18 de jan. de 2019
Tipos de gordura abdominal e seus riscos
Existem dois tipos de gordura na região abdominal, as viscerais e as localizadas, e identificá-las pode fazer toda a diferença na prevenção de doenças e no plano de ação para o seu combate e eliminação.
As gorduras viscerais, por serem intra-abdominais, são consideradas as mais perigosas, devido à sua proximidade com órgãos vitais como pâncreas, intestino, rins e fígado. Além
de mexer com a autoestima, elas podem trazer riscos à saúde, como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, entre outras doenças metabólicas. Típicas entre os homens, são conhecidas como “barriga de cerveja”. Esse tipo de gordura possui componentes genéticos, mas também pode ser reflexo de aspectos alimentares, sedentarismo, dietas desbalanceadas com excesso de calorias e sem indicação e supervisão de um nutricionista.
As gorduras localizadas são consideradas estéticas, por não apresentarem componente genético. Elas são conhecidas como “pneuzinhos” ou “culotes”, entretanto, também é possível encontrá-las nos braços e nas pernas. Seu acúmulo basicamente está relacionado à má alimentação e ao sedentarismo. São mais comuns entre as mulheres, em razão das alterações hormonais e metabólicas que estas enfrentam regularmente, como na menopausa, por exemplo, pois nesse período a distribuição de gordura se altera, concentrando-se mais na região abdominal.
Para diagnosticar as gorduras viscerais é necessário medir a região do abdômen com uma fita métrica. Se a medida passar de 90 cm em homens e 80 cm em mulheres, é considerada excessiva, de modo que é necessário procurar um médico para um diagnóstico mais preciso.
O tratamento das duas é basicamente o mesmo: esforço, dedicação, atividades físicas regulares como esteira, corrida, natação, ciclismo, musculação para fortalecer o corpo e deixá-lo menos flácido, além de dieta com redução de proteína, carboidrato, gordura e álcool, sempre orientada por um profissional.
dicas para você perder gordura abdominal, ações que não têm a necessidade de apelar para dietas absurdas ou horas na academia:
Diminua os intervalos de comida
Não faça apenas duas ou três refeições diariamente e evite longos períodos sem ingerir alimentos.
O consumo de fibras é bom para quem busca perder gordura,
O excesso de açúcar é um crime
O excesso de cerveja vai direto para a barriga
Se tem algo que você pode beber é água, muita água
Não é necessário se matar de fazer abdominais ou passar horas na academia. Mas dedique alguns minutos
Atividades aeróbicas são ótima opção: corrida, caminhada, bicicleta, natação…
O excesso de cerveja vai direto para a barriga
Se tem algo que você pode beber é água, muita água
Não é necessário se matar de fazer abdominais ou passar horas na academia. Mas dedique alguns minutos
Atividades aeróbicas são ótima opção: corrida, caminhada, bicicleta, natação…
17 de jan. de 2019
Ofertas” ou demonstrações de “afinidade pessoal”
que Bolsonaro tem feito ao Donald, que na opinião
de Peter Hakim, cientista político Peter Hakim,
presidente emérito do Inter-American Dialogue,
think tank de análise política sediado em
Washington, não sabe como isso pode
beneficiar o Bolsonaro ou o Brasil:
- promessa de mudar a embaixada do país em Israel para Jerusalém,
- o episódio de “vai e volta” sobre a possibilidade de instalar uma base militar norte-americana em território brasileiro.
Leia entrevista: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/16/
Led Zeppelin de Led Zeppelin
é
o primeiro e único livro ilustrado oficial com a aprovação de
todos os membros da banda. Lançado em 01/10/2018
com
400 paginas e mais de 300 fotos, veio
para celebrar os 50 anos da
formação do grupo. Um conjunto de obras de arte raras dos arquivos
do Led Zeppelin com documentos e imagens fascinantes dos arquivos da
Atlantic Records.O Led Zeppelin, uma banda de rock formada em Londres em 1968 consistia do guitarrista Jimmy Page, do cantor Robert Plant, do baixista e tecladista John Paul Jones e do baterista John Bonham. Com um estilo de som pesado inspirado no blues, psicodelia e música folclórica, a banda construiu uma bela carreira desde sua primeira apresentação em um pequeno clube, até a performance na O2 Arena, em Londres, quando 20 milhões de fãs quebraram o recorde mundial de maior demanda por ingressos para um único concerto.
Autor: ZEPPELIN, LED
Formato: Hardcover
Dimensão: 304mm X 245mm
12 de jan. de 2019
O ex-assessor parlamentar do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, aparece em vídeo, que viralizou neste sábado (12), dançando no hospital Albert Einstein.
