiros, nem sequer bastaria com o fechamento de uma prisão
especialmente odiosa: todas as prisões do mundo devem fechar.
10. Tampouco basta que os Estados
Unidos desmobilizem a sua “guerra fria” e conciliem posturas sobre um conjunto
de pontos: a verdadeira reconciliação entre os povos acontecerá quando deixarem
de existir Estados.
11. Menos ainda basta acabar com o
bloqueio dos mercados para que os detentores dos meios de exploração do
trabalho alheio e da natureza negociem entre si: tal exploração deve
desaparecer já.
12. Portanto esperamos que, agora que
no horizonte se vislumbra o possível desmantelamento do bloqueio-embargo, que
isto não se trâmite apenas desde as instâncias executivas, mas que todos os
cubanos e estadunidenses tomem parte com suas vontades.
Continuaremos a nossa luta contra todas
as dominações: luta ecologista, anti-imperialista, anticapitalista e
antiautoritária, em solidariedade com os camaradas no resto do mundo.
Liberdade sem socialismo é privilégio e
injustiça; Socialismo sem liberdade é brutalidad
e e tirania.
Havana, 19 de dezembro de 2014
Taller Libertario Alfredo López
Je suis Charlie
Há
vários anos @macpremo e @digbyandiona fizeram estes lápis usando a famosa
mensagem de Woodie Guthrie que teve na sua guitarra.
Hoje este significado tem mais volume. Sendo morto por suas opiniões políticas ou religiosas, o que você escreve ou o que você desenha, é intolerável. Liberdade de imprensa brilha uma luz sobre a sociedade e as ações de todos. É somente através de uma imprensa livre e a liberdade dos artistas de falar abertamente que já não vivemos na idade das trevas. Só espero que esta ignorância não conduza a um ciclo de retaliação ignorante e uma espiral em direção a idade das trevas.
Por Oliver Jeffers
Hoje este significado tem mais volume. Sendo morto por suas opiniões políticas ou religiosas, o que você escreve ou o que você desenha, é intolerável. Liberdade de imprensa brilha uma luz sobre a sociedade e as ações de todos. É somente através de uma imprensa livre e a liberdade dos artistas de falar abertamente que já não vivemos na idade das trevas. Só espero que esta ignorância não conduza a um ciclo de retaliação ignorante e uma espiral em direção a idade das trevas.
Por Oliver Jeffers
Séc. XXI
“Os escravos do século XXI não precisam ser
caçados, transportados e leiloados através de complexas e problemáticas redes
comerciais de corpos humanos. Existe um monte deles formando filas e implorando
por uma oportunidade de trocar suas vidas por um salário de miséria. O
“desenvolvimento” capitalista alcançou um tal nível de sofisticação e crueldade
que a maioria das pessoas no mundo tem de competir para serem exploradas,
prostituídas ou escravizadas.”
—
Luther Blissett
"Congresso Internacional do Medo"
Provisoriamente não cantaremos
o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
Esse
poema pertence a 2ª fase do Modernismo brasileiro (poesia), mais
especificamente da 2ª fase da poética drummoniana e está estruturado em uma
única estrofe de 11 versos sem rimas externas. Além disso, possui versos de
tamanhos variados (sílabas poéticas distintas também) e ritmo longo, tornando-o
lento, principalmente por causa do acumulo de vírgulas que dão uma ideia de
pausa.
Percebemos, ainda, a quantidade de léxicos que estão no mesmo campo semântico dos sentimentos (“amor”, “ódio”, “medo”) que se distinguem entre si no contexto do poema e observamos que o substantivo abstrato “medo” prevalece, pois há um destaque maior para esse sentimento e o título apenas ratifica essa afirmação “Congresso Internacional do Medo”. A partir desse título, verificamos que se trata de um sentimento específico do Brasil, mas do mundo como um todo – internacional. Logo, o medo, para o poema, é universalizado.
