19 de abr. de 2016
Cunha entrega o impeachment, e deve receber ‘anistia’ em troca - por GIL ALESSI
Correligionários do
deputado não acreditam que Conselho de Ética deva cassar seu mandato
O temido efeito colateral do impeachment da presidenta Dilma no
Congresso já está em curso. O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que
agiu como o maior antagonista ao Governo, ganhou ares de vitorioso neste
domingo. E agora sua bancada informal quer retribuir o serviço prestado. O
peemedebista é réu no Supremo Tribunal Federal por seu envolvimento na Lava
Jato, e está sob o risco de perder seu mandato no Conselho de Ética por ter
mentido na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, onde ele negou ter
contas no exterior. Se isso acontecer, ele perderia o direito ao foro
privilegiado, e poderá ser julgado pelo implacável juiz federal Sérgio Moro.
Entre seus correligionários, porém, já existe uma movimentação para
que ele não perca o mandato. “O juízo da casa é um juízo político, de
conveniência e oportunidade”, afirma o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), para
quem o processo no Conselho “não vai dar em nada, uma vez que o Cunha tem
maioria lá”. De qualquer forma, o paranaense considera a cassação do mandato
uma punição muito severa. Ele cita uma suposta decisão do Supremo segundo a
qual “mesmo sob juramento você pode mentir para não se prejudicar”. “Logo é
duvidoso ele ser condenado por mentir sem estar sob juramento”, diz Serraglio,
que acredita ainda que o presidente da Casa tenha conquistado a simpatia de
muitos parlamentares pela agilidade com que fez o processo de impeachment
tramitar.
O primeiro passo para livrar Cunha no Conselho – cujo processo se
arrasta a um ritmo lentíssimo – foi a troca do deputado Fausto Pinato (PP-SP),
no início de abril. O pepista foi um dos 11 membros do colegiado que votou pela
continuação do processo de cassação, contra dez que sugeriam a interrupção do
processo. Sua vaga foi ocupada pela deputada Tia Eron (PRB-BA), que integra a
bancada evangélica e é alinhada com o presidente, o que aponta para uma
inversão de resultado favorável a Cunha.
O deputado Carlos Marum (PMDB-MS), aliado do deputado, é outro que
acredita que a cassação do presidente da Casa por ter omitido as contas no
exterior é uma punição exagerada. “Entendo que deva haver [uma punição], mas
não entendo que deva ser a cassação”, afirmou. Já Paulinho da Força (SDD-SP),
um dos maiores defensores de Cunha, foi mais explícito. Questionado se o
presidente conquistou a simpatia de alguns colegas por ter agilizado o processo
de impedimento de Dilma, o sindicalista respondeu que “ele ganhou força, graças
a ele o impeachment passou”.
Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a operação abafa para
salvar o mandato do presidente da Casa já era prevista. “Está se confirmando o
que nós já sabíamos, é uma grande farsa, eu não ficaria nem um pouco surpreso
se ele fosse anistiado pelo Conselho de Ética ”, afirmou o parlamentar. Segundo
ele, Cunha “está empoderado nesse momento, foi o grande vencedor do processo de
impeachment, e aí tem o corporativismo parlamentar, que tentará protegê-lo”.
Alencar afirma que a grande esperança “para a democracia e para a Câmara” é que
o Supremo aja com rapidez e condene ou afasta o peemedebista.
"Não adianta querer limparmos a casa do vizinho e não
limparmos a nossa", criticou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Um dos
opositores de Cunha na Casa, Delgado diz que vai cobrar que os movimentos
pró-impeachment pressionem a Câmara a derrubar o peemedebista também.
De acordo com o site Congresso em Foco, porém, a defesa de Cunha no
Conselho irá usar como estratégia para desqualificar a acusação do falso
testemunho um argumento técnico. O dinheiro depositado nas contas suíças não
seria de fato dele, mas sim resultado de negócios como exportação de carne.
Neste caso, ele seria apenas beneficiário do dinheiro administrado por um
truste criado para gerir os recursos. Se for considerada a ovação ouvida pelo
presidente da Casa ao proferir seu voto favorável ao impeachment neste domingo,
a estratégia deve funcionar. Nos últimos meses, com o apoio dos líderes de
partidos da oposição, o parlamentar se dedicou a fazer tramitar em tempo
recorde o pedido de afastamento da petista. Neste domingo ele alcançou seu
grande objetivo.