No Brasil
tudo terminava em pizza.
Agora, em hospital, Facebook e Whatsapp
VIVA!!!! o brasil mudou!
tadinho
11 de jan. de 2019
Ainda qualquer outro governo pode ser condenado por permitir a corrupção e gerar o desemprego. A tecnologia, que para o bem ou mal, segue em frente sem ser incomodada.
10 de jan. de 2019
Globo compra tudo, mas só mostra o que quer
Por que a Globo comprou os direitos de publicação do livro que fala sobre o maior escândalo de corrupção no futebol mundial (FIFA), e não permite que o brasileiro leia?
folha.uol.com.globo-compra-direitos-de-livro-sobre-corrupcao-na-fifa
9 de jan. de 2019
8 de jan. de 2019
Exercício da loucura ou minha própria confusão
Oficinas literárias: deixe suas linhas em nossos poemas sem-fim
ouroboros
poemas sem fim
A PROCURA ...(frag.)...
De tudo ficaram três
coisas:
a certeza de que
estamos sempre começando;
a certeza de que
seremos interrompidos antes de terminar;
a certeza de que é
preciso continuar...
Portanto, façamos da
interrupção um caminho novo;
da queda um passo de
dança;
do medo, uma escada;
do sonho, uma ponte;
da procura, um
encontro.
Fernando Sabino
por Adam David
…...............................................................................................
A PELE
O QUE É A PELE?
SE NÃO A TEXTURA DA
PÉTALA?
SE NÃO O MAPA DA VIDA?
SE NÃO A DENÚNCIA DA
EMOÇÃO?
SE NÃO O SILÊNCIO DO
TOQUE?
SE NÃO O RECURSO DOS
DEUSES
PARA APRISIONAR A ALMA
E EXPERIMENTAR O AMOR?
Elaine Maria Goulart
Nunes
A Garganta da Serpente - poesia - ouroboros - A procura:
7 de jan. de 2019
Garden hermits or ornamental hermits
Bar do Ferreirinha (melhor não ler)
"Um velho pode fazer tudo.
E ninguém pode falar
porra nenhuma
Afinal viver não é
exclusividade da
juventude."
Gilson Variedades
Bolsonaro aparelha máquina estatal à moda do PT
por Josias de Souza, Prêmio Esso de Jornalismo
Sob Jair Bolsonaro, o governo organiza o preenchimentos dos chamados cargos de confiança guiando-se por uma estranha lógica: invoca o aparelhamento promovido pelas administrações do PT para justificar o aparelhamento a ser feito pela nova gestão. Horroriza-se tanto com a ocupação predatória do Estado que deseja alastrá-la. Pratica o que abomina. Considera a ideologização do serviço público tão inaceitável que pretende impor sua própria ideologia.
Não ocorreu ao novo governo a ideia de realizar concursos públicos ou processos seletivos baseados em currículos —algo que permitisse a aferição não da ideologia, mas do mérito intelectual e funcional de cada candidato. Ou seja: diante da possibilidade de produzir algo realmente novo, o governo preferiu repetir velhas práticas. Na última quarta-feira, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) iniciou a "limpeza" de sua pasta, exonerando 320 ocupantes de cargos comissionados.
Onyx chamou a demissão coletiva de "despetização". Deu de ombros para o fato de que seu antecessor na Casa Civil não foi um petista, mas Eliseu Padilha, do MDB de Michel Temer. Na sexta-feira, em sua primeira reunião ministerial, Bolsonaro referiu-se à canetada de Onyx como um "exemplo" a ser seguido por todos os ministros. "Não há nenhum sentido termos num governo com o perfil do nosso pessoas que defendem outra lógica, outro sistema político", diz o chefe da Casa Civil.
No Brasil, a alternância de poder virou um outro nome para aquilo que Cazuza chamou de "museu de novidades". Os devotos de Bolsonaro que aplaudem o reaparelhamento estatal querem apagar a diferença entre o certo e o errado para que tudo se resolva no plano de uma reciprocidade abjeta, num torneio de predadores dividido apenas entre os direitistas que defendem o seu direito de usurpar as repartições públicas e os esquerdistas que querem retomar as trincheira$ perdidas.
Onyx diz não excluir a hipótese de recontratar um ou outro assessor exonerado. O critério da "competência" se dilui em meio a outros requisitos: "Vai ser feita uma análise de quem é que indicou, como é que chegou ao posto." A despeito da referência petista, Onyx enxerga o Brasil do ciclo pós-redemocratização como um um país rendido a um imaginário regime comunista hipertrofiado
"A sociedade brasileira decidiu, por maioria, dar um basta nas ideias socialistas e comunistas que, por 30 anos, nos levaram a esse caos que vivemos hoje —de desemprego, de desestruturação do Estado, de insegurança das famílias, de má prestação do serviço de saúde e de escola que, em vez de educar doutrina. A sociedade fez uma escolha muito clara. E nos cabe respeitar."
