Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não
deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que
eles não as pisem com o pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem.
Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei
também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita,
porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são
os que entram por ele! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à
vida! E são poucos os que o encontram”!
Independente das muitas críticas ao governo PT, sou totalmente contra o Impeachment. Ainda assim, uma parte de mim não pode deixar de querer que Dilma saia. Não por não querer a continuidade do seu governo (e não que eu queira a continuidade DESSE governo), mas porque esses bárbaros não valem a pena o que essa mulher passa.
Dilma redefiniu as concepções brasileiras de linchamento moral. Não houve nenhum campo da vida política ou pessoal de Dilma que não tenha sido exposto, explorado e envenenado de um jeito tão imoral e covarde que só posso sentir certa admiração por ela ter tido autocontrole o suficiente pra não ter jogado tudo pro alto e mandado à merda todo esse circo muito antes dessa boiada aprender a escrever “impeachment”.
Quem acompanha minimamente o congresso ou coleciona um tanto de anedotas de história sabe bem que a política brasileira sempre foi uma fonte infinita de pronunciamentos grotescos, teatrais, malandros, poéticos e cômicos, mas foi só quando Dilma perdeu a linha do discurso que isso se tornou um atentado contra o orgulho pessoal de cada cidadão de bem. Os discursos da presidenta foram ridicularizados, viraram material pra piadas igualmente péssimas desde churrascos de família até palcos de stand-up e redações jornalísticas, e Dilma se tornou um símbolo nacional de incoerência. A título de pesquisa, vale a pena assistir os discursos, pronunciamentos e entrevistas de Dilma na época que era ministra-chefe da Casa Civil pra ter uma ideia do que aconteceu com ela. Assistam qualquer discurso anterior à 2008 e tentem negar a inteligência, eloquência e força dessa mulher, eu sinceramente os desafio. Assistam, comparem com os discursos pós-presidência e vocês vão ver que o que fugiu à Dilma foi o brilho no fundo dos olhos, a segurança, a vida.
Não me admira que Dilma tenha perdido o brilho. Ela não foi criticada apenas pelo seu programa político e econômico. Ela foi atacada por ser mulher, por ser solteira, por ser durona, pelo seu corpo, pelas roupas que vestia, pelo corte de cabelo, pelos discursos muito sérios, pelos discursos com piadas e metáforas ruins, por sorrir pouco, por gritar, por parecer um homem, por ter lutado contra a ditadura, por ter sido torturada, por ter resistido à tortura e mentido para os torturadores.
Hordas de selvagens gritaram em coro que Dilma era incompetente, terrorista, burra, feia, velha, vaca, vadia, puta. Fabricaram adesivos de carro sugerindo o estupro de Dilma. Em histeria coletiva, queimaram bonecos de Dilma como se fossem bruxas ardendo pra a glória da Inquisição. Bradaram que a presidenta devia ser deposta, deportada, assassinada, torturada e estuprada. Um imbecil tatuou no braço uma imagem grotesca de Dilma fazendo um boquete.
A imprensa brasileira, que sempre foi Maccarthista e muito mais publicitária do que jornalística, perdeu de vez qualquer pudor ou senso de ridículo e abriu uma cruzada de violência ideológica explícita contra a presidenta. Adulterou fotos, manipulou notícias, protegeu os bandidos, conduziu o judiciário, chamou de louca, levantou boatos, induziu o ódio, a ignorância e a misoginia.
Eu não quero o impeachment por tantas razões que não vou perder meu tempo enumerando.
Eu sou opositor da gestão Dilma por tantas razões que me dá preguiça de recontar.
Eu quero que Dilma fique porque aprendi faz tempo que saber escolher seus inimigos é tão importante quanto saber escolher seus aliados.
Entretanto, existe essa parte de mim que vê Dilma não como a presidenta a quem faço oposição, e sim como uma mulher que enfrentou sozinha muito mais do que enfrentaram somados todos os homens de todos os partidos, jornais, empresas e grupos golpistas. Boa ou má presidenta, ela fez valer o artigo feminino em presidentA, até então objeto hipotético na caixa de possibilidades infinitas da nossa gramática e, principalmente, da nossa sociedade patriarcal. A existência de uma mulher na cadeira mais alta do país é um ato revolucionário em si, e a prova disso é a reação inflamada, machista, violenta, desesperada e patética da sociedade conservadora.