Colaborou Afonso Benites e Rodolfo Borges, de Brasília
Tudo de novo
A aprovação da
abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos
Deputados dá ao brasil uma imensa incerteza. Não será por consecutivos Impeachment
que se vai resolver as incógnitas que se observam sobre o futuro do pais mais
corrupto do mundo. Deixa um país dividido politicamente, em lados conflitantes
socialmente e imerso na pior crise econômica e moral de sua história.
O povo brasileiro
ficou espantado diante da televisão vendo que os deputados que votaram pelo
impeachment da presidenta Dilma Rousseff, não sabiam os reais motivos que
estavam em discussão. Deputados defenderam a destituição de Rousseff pelas
razões mais diversas: “pela esposa Paula”, “pela filha que vai nascer e a
sobrinha Helena”, “pelo neto Gabriel”, "pela tia que me cuidou quando era
criança", “pela minha família e meu Estado”, “por Deus”, “pelos militares
do 64”, “pelos evangélicos”, “pelo aniversário da minha cidade”, “pela defesa
do petróleo”, “pelos agricultores” e até “pelos corretores de seguros do
Brasil”.
15 de abr. de 2016
Saturno passará raspando na Terra e poderá ser visto de todo o Brasil (Raspando?)
Periodicamente,
sites de notícias falsas geram algumas notícias que viram febre na internet. No
início de dezembro um site postou a informação de que o planeta Saturno
passaria raspando o planeta Terra dentro de seis meses (outro fim do mundo). Que Saturno poderá ser
visto a olho nu, de qualquer lugar no Brasil sempre a tarde. A imagem usada
para ilustrar a farsa, na verdade é um poste/vídeo, que mostra como seria visto da Terra, os planetas, caso estivessem na mesma distância da Lua.
12 de abr. de 2016
A visita de Disney à América Latina
O pai de Mickey visitou
a América Latina em busca
de ideias durante a
Segunda Guerra Mundial
Em 1941, o mundo
inteiro estava em colapso. A Segunda Guerra Mundial tinha confrontado os
Aliados e o Eixo em uma das maiores contendas bélicas da história. Nos Estados
Unidos, Walt Disney desfrutava do sucesso comercial e de crítica de seu
primeiro longa-metragem de animação: Branca de Neve. No entanto, o conflito
militar global prejudicou seus planos de construir um estúdio e a continuidade
de seus projetos seguintes, Pinocchio e Fantasia. Com uma dívida de 4,5 milhões
de dólares, sem investimentos do Velho Continente e com o início de uma greve
de funcionários, um convite diplomático foi a salvação do diretor e roteirista.
O então presidente Franklin Delano Roosevelt buscava aliados na América do Sul
e Disney queria trabalhar e obter ideias para futuras produções. Estes foram os
bastidores que levaram ao também produtor e 18 artistas de sua equipe ao sul da
fronteira, em busca de inspiração e para deter o avanço da Alemanha nazista.
A 50 anos da morte de
Disney, data a ser comemorada em dezembro deste ano, a viagem teve importância
para a continuidade de sua carreira. Da visita diplomática foram feitos dois
filmes: Alô, amigos e Você já foi à Bahia?. “Ele queria fazer filmes e não
tinha dinheiro para isso. A viagem à América do Sul o salvou de alguma maneira,
a ele e a sua sanidade”, explica o historiador e animador John Canemaker, que
relembra a viagem do diretor no documentário Walt & El grupo (2008), um
longa-metragem de Ted Thomas.
Alô, Amigos teve o
pato Donald, o Pateta, o avião mensageiro chileno Pedrito e o papagaio
brasileiro Zé Carioca como principais protagonistas. A equipe de Disney ficou
fascinada com os cartões postais do Rio de Janeiro, as pedras portuguesas da
orla de Copacabana e, é claro, o samba. Donald não só conseguiu aprender a
dançar samba, como experimentou cachaça. A canção Aquarela do Brasil, do
lendário compositor mineiro Ary Barroso, foi a trilha sonora do encontro de
culturas no episódio documental de nome homônimo.
“Só Aquarela do
Brasil oferece essa sensação de
maravilhamento e de
descoberta que eles
encontraram na
América do Sul em termos de
cor e de formas livres, do clima, da música,
dos cheiros, dos sons, dos gostos, toda a
sensualidade e a
beleza da região se refletem
neste curta em
particular”, afirma Canamaker.
