25 de dez. de 2016
Adriana Calcanhotto - Traduzir-Se ( De Ferreira Gular) Musica Fagner
Uma
parte de mim
é todo
mundo:
outra
parte é ninguém:
fundo
sem fundo.
Uma
parte de mim
é
multidão:
outra
parte estranheza
e
solidão.
Uma
parte de mim
pesa,
pondera:
outra
parte
delira.
Uma
parte de mim
almoça
e janta:
outra
parte
se
espanta.
Uma
parte de mim
é
permanente:
outra
parte
se sabe
de repente.
Uma
parte de mim
é só
vertigem:
outra
parte,
linguagem.
Traduzir
uma parte
na
outra parte
— que é
uma questão
de vida
ou morte —
será
arte?
O sensacionista - Fernando Pessoa
Neste
crepúsculo das disciplinas, em que as crenças morrem e os cultos se cobrem de
pó, as nossas sensações são a única realidade que nos resta. O único escrúpulo
que preocupe, a única ciência que satisfaça são os da sensação.
Um
decorativismo interior acentua-se-me como o modo superior e esclarecido de dar
um destino à nossa vida. Pudesse a minha vida ser vivida em panos de arras do
espírito e eu não teria abismos que lamentar.
Pertenço a
uma geração — ou antes a uma parte de geração — que perdeu todo o respeito pelo
passado e toda a crença ou esperança no futuro. Vivemos por isso do presente
com a gana e a fome de quem não tem outra casa. E, como é nas nossas sensações,
e sobretudo nos nossos sonhos, sensações inúteis apenas, que encontramos um
presente, que não lembra nem o passado nem o futuro, sorrimos à nossa vida
interior e desinteressamo-nos com uma sonolência altiva da realidade
quantitativa das coisas.
Não somos
talvez muito diferentes daqueles que, pela vida, só pensam em divertir-se. Mas
o sol da nossa preocupação egoísta está no ocaso, e é em cores de crepúsculo e
contradição que o nosso hedonismo se arrefecei.
Convalescemos.
Em geral somos criaturas que não aprendemos nenhuma arte ou ofício, nem sequer
o de gozar a vida. Estranhos a convívios demorados, aborrecemo-nos em geral dos
maiores amigos, depois de estarmos com eles meia hora; só ansiamos por os ver
quando pensamos em vê-los, e as melhores horas em que os acompanhamos são
aquelas em que apenas sonhamos que estamos com eles. Não sei se isto indica
pouca amizade. Porventura não indica. O que é certo é que as coisas que mais
amamos, ou julgamos amar, só têm o seu pleno valor real quando simplesmente
sonhadas.
Não
gostamos de espetáculos. Desprezamos atores e dançarmos. Todo o espetáculo é a
imitação degradada do que havia apenas de sonhar-se.
Indiferentes
— não de origem, mas por uma educação dos sentimentos que várias experiências
dolorosas em geral nos obrigam a fazer — à opinião dos outros, sempre corteses
para com eles, e gostando deles mesmo, através de uma indiferença interessada,
porque toda a gente é interessante e convertível em sonho, em outras pessoas,
passamos sem habilidade para amar, antecansam-nos aquelas palavras que seria
preciso dizer para se tornar amado. De resto, qual de nós quer ser amado? O “on
le fatigait en l’aimant” de René não é o nosso rótulo justo. A própria ideia de
sermos amados nos fatiga, nos fatiga até ao alarme.
A minha
vida é uma febre perpétua, uma sede sempre renovada. A vida real apoquenta-me
como um dia de calor. Há uma certa baixeza no modo como apoquenta.
O Livro do Desassossego - Fernando pessoa. - Ateus.net
RECEITA DE ANO NOVO
Para você ganhar
belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já
vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às
carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se
nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer
outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade , "Receita de Ano Novo".
Editora Record. 2008.