(...) Ou seja, a desigualdade social não veio
em processo de redução contínua após 1888, como seria de se esperar caso
aceitássemos a tese do "não existe racismo, os negros são pobres por causa
da escravidão, mas com o tempo tudo vai se acertar". Essa diferença
cresceu e diminuiu em contextos diferentes a partir de decisões políticas. Essa
é a fria verdade que aparece nos dados recolhidos há décadas por historiadores,
sociólogos, etc. A defesa das cotas é a defesa de uma política que priorize a
redução dessas desigualdades. Ela não tem nada de anômala. Aumento e redução da
desigualdade sempre foram fruto de decisões políticas. E estamos defendendo uma
decisão política, enquanto nossos opositores defendem outra. É o jogo de sempre.
Nada de anormal aí.
Encerro com um tópico que infelizmente costuma bagunçar muito esse debate.
Nunca é demais lembrar: nada disso é pessoal. Ninguém está te chamando de burro
ou incapaz que se deu bem só por ser branco. Ninguém está dizendo que todos os
negros são maravilhosos e só não dominam a galáxia por causa do racismo. A luta
a favor das cotas apenas parte do reconhecimento de que ser branco é uma
vantagem, assim como ser homem, ser hétero, etc. Na luta pelo limitado número
de bons postos de trabalho oferecidos pela sociedade capitalista, qualquer uma
dessas vantagens pode fazer a diferença entre pessoas de capacidade semelhante.
A quantidade de melanina na pele é uma dessas vantagens. E é uma das maiores,
por sinal.
Em suma, cotas não tem nada a ver com socialismo, com coitadismo ou coisa do
tipo. É apenas reconhecer que a luta por oportunidades não é uma luta entre
iguais. Portanto, é uma corrida viciada desde o principio. As cotas no fundo
são apenas um passo adiante no aperfeiçoamento do capitalismo, uma luta para
que todos possam competir em igualdade de condições. Nada mais que isso.
Não acho que ela deva ser rotulada de nenhuma forma por causa do número de parceiros sexuais que ela tem. Cada um decide o que fazer com seu corpo, certo? Só que, pra mim, o meu corpo é meu templo. E quando você se envolve com uma pessoa a esse nível, tá trocando uma energia com ela, não tem jeito. Eu gosto de me preservar, não necessariamente todo mundo tem que pensar igual. Antes de tocar meu corpo, o homem que vai pra cama comigo tem que ter tocado minha alma. Não acho legal tanto uma mulher quanto um homem ter um comportamento de não preservar seu próprio corpo, mas isso é da conta deles, não estabeleço nenhum rótulo.
Até de bermuda
parece um gentleman. Robert Plant chega com o The New York Times na mão e sem
indício de ressaca depois da brutal apresentação da noite anterior. Às 10h30 da
manhã e desperto, como provam seus olhos que seguem cada mulher que se move
pela piscina de seu hotel de Cascais. Robert Plant (1948, Inglaterra) sente-se
um sobrevivente de uma época em que o provável, em sua profissão, era bater as
botas. A seus quase 68 anos – que completa em agosto – o vocalista e letrista
do grupo Led Zeppelin (1968-80) continua na estrada a seu ritmo. Desde a
separação do Led Zeppelin, trabalhou com o guitarrista do grupo, Jimmy Page
(1994-98), com a cantora country Alison Krauss (2007-08) e com diversas bandas.
Desde 2012 é acompanhado pela banda Sensational Space Shifters, com quem se
apresenta na quinta-feira 14 de julho em Madri dentro da programação das Noches
del Botánico, “colidindo” o som duro de seu lendário grupo com músicas
africanas e do Mississipi.
Pergunta.
Um astro do rock acordado às 10 da manhã!
Resposta.
Realmente os tempos são outros. Os heróis modernos precisam estar sempre
ativos. Se quer continuar trabalhando nestes dias em que a música passa por
tantas mudanças, tantas inovações, precisa estar acordado, muito atento, e
precisa amar este mundo. Não é mais como nos anos 1970 em Los Angeles.
P.
A época de seu grande sucesso com o Led Zeppelin?
