Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

29 de abr. de 2020

AGNOTOLOGIA - Vamos lá



Há uma distinção que me é cara: a diferença entre autoridade e autoridade. A autoridade é baseada no estilo de raciocínio, no compromisso, no compartilhamento social do conhecimento, com a escrita, com o ensino, com o ativismo civil. A autoridade é baseada em hierarquias, nas poltronas das quais um conteúdo é falado. A criação da ignorância manipula antes de tudo aqueles que sofrem o encanto da autoridade. (Rob Benatti)  - fonte - https://tmblr.co/ZaGpnj1_MSDwP



>>>>(...) Se antes havia verdade e mentira, agora temos verdade, meias verdades, mentira e afirmações que podem ser verdadeiras,<<<< ( Observatóriodaimprensa-pós-verdade)










Pseudociência, pós - verdade e ignorância


" Você pode influenciar mil homens se apelar para os seus preconceitos do que se tentar convencer apenas um pela lógica. [1]

Vivemos um período em que contra fatos há quaisquer tipos de argumentos. Argumentos baseados em premissas ou razões ilógicas. Sim, estamos atravessando um momento delicado, no qual crenças, valores, superstições são aclamados e inflamados para negar fatos. A falta de um pensamento cético e de avaliação séria no combate à ignorância e imitação barata é um retrocesso inimaginável.

Em 1995, o ilustre astrônomo e divulgador científico, Carl Sagan, em sua última obra, O Mundo Assombrado pelos Demônios, dizia que os EUA era uma nação completamente ignorante quanto à ciência, o que ele chamou de analfabetismo científico. Por mais que a ciência e tecnologia tenha alavancado meios de transportes, comunicação, educação, remédios, medicina eficientes e bastante desenvolvidos, a população não foi educada ou estimulada a ter conhecimento sobre como tais coisas são feitas, e por que assim o foram. Esse desconhecimento leva a diversos problemas sociais. Final do século XX, Sagan já previa as consequências de seu país,

“Minha preocupação é que, especialmente com a proximidade do fim do milênio, a pseudociência e superstição parecerão mais sedutoras a cada ano, o canto de sereia do irracional mais sedutora e atraente. Onde o escutamos antes? Sempre que nossos preconceitos étnicos e nacionais são despertados, nos tempos de escassez, em meio a desafios à autoestima ou à coragem nacional, quando sofremos com nosso diminuto lugar ou finalidade no Cosmos, ou quando o fanatismo serve ao nosso redor – então hábitos de pensamentos conhecidos nas eras passadas procuraram se apoderar dos controles”. [2]

Olhando para o lado de baixo dos trópicos, a coisa tá bem aterradora. Dados do PISA (Programa de Avaliação Nacional de Estudantes) em 2015, apontou que o Brasil está entre os oito piores países no ranking de aprendizado de jovens na área de ciências. O ranking foi baseado em membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sendo o Brasil um dos países convidados. Ficamos 63ª entre as 70 nações avaliadas. [3]

Pseudociência. A pseudociência é um apelo às necessidades emocionais, alimentadas por fantasias e delírios confortáveis a um mundo perfeitamente ajustável aos gostos particulares, satisfazendo egos. A ciência, pelo contrário, tende a causar desconforto, afrontando os preconceitos e estimulando a maturidade intelectual. Quanto maior a ignorância em relação aos procedimentos científicos, maior a pseudociência. Esta, imbui-se de hipóteses descabidas e calcadas em um senso comum infalível a quaisquer perspectivas de refutação e testes que possam ser invalidadas ou falseadas. Na verdade, uma aura de falácias informais, que apelam para dimensões psicológicas ou emocionais, não centradas na lógica, tem rondado o mundo atual.

Pós - verdade. Segundo o dicionário de Post-truth (pós-verdade) é relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do que as emoções e as crenças pessoais. A internet tornou-se uma ferramenta de disseminação de conteúdos inverídicos, e, infelizmente, a ética está sendo escrachada. Se aproveitando de uma população pouca inteirada pelo ceticismo, que aborta o olhar crítico, científico ou filosófico, e pela incapacidade de captar incoerências, os fatos viram fatos alternativos, que não podem ser comprovados. Curiosamente, em 2017, alternative fakten foi a "despalavra" do ano na Alemanha.