Autoconvertido em porta-voz da sociedade, Onyx talvez se surpreendesse se encomendasse uma pesquisa para saber o que pensa o brasileiro cuja opinião ele imagina ecoar. Sem bilheteria, como se sabe, não há circo. E quem está em dia com suas obrigações tributárias não há de conviver bem com a ideia de financiar a remontagem de um velho espetáculo, que reserva à plateia o papel de boba. A usurpação de cargos públicos não tem (...).
Leia na íntegra: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.brbolsonaro-aparelha-maquina
O carioca branco
deputado Gustavo Amorim PSL
Extra
"Como carioca,
me causa indignação ver aquilo (Aldeia Maracanã)
do jeito que está hoje.
Quem gosta de índio, que vá para a Bolívia,
que, além de ser comunista, ainda é presidida por um índio"
............................................................................
presidente da Bolívia,
Evo Morales
"não é uma novidade"
"Sempre houve políticas de extermínio ao movimento indígena durante a colônia e a república. Para os que repassamos a história não é uma novidade o que diz o deputado do Brasil. Na Bolívia, os indígenas governamos totalmente diferente. É algo histórico, inédito, um orgulho"
ministro da Justiça da Bolívia,
Héctor Arce
"Quando se trata de defender a nação boliviana não existem diferenças políticas. Nossos povos indígenas merecem todo respeito e valorização, e um representante eleito em um país tão grande e digno como é o Brasil deveria se desculpar publicamente"
ministra de Comunicação da Bolívia,
Gísela López
"O deputado brasileiro Gustavo Amorim despreza com ignorância supina os nossos antepassados, os verdadeiros donos da Grande Pátria, com palavras que mostram cegueira e pobreza de espírito"
6 de jan. de 2019
Para sair da crise, não adianta esgotar os recursos naturais >>>Joan Martinez-Alier (em 2015).
"O modelo exportador de matérias-primas é nocivo à
América do Sul, diz o professor da Universidade Autônoma
de Barcelona Joan Martinez-Alier
Não adianta seguir exportando matéria prima para
comprar produtos industrializados. A conta nunca vai fechar
Exportar toneladas de matérias-primas para importar produtos
industrializados é um problema antigo da América do Sul, mas segue como as principais estratégias populista e neoliberal. Joan Martinez-Alier, professor da Universidade Autônoma de Barcelona, oferece algumas reflexões de economia ecológica para mudar esse rumo.
industrializados é um problema antigo da América do Sul, mas segue como as principais estratégias populista e neoliberal. Joan Martinez-Alier, professor da Universidade Autônoma de Barcelona, oferece algumas reflexões de economia ecológica para mudar esse rumo.
Em dois artigos recentes, Joan Martinez Alier oferece uma importante contribuição para a atual situação de crise econômica e ecológica na América Latina. Primeiro, que não adianta seguir exportando matéria-prima para comprar produtos industrializados. A conta nunca vai fechar.
Em segundo lugar, é preciso lutar pelas alternativas, e elas não são coloniais. Na Europa, ganha cada vez mais atenção a ideia de um decrescimento – que tem palavras e termos similares em diferentes países e nos Estados Unidos.
No Sul global, há outros conceitos que possuem sentido parecido, como o de bem viver e o de justiça ambiental. Essas alternativas compõe o que alguns teóricos latino-americanos chamam de pós-extrativistas – sendo a ideia de extrativista no sentido predatório, como a mineração e o agronegócio, como se tornou popular na América Latina, e não o extrativista sustentável das reservas dos seringueiros)
Esperança: o triunfo do pós-extrativismo em 2015
Enquanto alguns dirigentes políticos sul-americanos, seja os neoliberais ou os nacionalistas populares, mantém a obstinação de incentivar e fomentar as exportações primárias e, inclusive, chegam a prometer que, para sair do extrativismo, é necessário intensificar ainda mais extrativismo (essa é a opinião de Rafael Correa, presidente do Equador), acumulam-se os dados que indicam que esse modelo é um fracasso econômico.
Comprovamos que o Brasil registrou ano passado, em 2014, um déficit de 3 bilhões e 930 milhões de dólares na balança comercial, o primeiro saldo no vermelho em 14 anos. Enquanto as exportações alcançaram US$ 225,10 bilhões (7% menos que o ano anterior), as importações chegaram a US$ 229,31 bilhões. A causa: o menor preço do minério de ferro e da soja.