R.
Sim, mas também com experiências dramáticas. Sofri um acidente de carro muito
grave; perdi um filho de cinco anos... Não fiquei apegado ao país das maravilhas;
não acredito que seja possível se esconder da realidade... Mas, de repente,
você se torna mais consciente de seu talento, do que consegue fazer e do que
não. Compreendi que não podia ser apenas um cantor, que tinha de ser algo mais
para me estimular mesmo. Não espero que ninguém o faça por mim.
P.
Sua voz, escolhida em várias ocasiões como uma das melhores da história do
rock, continua intacta. Não me diga que toma mel antes de deitar-se?
R.
Claro que sim. Mel, limão e gengibre toda noite. Mas também estou com um grupo
que deixa espaço para que eu me expresse e eu deixo espaço para que eles
cresçam, por isso posso visitar velhas canções e mudá-las de cima a baixo.
Ainda são incríveis, mas aparecem de diferentes ângulos, com outra energia, e
isso faz cantar com esse dinamismo. Quando você chega a determinado ponto da
vida, precisa dar sentido ao que diz. E precisa saber repeti-lo com a mesma
energia sempre, precisa ser crível. Precisa conquistar as pessoas.
P.
Dezesseis apresentações em oito países só em julho. Muito para seu corpo?
R.
Não, esta é uma das turnês fáceis. Não é o trabalho de um herói, é o trabalho
de um pragmático. Se demorar muito entre um show e outro, você perde a
motivação, o ritmo, a adrenalina das apresentações. Esta é uma turnê tranquila,
mas como obviamente não sou mais jovem, para mim está bom assim.
P.
O formato atual dos festivais é muito diferente de uma apresentação exclusiva
para seus fãs. É mais complicado se conectar com o público?
R. É verdade que em
festivais onde há tanta mistura de grupos, as pessoas muitas vezes não conhecem
essa música. É preciso entender quem está ali na frente. É como um mágico que
vai tirando os elementos da cartola. Com o Sensational Space Shifters cada um
faz seu papel.
P. Entre o rock duro
do Led Zeppelin e a sensibilidade do Raising Sand com Alice Krauss há vários
mundos. Como se chega a essa transformação?
R. Um dia meus
filhos me disseram: “Pai, você vem para Ibiza?”, e eu respondi: “Não, vou a
Louisiana”. Minha obsessão é encontrar os rastros da história da música
norte-americana, a música cajun, tipo Bon Ton Roulá, as últimos sombras desse
black blues extraordinário que se fez nos anos 1940 e 1950, Carl Perkins,
música dos montes Apalaches, e juntar com sons mais contemporâneos. Você tem um
tecladista como o do Massive Attack e um cara que toca um violino de uma só
corda. Consegue uma colisão, não está compondo aquela merda de música bonita,
mas uma colisão incrível.
P. O que resta do
seu lado inglês?
R. Quando fui à
América, bebi daquela música afro-americana, voltei e deixei de lado os
ingleses, a pobre, velha e esgotada Inglaterra, com todos os seus pecados e
seus ridículos. Deixei o chá das cinco, o futebol e voltei a trabalhar neste
projeto com a Sensational, onde misturamos tudo.
P. Um grande salto,
em todo caso...
R. Veja só, eu posso
fazer coisas muito diferentes e trabalhar em qualquer parte do mundo. Não dá
para trazer a Alice Krauss a um festival que reúne uma multidão e tocar música
de violino, seria perigoso. Isto é energia pura; mas nós trabalhamos muito bem
juntos. Eu gosto de cantar com mulheres.
P. Todo artista luta
entre duas forças antagônicas: continuar fazendo o que pedem os fãs ou entrar
no desconhecido. Como lida com isso?
R. É verdade. O mais
importante é a criatividade; a autossatisfação vem em primeiro lugar; o público
é só um voyeur. Pode olhar e ficar com o que vê ou deixar para lá. Um artista
precisa ser honesto e poderoso e precisa misturar. Conheço, e é muito triste,
muita gente famosa que me diz “Robert, você pode fazer isso, você é livre”‘. E
é verdade.
P. Sempre foi livre?
R. Fui livre durante
os últimos 36 anos [desde a separação do Led Zeppelin em 1980], quando comecei
a estabelecer minhas próprias regras.