O medo está vigorando em vários lugares e em várias ações, por isso, não seria conveniente tratar do “amor” ou do “ódio”, mas deve-se comentar sobre o medo, desse sentimento que gera desequilíbrio, angústia, dúvida insegurança e serve, paradoxalmente, como um verdadeiro pai e seguidor, devido do contexto social da época, pois o período que o poema foi escrito tinha um pano de fundo em clima de Guerra mundial, túmulo, morte, dor, sofrimento e muito medo. Trata-se de um medo de tal força que esteriliza os braços (estanca a força humana), pois se vive em um mundo que está em caos: com ditadores, soldados, mortes e esses fatores deixam as pessoas desequilibradas e apavoradas.
Percebemos, ainda, a quantidade de léxicos que estão no mesmo campo semântico dos sentimentos (“amor”, “ódio”, “medo”) que se distinguem entre si no contexto do poema e observamos que o substantivo abstrato “medo” prevalece, pois há um destaque maior para esse sentimento e o título apenas ratifica essa afirmação “Congresso Internacional do Medo”. A partir desse título, verificamos que se trata de um sentimento específico do Brasil, mas do mundo como um todo – internacional. Logo, o medo, para o poema, é universalizado.
O medo está vigorando em vários lugares e em várias ações, por isso, não seria conveniente tratar do “amor” ou do “ódio”, mas deve-se comentar sobre o medo, desse sentimento que gera desequilíbrio, angústia, dúvida insegurança e serve, paradoxalmente, como um verdadeiro pai e seguidor, devido do contexto social da época, pois o período que o poema foi escrito tinha um pano de fundo em clima de Guerra mundial, túmulo, morte, dor, sofrimento e muito medo. Trata-se de um medo de tal força que esteriliza os braços (estanca a força humana), pois se vive em um mundo que está em caos: com ditadores, soldados, mortes e esses fatores deixam as pessoas desequilibradas e apavoradas.
Após analisarmos o poema de forma superficial, observamos também o mesmo através de outros prismas e um deles é o sintático. Percebemos que a palavra medo ganha destaque em todo o poema, pois quando não é objeto direto da ação (cantaremos o medo), uma vez que ele é objeto central do tema; trata-se de um adjunto adverbial de modo; ou seja, o modo que se encontra toda uma sociedade que está amarela de medo; uma sociedade que precisa fazer um Congresso para expor suas dúvidas, seus medos de estarem no mundo e, através de uma constante reflexão, há a busca de resolver esse problema para evitar a dominação total desse medo ou a fuga através da morte. Além disso, há uma constante repetição do artigo definido /o/ e ele, na maioria das vezes, acompanha o substantivo abstrato de maior importância dentro desse poema. O artigo definido, portanto, define e objetiva o nosso corpus de trabalho (“o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas”).
Outro prisma que foi abordado foi o estilístico e nele percebemos que o poema possui algumas figuras de linguagem: uma é a personificação dos substantivos abstratos (principalmente o medo); outra seria o uso constante de repetições para chamar atenção do leitor, pois o medo , como se sabe, é uma constante na vida do homem em meados dos anos 40 e transforma essa vida em um verdadeiro caos que é constante, tais quais essas repetições. Além disso, há os recursos sonoros, pois apesar de não haver rimas externas no poema, há rimas internas e a predominância é de encontrarmos aliterações, pois a repetição sonora da vogal “o” é bem visível (“existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,”).
_________________________
Conclusão
Por se tratar de um poema crítico - reflexivo da segunda fase drummoniana, percebemos, por fim, que através de uma linguagem simples e de usos constante de repetições, pode provocar no leitor uma reflexão profunda, pois o medo torna-se tão poderoso que chega a ser agressivo. Então, através do poema, chegamos a uma conclusão que Drummond busca sérias transformações sociais e políticas para evitar que o negativo contexto vivido, principalmente, na Segunda Guerra Mundial não se torne uma continuação para os anos seguintes a ponto de nos deixar amarelos e inseguros de medo, como o poema aborda.
por Veridiana
Rocha
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