Autoridades políticas se aproveitam da ignorância social para jorrar noticiais e pseudo pesquisas completamente ficcionais, empobrecendo o debate público e minando a Democracia. Que o diga nosso presidente atual, que, de acordo com o site Aosfatos.org, responsável por captar informações falsas, mostrou que em 133 dias de governo, Bolsonaro deu 182 declarações falsas ou distorcidas. [4] O mesmo vale para o presidente dos EUA. Uma pesquisa realizada pelo The Washington Post[5], no início do mandato de Trump, janeiro e fevereiro de 2017, apontou que o presidente contou ao menos uma declaração falsa por dia. Um verdadeiro disparate!!

A internet. O mundo virtual também acabou virando um canal de divulgação de informações falsas. Qualquer um pode escrever o que bem entender, e muitos acabam por basear seus escritos em suspostas verdades científicas, ou informações mal intencionadas sobre uma realidade objetiva. O falecido escritor italiano, Umberto Eco, foi muito cirúrgico ao falar da leviandade e o culto ao anti intelectualismo na internet:

“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel” [6]

Nobres e atentos leitores, o obscurantismo moral, científico e intelectual, a desonestidade e postura de mau-caratismo aos acontecimentos reais do cotidiano é um gap ou lacuna perfeita para provocar caos, medo, semear confusão, divisões políticas, partidárias e ideológicas, violência, despertando instintos primitivos e passionais, reacendendo pensamentos reacionários e sectários, e atropelando os fatos verídicos. E mais: pseudociência e a falta de critérios rígidos na verificação de fontes confiáveis dissemina a xenofobia, racismo, misoginia, lgbtfobia, etnocentrismo, danos perversos ao progresso moral. Me permitam finalizar com outra citação de Carl Sagan: "Quando somos indulgentes conosco mesmos e pouco críticos, quando confundimos esperanças e fatos, escorregamos para a pseudociência e superstições". [7]



https://aesquinadatecla.blogspot.com/

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Falta de prática


Já preciso de reabastecer a despensa. O frigorífica está quase vazio. Da farmácia também já me davam jeito alguns produtos. Ontem pensei tratar do caso hoje. Hoje resolvi que amanhã é que vai ser. À força do hábito de não sair de casa, vou adiando a tarefa. Quando começar o desconfinamento, a minha falta de prática vai estar a um nível tal, que já nem saberei como andar por aí.

18 comentários:

  1. " R y k @ r d o "24 de abril de 2020 às 22:35 No 1.º dia em que todos possamos e devemos ir trabalhar, metade de nós, fica em casa. Nem se lembra que o confinamento acabou, lol 
    Cumprimentos
    1. luisa25 de abril de 2020 às 18:10 Não iremos todos ao mesmo tempo, Rikardo. Isso já se percebeu. Mas acredito que vai ser estranho.
    2. lenalima25 de abril de 2020 às 00:09Já saí duas vezes do meu casulo, mercado e farmácia.tomando os devidos cuidados, aqui na minha cidade ainda não morreu ninguém.tomará tudo passe logo, bj
  2. luisa25 de abril de 2020 às 18:11 Supermercado e farmácia são mesmo os únicos sítios que visitamos por estes dias, lenalima.
    1. Gaja Maria25 de abril de 2020 às 00:19É como tudo Luisa, quanto menos... tudo, menos vontade temos e apesar de termos saudades de várias coisas, já quase as estranhamos.Bjs
  3. luisa25 de abril de 2020 às 18:12 É isso mesmo, GM. Temos vontade de voltar à nossa vida habitual, mas custa-nos concretizar esse regresso. Quem haveria de dizer... :)
    1. noname25 de abril de 2020 às 00:39 Devagarinho reaprendemos, com a vantagem de estarmos vivas :-) Boa noite
  4. luisa25 de abril de 2020 às 18:14 Sim, noname, aos poucos retomaremos a nossa vida. Caramba, o covid há de ser dominado. :)
    1. vieira calado25 de abril de 2020 às 03:13 Olá, boa noite! E sabe-se lá o que isto vai durar... Saudações poéticas!
  5. luisa25 de abril de 2020 às 18:15 Viva, Vieira Calado! Sabemos que não vai ser pouco tempo...
    1. bea25 de abril de 2020 às 06:41 o desconfinamento, como é previsível, não vai ser muito melhor que a fase actual. Há uma loucura calada em tudo isto.
    1. luisa25 de abril de 2020 às 18:16 Si, bea, vamos ter muitas restrições. Temos de reaprender a viver em sociedade e de uma forma diferente.
    2. Portugalredecouvertes25 de abril de 2020 às 12:04 È isso mesmo Luisa! eu também tenho receio de pegar no carro e trocar o travão pelo acelerador!!! 
  6. luisa25 de abril de 2020 às 18:18 Cada vez que saio, Ângela, é numa pressa enorme de logo voltar para casa. Que coisa...
    1. LuisY26 de abril de 2020 às 14:12 Luisa Muito bem observado. Creio que todos teremos dificuldade em sair dos nossos casulos e regressar a uma vida normal. Pela minha parte, creio que me desabituei de falar e confesso, que como tenho alguma tendência à insularidade, este confinamento não deixa de me saber bem. Bjos
  7. luisa26 de abril de 2020 às 15:27 É uma sensação estranha, LuisY. Mas sou de me adaptar razoavelmente bem às mudanças, por isso espero ultrapassar estes receios que agora me habitam. :)
    1.  Dulce Delgado26 de abril de 2020 às 15:40 É curiosa essa situação...que ainda hoje se passou em minha casa. Desde ontem que estamos a precisar de ir ao supermercado...seria hoje, mas não vai ser...mas já combinamos que terá que ser amanhã, sem falta. Não é difícil sairmos para ir ver um pouco de natureza e mexer as pernas, mas as idas ao supermercado, momentos que antes eram perfeitamente banais, agora deixaram de o ser. E então evitam-se quase inconscientemente.
  8. luisa26 de abril de 2020 às 15:49 É a noção que temos do risco, Dulce. Ir ao supermercado leva-nos a estar em contacto com mais pessoas, mesmo com a tal distância de segurança, tocamos em n superfícies, o medo faz-nos desconfiar de tudo e de todos. Dizem, e é mesmo isso, o medo paralisa.