P. Há anos lhe
ofereceram um cheque de 200 milhões de dólares para fazer uma turnê com o Led
Zeppelin e você recusou; mas não se recusa a cantar músicas de seu antigo
grupo.
R. Claro, fiz um bom
trabalho no Led Zeppelin. Eu sou Led Zeppelin, cantei, escrevi as letras...
P. Há algumas
semanas foi absolvido de plágio pela emblemática Stairway to Heaven...
R. Foi uma loucura,
uma insanidade, uma tremenda perda de tempo. Existem doze notas fundamentais na
música ocidental, e você se dedica a movê-las. Não precisávamos ter chegado aos
tribunais, mas era nossa música. Falei com o Jimmy [Page, coautor da música] e
dissemos: “Vamos enfrentá-los”. Se você não defender seus direitos, o que vai
fazer? Nunca imagina que vai passar por isso. Você se senta de um lado da colina,
olha as montanhas, escreve uma música e 45 anos depois saem com essa. Deus do
céu!
P. Como lida com a
Internet, a pirataria...?
R. Não me importo
com a pirataria. Faz parte de como tudo está se abrindo. Adoro o desconhecido e
a Internet ajuda porque permite descobrir coisas que você não vai ouvir no
rádio nem na mídia internacional; música dark, muito bonita, que você não vai
escrever porque é underground, e aí começou o Led Zeppelin. A pirataria não é o
fim do mundo.
P. Mas não pagam?
R. Hehehe, eu já fui
pago. Agora meu pagamento é sentir-me bem com o que faço. Certamente, para mim,
é fácil dizê-lo.
Se você não lê
livros regularmente, trouxemos alguns motivos que vão mudar a sua cabeça.
Confira:
Exercício Mental
Atividades como
leitura podem diminuir o risco de desenvolver o Alzheimer em cerca de 30%,
segundo médico norte americano Gary Small. Manter o cérebro ativo previne a
perda de força e ajuda mantê-lo forte e saudável.
Diminui o Stress
Apesar de todos os
problemas que você tenha na vida, quando você lê uma boa história, tudo isso
parece mais distante. Um bom livro pode te levar para outros mundos. Esqueça um
pouco dos problemas e se permita relaxar um pouco.
Conhecimento
Tudo que você lê é
absorvido como conhecimento, e você nunca sabe quando isso pode te ajudar algum
dia. É como dizem: Conhecimento é poder!
Uma coisa é certa,
você pode perder tudo na vida, mas nunca perde conhecimento.
Expande seu
vocabulário
Quanto mais você
ler, mais estará em contato com novas palavras, e passará a agregar essas
palavras ao seu dia a dia. Falar bem e ser articulado são características muito
boas para todo tipo de trabalho e relacionamento.
Boa memória
Quando você está
lendo um livro, você quer saber sobre as personagens e sobre o enredo da
história que você está lendo. Para ler o livro até o final, o seu cérebro é
ferramenta certa para te ajudar a lembrar de cada detalhe apresentado na
história.
Melhora seu
pensamento crítico
Você também pode
conseguir falar sobre os livros, saber se foi bem escrito e se as personagens
estão bem desenvolvidas. Em discussões com outros leitores você vai poder dar
sua opinião mais claramente.
Ter uma melhor
concentração
No mundo de hoje
se tem que fazer várias coisas ao mesmo tempo, isso aumenta o estresse e
diminui a produtividade. Já quando se está lendo, você está prestando atenção
apenas na história, o hábito de ler melhora muito sua concentração.
Escrever melhor
Quanto mais você
ler, mais fica exposto às palavras, e assim, consegue escrever mais e melhor.
Você melhora sua escrita sendo influenciado por outros escritores.
Tranquilidade
Além de relaxar, você fica em paz e tranquilo enquanto lê.
Leia com frequência.
Existem histórias para todos os gostos. Você pode conhecer outros lugares,
viver outras vidas e sentir novas emoções, tudo isso no sofá da sua casa.
Se quiser mandar críticas sobre o material publicado, ou se tiver sugestões sobre artigos ou materiais que combinam com a proposta desse blog e que julga interessante, sinta-se a vontade para me escrever. luiztury@yahoo.com.br