O Brasil continua a exportar muito mais toneladas do que importa. Acontece que vende barato, a “preço de banana”, como dizem. A reação irracional de alguns ministros a essa crise é fomentar ainda mais as exportações primárias.
Na Colômbia, entre janeiro e novembro de 2014, o déficit comercial alcançou US$ 4,807 bilhões. Não há perspectiva de melhora. Os preços do carvão e do petróleo seguem baixos, já que há uma sobreoferta mundial. O valor das importações usbiu 7,5% nos 11 meses analisados de 2014, alcançando US$ 55,868 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em contraste, as exportações colombianas totalizaram US$ 51,60 bilhões, o que equivale a uma queda de 4,7%.
Poucos anos atrás, falava-se na América do Sul da doença holandesa: o aumento da entrada de divisas pelo bom preço das exportações. Isso faria subir o valor da moeda nacional e prejudicaria a indústria face às exportações mais baratas (como aconteceu na Holanda, há décadas, muito antes do Euro, quando o florim se valorizou pela exportação de gás).
Agora não há doença holandesa, mas desvalorização do Peso ou do Real. Há, isso sim, um contágio chinês. A economia chinesa espirra e vai espirrar ainda mais, e a América do Sul está pegando essa gripe até se transformar numa pneumonia.
O Peru registrou, em 2014, o maior déficit comercial da sua história. Isso se deve à queda dos preços internacionais dos metais, os quais representam 60% das suas exportações. O déficit comercial do Peru, no ano passado (2014), foi de US$ 2,555 bilhões. As exportações peruanas em 2014 caíram 9,3%, para chegar em US$ 38,252 bilhões, enquanto suas importações somaram US$ 40,807 bi: uma queda de 3,3%. Enquanto na Colômbia as importações aumentaram, no Peru, já caíram.
No entanto, Peru, Brasil e Colômbia exportam, em toneladas, muito mais do que importam. E não conseguem pagar suas importações. O mesmo acontece no Equador, que registrou, em 2014, um déficit da balança comercial de US$ 727 milhões devido à queda da entrada pela venda de petróleo, segundo informou, em fevereiro, o Banco Central equatoriano.
No Equador, o contágio chinês aparece de uma maneira particular: um menor ritmo da economia chinesa diminui a demanda por matérias-primas, em geral, e, no Equador (como nos outros países sul-americanos), aumentam, ao mesmo tempo, as dívidas financeiras com os chineses. Essa dívida com os chineses é encoberta, ou disfarçada, muitas vezes, por vendas antecipadas de matérias primas.
Nesse processo acontecem muitos danos ambientais e sociais nos lugares de extração e transporte das matérias primas. Muita contaminação d’água, muitos agrotóxicos que afetam a saúde e, no entanto, essas países nem sequer chegam a pagar suas importações.
Passaram a ser chamados como ” os autores, ativistas e alguns ex-ministros que, em pleno boom dos preços das matérias primas, distantes dos governos neoliberais ou nacionalistas-populares, gente como Eduardo Gudynas, Maristella Svampa, Alberto Acosta, Carlos Monge, Edgardo Lander, Raúl Prada Alcoreza, que advertiram sobre os males sociais, ambientais e econômicos das políticas extrativistas, inclusive se estivessem aliadas a um aumento da renda e melhor distribuição para a população.
Estes autores apontaram que as condições de troca era estruturalmente negativas (em média, uma tonelada importada sempre foi mais cara que uma tonelada exportada, inclusive em pleno boom dos preços das matérias primas), e que, além disso, poderia chegar o ciclo de baixa das matérias primas. Apoiaram as centenas de protestos e manifestações sociais do ecologismo popular. Se chamaram “pós-extrativistas”. A hora deles está chegando.
O método: decrescimento, bem viver e justiça ambiental
Alguns fins tem origens distintas, mas um caminho em comum.
A décroissance é uma palavra que surgiu na França em 1972, na boca de André Gorz, e foi repetida no livro do economista romeno Georgescu-Roegen, em 1979, que se chamava Demain la décroissance. O termo foi muito difundido, a partir de 2002, pela caneta de Serge Latuche e alguns outros autores.