23 de dez. de 2016
Galera do WhatsApp: Novo golpe do WhatsApp já atingiu mais de 100 mil usuários
"Whats Espião" leva o usuário a compartilhar e
fazer download de link falso
Um novo golpe do
WhatsApp, que já afetou mais de 100 mil usuários, foi identificado pela empresa
de segurança PSafe. O ataque finge oferecer uma nova função no aplicativo: a de
saber o que e com quem os seus contatos estão conversando. Para isso, é preciso
acessar um link falso, que aparece no próprio app, fazendo com que você corra o
risco de ter os seus dados expostos e roubados.
Para ativar o recurso, o falso comunicado
induz o usuário a compartilhar o link com dez amigos e baixar o WhatsEspião, a
tal "nova" funcionalidade. Em seguida, a vítima é orientada a
preencher os seus dados em sites maliciosos, deixando o aparelho vulnerável a
outros tipos de crimes. O prejuízo também é financeiro, já que o vírus cadastra
o do usuário número em um serviço pago de SMS.
Para evitar esse e
outros golpes, o CEO da PSafe recomenda que os smartphones sempre tenham um
antivírus instalado, e que os downloads sempre sejam feitos em lojas oficiais,
como o Google Play e a App Store. A assessoria do WhatsApp reforçou que não
utiliza o aplicativo para mandar esse tipo de mensagem, em que trabalha para
reduzir pop ups indesejáveis que cheguem aos sistemas dos usuários.
As informações são
da InfoMoney e do
Portal N10 .
Esqueça a ficção científica. A Inteligência Artificial já está em nossas vidas. - Postado 14 dezembro , 2016 Por Microsoft News Center Brasil - Por Paula Bellizia //
Filmes de ficção científica criaram uma imagem romântica da
Inteligência Artificial. São histórias de amor impossíveis entre pessoas e
máquinas, como em Ela (2014) ou AI (2001), ou robôs malvados, como o
Exterminador do Futuro (1985). Esqueça o que você viu no cinema. A Inteligência
Artificial, ou simplesmente IA, já é realidade – e é algo muito diferente.
Graças ao poder da computação em nuvem, a algoritmos avançados e à
capacidade de análise de dados, esse campo da tecnologia explodiu. Cientistas
de dados e desenvolvedores estão livres para criar – hoje – tecnologias com que
nós apenas sonhávamos há poucos anos. Alguns exemplos: em parceria com o Uber,
desenvolvemos um sistema de reconhecimento facial por smartphones que traz mais
segurança a motoristas e passageiros. Anunciamos há algumas semanas uma
parceria com o Hospital 9 de Julho, de São Paulo, para desenvolver um sistema
que identifica riscos de queda de pacientes internados. Estes são apenas alguns
casos. O que esses exemplos têm em comum? Eles são casos práticos que
demonstram que a partir da análise de grandes quantidades de dados,
convertendo-os em inteligência, é possível resolver problemas cotidianos das
pessoas e das empresas. A Inteligência Artificial tem um poder de inovação que
vai além dos negócios. Ela pode trazer um salto de qualidade de vida e conforto
para toda a humanidade.
Eis a nossa visão: a Microsoft escolheu o caminho da democratização
da Inteligência Artificial. Dessa maneira vamos transformar o que parecia
ficção científica em realidade. Rapidamente. Estamos tomando uma série de
medidas para que IA faça parte do nosso dia a dia. Hoje, 5.000 cientistas e
engenheiros da Microsoft Research em todo o mundo se dedicam à missão de
desenvolver a tecnologia de IA. Também
anunciamos na semana passada uma parceria com a OpenAI, a organização de
pesquisas sem fins lucrativos fundada pelo bilionário Elon Musk, dono da Tesla.
E o que vamos fazer com Inteligência Artificial? A tecnologia está
aqui para eliminar obstáculos da vida real. Na Microsoft, organizamos nossa
visão sobre Inteligência Artificial em quatro frentes:
Agentes – São as assistentes pessoais, como a Cortana. Elas
resolvem e eliminam as tarefas simples do dia a dia, como por exemplo, aprender
o caminho que fazemos para o trabalho e nos avisar todas as manhãs como está o
trânsito.