Fonte – El País
Votação no Plenário da Câmara só no Domingo
A semana havia
começado bem para o Governo Dilma Rousseff. Pesquisa Datafolha indicava que o
apoio à queda da presidenta tinha caído de 68% para 61%. O instituto dizia
ainda que a maioria dos brasileiros também quer a saída do vice-presidente
Michel Temer do comando do país, e, de quebra, que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva ganhou popularidade enquanto possível candidato ao Palácio do
Planalto — apesar da alta rejeição de 53%. As boas notícias, fruto do trabalho
intenso do Governo e do PT que mobiliza bases tradicionais e até não petistas
em torno do discurso de que Dilma é alvo de um processo frágil e, portanto, um
golpe, chegaram a animar os deputados governistas nesta segunda-feira, mas não
foram o bastante para reverter a esperada derrota do Planalto na Comissão
Especial de Impeachment.
Após mais um dia de
debates intensos na comissão, a maioria dos deputados votou a favor do
relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que enxerga nos decretos de
crédito suplementar razão para investigação por crime de responsabilidade. Os
governistas dizem que o resultado de 38 a 27 a favor do relatório não
surpreendeu e destacam que o importante é a votação de domingo. Mas a distância
de 11 votos e o fato de partidos como PP, PR e PSD, alvos de negociação do
Governo, não terem se engajado na defesa de Dilma não são um bom indicativo
para Dilma.
Na cama com o rival da política - por XICO SÁ
Tudo estava indo
muito bem,
até que ela resolveu fazer uma
graça erótica com
uma lingerie
vermelha para o maridão
O amor nos tempos do
cólera. Se as amizades e o almoço domingueiro de família foram abalados, o
arrulhar dos pombinhos também sofre ruídos e desafinações perigosas.
Sim, entre marido e
mulher que estão em lados opostos na contenda -valha-me Nossa Senhora
Desatadora dos Nós!-, o risco de ruptura se renova a cada edição do telejornal
noturno. Que sufoco. Nunca foi tão fácil o divórcio depois de uma D.R.
ideológica. Um legítimo pé-na-bunda dialético. E cada um para a sua
manifestação partidária.
Um casal amigo de
São Paulo foi obrigado a fazer um pacto de sobrevivência amorosa. Interessante.
Graças à sugestão de uma alma diplomática, combinaram não discutir mais
política na presença um do outro. Até o noticiário da televisão passaram a ver
em cômodos separados. Nas refeições, ficavam restritos ao protocolo mais
elementar - “passa a salada”, “passa o azeite”, “passa a farofa” etc.
Tudo estava indo
muito bem, até que ela resolveu fazer uma graça erótica com uma lingerie vermelha para o maridão. A noite foi um
fracasso na cama. O episódio virou folclore entre os conhecidos da dupla. A
incendiária jura que não havia provocação alguma além da sedução caliente. Não
o convenceu até agora. E não se fala mais nisso. Preservemos o amor, antes que
seja tarde demais.
Turma do deixa disso
Você há de dizer,
amigo zen e deboísta, bom mesmo era o tempo em que o país ainda não se dividia
entre petralhas e coxinhas. Não havia sequer os isentões. Todos portavam apenas
uma bronca: com o técnico da seleção Brasileira. Ninguém pensava em derrubar,
golpear ou impichar o presidente. E o Chico Buarque, pasme, era unanimidade
nacional. Nessa época, a nossa instituição mais firme e respeitável era a turma
do deixa disso, a TDDD. Funcionava em regime de 24 horas. Uma garantia constitucional.
Vestisse vermelho ou
verde-amarelo, você contava com a TDDD para eventuais pendengas de botequim,
peladas de futebol ou quermesses. No Brasil dividido desde as eleições de 2014,
a turma saiu de cena. Restou apenas a tropa que ora distribui porrada nos
estudantes, ora tira sorridentes selfies com os “patriotas”.
Como faz falta tal
turma nessa hora. Pela volta imediata dessa brava gente pacificadora. Agora
teria um trabalho extra: mediar os confrontos nas listas do whatsapp das
famílias. Aqui o bicho pega tanto quanto nas ruas. O almoço de domingo anda
esvaziado ou servido em dois turnos -primeiro os parentes do “Fora Dilma”,
depois a galera do “não vai ter golpe”. Tem filho por aí que não vê a mãe desde
a fase I da Operação Lava Jato.
Os avós, de certa
forma, ainda tentam encarnar a turma do deixa disso. Sem sucesso com os
adultos. Irmão desconhece irmão. O risco bíblico de reedições caseiras de uma
tragédia tipo Caim & Abel é constante. Que tempos. Calma, pessoal. Não há
acordo nem em relação ao Eduardo Cunha, o inimputável presidente da Câmara que
comanda o processo de impeachment. Este elemento, aliás, sobreviverá até mesmo
a uma eventual guerra atômica. Restará apenas ele e as baratas.