Fora, realizadas quatro grande conferências na Europa desde maio de 2008, chamando ao decrescimento, ou ao pós-crescimento. A última aconteceu em Leipzig, em setembro de 2014, com três mil participantes. A editora britânica Routledge publicou, recentemente, uma compilaçãoo organizada por Giacomo d’Alisa, Frederico demaria e Giorgos Kallis, um Dicionário do Decrescimento, que vai sair em espanhol em abril de 2015, na editora Icaria, de Barcelona e, no Brasil, estão em negociação com algumas editoras. Essa obra faz referencia ao famoso dicionário do pós-desenvolvimento que publicaram Wolfgang Sachs, Ashish Nandy, Gustavo Esteva, Arturo Escobar, cerca de 20 anos atrás.
O que o decrescimento propõe é uma economia e uma sociedade que, com relação ao ecológico, abaixe o consumo de energia e materiais e, no aspecto social, coloque em prática princípios de organização baseados não no mercado, mas na autonomia, no cuidado com as pessoas, a reciprocidade e a convivência.
Muitas dessas ideias veem de Iván Illich e de Cornelius Castoriadis. O decrescimento, nos Estados Unidos, tem um paralelo com a economia do estado estacionário, uma proposta que Herman Daly vem defendendo desde 1973. É parecida com a da prosperidade sem crescimento, de Tim Jackson, da Inglaterra, e da simplicidade voluntária, de Ted Trainer, na Austrália. Na Alemanha, chamam de Post-Wachstum, ou pós-crescimento.
Mas essas ideias podem ser questionadas no México, no Brasil, na Argentina, ou em qualquer país do sul global, da segunte forma: como se atrevem, vocês, a propor um decrescimento com a pobreza cruel que persiste na África, na Índia, na América Latina?
Uma possível resposta seria de que o decrescimento somente deve se aplicar aos países ricos e que deve vir acompanhado de um crescimento econômico do sul global com uma redistribuição por todas as partes.
Outra resposta, ainda melhor e que complementa ou modifica a anterior: o decrescimento não é uma invenção europeia; tem outras raízes, e deve estar acompanhado do bem viver, o sumak kawsay. Esta expressão quéchua foi utilizada em 2008 na Constituição do Equador como uma alternativa ao desenvolvimento econômico uniformizador, como uma manifestação de anticolonialidade.
Não é preciso recorrer ao quéchua; a idéia de viver com o que é suficiente para uma vida boa, sem acumular, é o que os Jain chamam de aparigradha há milhares de anos na Índia. É a eudaimonia, de Aristóteles, que quer dizer a felicidade, a plenitude do ser, o florescimento das próprias capacidades sem acumular possessões. Talvez o sumak kawsay já fosse dito, ainda que não escrito, há milhares de anos, com total independência do pensamento de Aristóteles.
Ou seja, nas Américas já se encontram as ideias que são necessárias para uma ética do bem viver que se encaixam perfeitamente com os postulados do decrescimento. A elas deve ser agregada a questão da justiça ambiental.
Algumas disciplinas acadêmicas oferecem boas perspectivas para a compreensão desse problema.
Na economia-ecológica, insistimos na impossibilidade de que um crescimento econômico seja sustentável. Portanto, nas economias industriais, não existe, e nem pode existir, um crescimento verde. Na ecologia política, estudamos os conflitos ecológicos-distributivos.
Nesse percurso, redescobrimos os movimentos de justiça ambiental que lutam contra o racismo ambiental, pela justiça climática, a justiça hídrica. Se desenharmos em um mapa mundi as industrias poluidoras, veremos como seus impactos e os protestos contra essas atividades não estão distribuídos de forma aleatória. Muitas dessas atividades foram colocadas em lugares habitados por gente pobre, povos indígenas, gente da cor da terra.
Assim nasceram redes internacionais pela justiça climática, justiça hídrica, pela conservação das sementes camponesas, pelo ciclismo urbano, contra as plantações de eucalipto e palma para óleo, pela conservações dos manguezais, contra a mineração a céu aberto e contra o fracking, denunciando o comércio ecologicamente desigual e cobrando dívidas ecológicas e passivos ambientais das empresas papeleiras, mineradoras ou petroleiras dos danos produzidos.
Essas três ideias, uma do Norte e duas do Sul, ou seja, o decrescimento, o bem viver e a justiça ambiental, se reforçam mutuamente. Aqueles que, na Europa, além de experimentar novas formas de vida comunitária nas cidades ou no campo, diminuírem o seu consumo energético e material, aumentarem a intensidade de seus cuidados mútuos e seu interesse pela vida pública, se unirem de vez em solidariedade às denuncias contra a repressão a ambientalistas e povos indígenas no Sul que protestam contra o extrativismo predatório, estarão apoiando a justiça ambiental, o bem viver e o decrescimento.
* De Joan Martinez-Alier. Tradução e edição de Felipe Milanez
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