Aplicações – É possível infundir inteligência em cada app que usamos. A Microsoft, por exemplo, comprou em fevereiro deste ano a SwiftKey, que faz um dos mais usados corretores de teclado virtual. Com IA, o corretor vai aprender como escrevemos, as palavras que mais usamos. O teclado não está mais conectado à máquina, mas a você.
Serviços – Possibilitar que desenvolvedores em todo o planeta usem
esses serviços inteligentes ou cognitivos para a construção de soluções
aplicáveis à resolução de qualquer problema da sociedade. Por exemplo, ao lado
da Volvo, criamos um carro inteligente, que reconhece movimentos inseguros da
pessoa ao volante e soa alarmes para evitar acidentes.
Infraestrutura – A nuvem é o único lugar onde a capacidade
computacional de Inteligência Artificial pode ser construída. É esse poder de
processamento que está ajudando oncologistas a vasculhar automaticamente
milhões de trabalhos para encontrar uma pesquisa genômica aplicável ao
diagnóstico de um câncer específico. A genética pode agora fazer em horas algo
que antes levava meses. Essa é a escala de grandeza.
Vale dizer também que essa nova onda promissora também traz
desafios porque vai eliminar posições de trabalho que envolvam tarefas
repetitivas e automatizáveis. E novas profissões surgirão. Por isso, precisamos
criar condições para que os brasileiros e brasileiras possam competir em um
mercado de trabalho global e mais competitivo. Nós temos na Microsoft um
conjunto de programas de apoio à educação e ao empreendedorismo que chamamos de
Jornada Empreendedora. É o principal compromisso da Microsoft com o Brasil.
A IA é uma grande oportunidade.
As ferramentas estão aí. E uma última boa notícia: os desenvolvedores e
programadores brasileiros não só dominam as novas tecnologias como são
reconhecidamente criativos e inovadores em seu uso.
Com isso, esqueça a ficção científica. Sem dúvida, inteligência
artificial é uma realidade.
Read more at http://news.microsoft.com/pt-br/esqueca-a-ficcao-cientifica-a-inteligencia-artificial-ja-esta-em-nossas-vidas/#8CMOPWSAYBKrJIGI.99
22 de dez. de 2016
Tolerância, serenidade e partilha:> Feliz Natal!!!!!
O que Deus dá: O Homem partilha!
O que tiver muito, receberá ainda mais!
(Mc. 4,25)
Os dons que cada um recebe são para usar,
pôr ao serviço dos outros,
para o bem comum!
Quanto mais se dá,
mais rico se fica!!!
e, para si só, guarda,
acaba por perder tudo o que lhe foi dado,
porque para nada serviu.
A Irmã, Madre Teresa de Calcutá, dizia:
"Tudo o que não se dá, perde-se!"
O homem que acende o cigarro em um ônibus em chamas somos todos nós em 2016
![]() |
captada na terça-feira, 13, pelo fotógrafo Adriano Machado em Brasília. |
Francesa Total compra participação no pré-sal
A Petrobras anunciou nesta quarta-feira que cedeu à francesa Total sua participação em dois campos de petróleo em águas profundas (pré-sal) e em duas centrais térmicas, por 2,2 bilhões de dólares.
O
acordo prevê à cessão à Total de 22,5% dos direitos de exploração do campo de
Iara e de 35% do campo de Lapa, que começou a operar na terça-feira, na costa
do Estado de São Paulo.
As duas
empresas estarão associadas em partes iguais nas centrais térmicas Rômulo de
Almeida e Celso Furtado, no estado da Bahia, com capacidade de geração de 322
MW.
O
acordo oferece à Petrobras a opção de assumir 20% do bloco de Perdido, no setor
mexicano do Golfo do México, adquirido por um consórcio formado por Total e
Exxon em 5 de dezembro passado.
A
Petrobras, abalada pela queda nos preços do petróleo e pelo escândalo de
subornos envolvendo políticos e empreiteiras, anunciou em setembro um
"plano estratégico" que prevê um corte de 25% em seus investimentos
no período 2017-2021.
Assinar:
Postagens (Atom)