6 de abr. de 2016
Discurso em nome de eleições antecipadas ganha força em Brasília
Dilma "nem
rechaça nem aceita" ideia de novo pleito.
Presidente do Senado vê
"com bons olhos"
Marina Silva
pressiona TSE sobre questionamento que
pode cassar a chapa Dilma-Temer
Marina Silva discursa em evento da Rede em Brasília por novas
eleições. EVARISTO SA AFP |
"Nem rechaço nem aceito [novas eleições em outubro]. Eu acho
que é uma proposta. Convença a Câmara e o Senado a abrir mão dos seus mandatos.
Aí vem conversar", respondeu a presidenta Dilma Rousseff a jornalistas em
evento na Base Aérea de Brasília nesta terça-feira. Dilma falou em tom de
ironia, mas o fato de não ter descartado a ideia — ao contrário do que faz
sempre que questionada sobre a possibilidade de renunciar ou sobre o processo
de impeachment de que é alvo — é um dos sinais de que o mundo político
brasileiro passou a considerar uma nova eleição, presidencial ou geral, como
solução para a atual crise.
"Seis meses atrás, essa ideia não seria entendida por ninguém.
As ideias têm seu momento. Quando essa ideia fica a favor do espírito do tempo,
ninguém segura mais", resumiu o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), um
aspirante à Presidência da República, durante reunião promovida pela Rede
Sustentabilidade para defender a realização de novas eleições. No encontro, que
tinha a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva como estrela, membros da Rede e
de partidos como PPS e PPL relembraram o movimento das Diretas Já, que defendeu
eleições diretas em 1984, para endossar a proposta de um novo pleito.
Derrotada na eleição presidencial de 2014, Marina defendeu que
impeachment não é golpe, como argumenta o Governo, mas disse que a melhor saída
para o país virá do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — para os apoiadores da
ex-senadora, o vice-presidente Michel Temer não teria apoio popular para
governar após a queda de Dilma. É no TSE que correm quatro processos movidos
pelos tucanos que podem resultar na cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora na
última eleição. "Não é o momento daquilo que é mais fácil, mas daquilo que
é mais eficaz. Ao se caçar a chapa, que a sociedade brasileira possa fazer sua
escolha", discursou Marina em um hotel de Brasíila, onde propôs um Governo
de transição de dois anos e também que aquele que seja eleito nesse pleito
intermediário não participe da eleição de 2018. A ex-senadora, a mais bem
colocada nas pesquisas de intenção de voto para 2018, não se apresentou
explicitamente como candidata para essa possível nova votação.
Para garantir que a cassação da chapa vitoriosa em 2014 leve a
novas eleições, a Rede Sustentabilidade vai tentar participar das ações
apresentadas pelo PSDB no TSE como amicus curiae - o termo jurídico,
literalmente "amigos da corte", descreve os atores que não são partes
dos processos, mas que atuam como interessados na causa. A intenção é alegar
que, apesar de as denúncias terem sido apresentadas entre o fim de 2014 e o
início de 2015, a corte deve considerar legislação aprovada em setembro de
2015, que prevê nova eleição em caso de cassação, e não a posse do segundo
colocado, como pediam originalmente os tucanos. Nem todo mundo está a favor
dessa saída, contudo. Novo presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR)
ocupou o lugar de Temer à frente do partido para blindá-lo e fez um duro
discurso no Senado para chamar de "golpe" a ideia de novas eleições,
por ausência de previsão constitucional.
Na prática, o gesto de Marina Silva é uma tentativa de fazer uma
pressão pública para que o TSE apresse o passo com os processos que acusam a
chapa Dilma-Temer de abuso de poder político e econômico. A velocidade depende
da corregedora do TSE, Maria Thereza de Assis Moura, que relata os casos.
Existe uma expectativa de que o processo ganhe velocidade com a chegada ao
tribunal das delações premiadas de 11 executivos da Andrade Gutierrez no âmbito
da Operação Lava Jato, que, especula-se, poderia engrossar a acusação de que a
campanha do PT e do PMDB teria recebido caixa 2 em 2014. Mas para a vontade de
Marina Silva e de sua Rede se fazer valer, o processo deve ser julgado até o
fim deste ano. Se a decisão do TSE ocorrer a partir de 2017, a cassação da
chapa vai levar a uma eleição indireta, feita pelos parlamentares.
Por RODOLFO BORGES
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