Tiago 4.14




"Vós não sabeis o que sucederá amanhã.
Que é a vossa vida ?
Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. "

28 de abr. de 2020

Gripezinha do Presidente Bolsonaro mata 474 brasileiros nas últimas 12 horas



Brasil ultrapassa China

no número de mortes


'E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’, 




diz Bolsonaro sobre mortes por
 coronavírus no Brasil.




"Eu sou messias , mas não faço milagres"



27 de abr. de 2020

Gestos de grandeza




Na Itália se assinala a 25 de abril a libertação do fascismo e o fim da guerra em 1945, data habitualmente celebrada tanto oficialmente como popularmente nas ruas ao som da Bella Ciao. Por causa do confinamento imposto pela pandemia que tem massacrado o País, o Presidente Matarella apresentou-se perante o País, sozinho e de máscara, tal como os seus concidadãos, no "altar da Pátria", em Roma, para celebrar, sem palavras, o 75º aniversário da Libertação.
Há gestos que valem mil palavras. Uma imagem de enorme grandeza!

causa-nossa


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Boa Noite 247 (26.4.20) - Vem aí a CPI do Moro?



26 de abr. de 2020

Encontre Paulo Guedes na foto oficial



Este é Paulo Guedes




Está a Foto oficial





Um
 ministro
 disfarçado 

 Máscara,



 sem gravata e
sem paletó



Por que Paulo Guedes diferencia
 no traje, nas palmas e disfarça 
na saída do presidente?

Completamente Fora do Tom.

Capitão não gosta não!


1946 - Vicente Celestino - O Ébrio



Do Filme "O Ébrio"

Dentadas


PRENDER POLÍTICO É
QUE NEM PEIDO,VOCÊ
PRENDE,PRENDE,MAS
ACABA SOLTANDO.

CACO DENTÃO

25 de abr. de 2020

Eduardo Dussek - Nostradamus



Lula


247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que Jair Bolsonaro só chegou à presidência da República após Sérgio Moro condenar o petista sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP). O ex-presidente fez a postagem no Twitter após um confronto de disputa da opinião pública entre Bolsonaro e Moro, após o ex-juiz pedir demissão do ministério da Justiça devido à exoneração de Maurício Valeixo da Diretoria-Geral da Polícia Federal. 
"Não pode haver inversão da história. O Bolsonaro é filho do Moro, e não o Moro cria do Bolsonaro. Nessa disputa toda, os dois são bandidos, mas é o Bolsonaro que é a cria e não o contrário. E os dois são filhos das mentiras inventadas pela Globo", afirmou o ex-presidente no Twitter.

Um se apresenta e o outro se esconde. Quem entra e quem sai?


'vedete do impeachment" (A próxima novela da Globo )


Ligação de Moro com a Globo prevaleceu e ele quer ser 'vedete do impeachment', diz cientista político



Sputnik News - Segundo cientista político Carlos Eduardo Martins, a demissão de Sergio Moro deve afetar de forma profunda a situação política no Brasil.

Na manhã desta sexta-feira (24) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão do cargo após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ocorrida à sua revelia e sem a sua anuência.


Sergio Moro acusou Jair Bolsonaro de agir politicamente
 na Polícia Federal, deixando em aberto ao público o seu
 próprio futuro, bem como o futuro do governo Jair Bolsonaro.

O cientista político Carlos Eduardo Martins, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, acredita que a demissão de Sergio Moro agrava as fraturas já existentes nas elites brasileiras em relação ao governo de Jair Bolsonaro. Para ele, a gestão macroeconômica realizada pelo ministro da economia Paulo Guedes está sendo "um desastre", acentuado pela pandemia do coronavírus.

"Governo Bolsonaro joga sobre as costas dos
 trabalhadores todo o peso da solução ou 
da suposta solução dessa crise através da
 aceitação das iniciativas de abandono da
 quarentena e exposição dos trabalhadores
 brasileiros à política do genocídio", disse o 
professor para Sputnik Brasil.

O cientista político ressaltou as tensões entre o Grupo Globo e Bolsonaro desde o início do governo. Assim, a Globo seria representante do establishment tradicional e o grupo em torno do governo Bolsonaro seria um grupo emergente, ligado "à face mais agressiva do imperialismo norte-americano", disputando o controle sobre o Estado brasileiro. Nesse contexto, Moro seria uma figura híbrida, "que circula entre essas duas vertentes".

Um
 homem
que deve muito
de sua carreira à projeção
 recebida do Grupo Globo. Então
acho que, nesse momento de desgaste
 do governo Bolsonaro, pesou essa vinculação
de Sergio Moro com o Grupo Globo, que deve entrar
 num confronto de morte com Bolsonaro em função da 
questão da renovação da sua concessão para funcionar
 como grupo midiático no Brasil".

Segundo Martins, o governo perde parte de sua base política com a demissão do ex-juiz da Lava Jato, pois Bolsonaro foi "resultado da culminação do golpe de 2016", que partiu de atores que antecederam o político.

"O governo perde parte de sua base de apoio, mas a direita do Brasil se estilhaça entre um grupo liderado por uma direita tradicional que deu o golpe em 2016 e um grupo emergente, associado ao governo Bolsonaro", argumenta o acadêmico.

Interferência na Polícia Federal

Apesar das declarações de Sergio Moro, feitas na manhã desta sexta-feira, acusando o presidente de ingerência nos assuntos da polícia,
Carlos Eduardo Martins
afirmou que essa prática
também era praticada pelo
ex-juiz.

Martins citou o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), segundo o qual Moro sempre atuou como instrumento de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal em diversas situações, como no caso de
bloqueio de investigações sobre
 envolvimento de Flávio Bolsonaro
 em esquemas de "rachadinha" em
 sua época de deputado estadual no
 Rio de Janeiro, bem como na intervenção
 em investigações sobre o mandante do
 assassinato da vereadora Marielle Franco.

"Há muito tempo Sergio Moro vem atuando como interventor do governo Bolsonaro na Polícia Federal. Agora Sergio Moro resolveu recuar e eu creio que esse recuo está associado às questões que eu mencionei anteriormente".

O acadêmico acredita que Moro busca ser "a vedete do processo de impeachment" e é o candidato natural da direita à sucessão presidencial em 2022. Já o governo Bolsonaro, segundo o especialista, "vai se aproximando do seu final precoce".

O professor acrescentou que as Forças Armadas provavelmente devem se afastar de Bolsonaro e transferirão todo seu apoio ao vice-presidente Hamilton Mourão.

"Até porque o sucessor de Bolsonaro é Mourão. Mourão é um homem de carreira militar muito mais extensa, louvável, do ponto de vista corporativo e institucional, que a de Bolsonaro. Então Mourão é um homem que tranquiliza as inquietudes dentro das Forças Armadas", explicou Martins.

O cientista político acredita que um processo
de impeachment de Bolsonaro "vai
sangrar a direita internamente" e
 vais ser um processo
 de muito fogo
 cruzado
.
"A esquerda
 tem que ter inteligência,
 ousadia e iniciativa para tirar
partido dessa conjuntura e voltar a
influenciar a opinião pública no Brasil",
concluiu o entrevistado.