Mujica, senador e ex-presidente uruguaio renunciou à sua cadeira no Senado nesta terça-feira (20) e retirou-se da política ativa.
Suas últimas palavras foram dirigidas aos jovens:
Antônio Carlos MG - Brasil
Enquanto
muitos países da Europa estão voltando a restringir atividades sociais e
determinando isolamentos após registrarem aumentos recordes de casos, a Nova
Zelândia, por exemplo, passou ao seu nível de alerta mais baixo.
No
entanto, essa estratégia para lidar com o coronavírus é, na opinião de diversos
cientistas, limitada demais para deter o avanço da doença.
“Todas
as nossas intervenções se concentraram em cortar as rotas de transmissão viral
para controlar a disseminação do patógeno", escreveu recentemente em um
editorial Richard Horton, editor-chefe da prestigiosa revista científica The
Lancet.
Mas a
história de covid-19 não é tão simples.
Por um
lado, diz Horton, existe o Sars-CoV-2 (o vírus que causa a doença covid-19) e,
por outro, uma série de doenças não transmissíveis. E esses dois elementos
interagem em um contexto social e ambiental caracterizado por profunda
desigualdade social.
Essas
condições, argumenta Horton, exacerbam o impacto dessas doenças e, portanto,
devemos considerar a Covid-19 não como uma pandemia, mas como uma sindemia.
Não é
uma simples mudança de terminologia: entender a crise de saúde que vivemos a
partir de um quadro conceitual mais amplo abre caminho para encontrar soluções
mais adequadas.
Um
mais um é mais do que dois
O
termo sindemia (um neologismo que combina sinergia e pandemia) não tão novo assim.
Foi
cunhado pelo antropólogo médico americano Merrill Singer na década de 1990 para
explicar uma situação em que “duas ou mais doenças interagem de tal forma que
causam danos maiores do que a mera soma dessas duas doenças”.
“O
impacto dessa interação também é facilitado pelas condições sociais e
ambientais que, de alguma forma, aproximam essas duas doenças ou tornam a
população mais vulnerável ao seu impacto”, explica Singer em entrevista à BBC
News Mundo (serviço em espanhol da BBC).
A
interação com o aspecto social é o que faz com que não seja apenas uma
comorbidade.
O
conceito surgiu quando o cientista e seus colegas estavam pesquisando o uso de
drogas em comunidades de baixa renda nos Estados Unidos, há mais de duas
décadas.
Eles
descobriram que muitos dos usuários de drogas injetáveis sofriam de uma série de outras doenças (tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, entre
outras), e os pesquisadores começaram a se perguntar como estas coexistiam no corpo.
Acabaram concluindo que, em alguns casos, a combinação amplificou o dano.
No
caso da covid-19, "vemos como ela interage com uma variedade de condições
pré-existentes (diabetes, câncer, problemas cardíacos e muitos outros fatores)
e vemos uma taxa desproporcional de resultados adversos em comunidades
desfavorecidas, de baixa renda e de minorias étnicas", explica Singer.
Doenças
como diabetes ou obesidades — que são fatores de risco para a covid-19 — são
mais comuns em indivíduos de baixa renda, afirma Tiff-Annie Kenny, pesquisadora
da Universidade Laval, no Canadá, em entrevista à BBC News Mundo. Ela trabalha
no no Ártico com populações afetadas por insegurança alimentar, mudanças
climáticas e condições de moradia que dificultam o cumprimento das
recomendações sanitárias, como lavar as mãos ou manter distância social.
Mas
não é esse o caso da maioria das doenças? Na maioria das vezes, elas não têm um
impacto maior em grupos sociais com acesso menor a saúde, alimentação, educação
e higiene? Elas não são quase sempre ampliadas quando combinadas com outras ou
com uma condição médica presente?
Quanto
à interação biológica, nem sempre é assim, enfatiza a cientista.
"Há
cada vez mais evidências de que a gripe e o resfriado comum são
contra-sindêmicos. Ou seja, a situação não piora. Se uma pessoa está infectada
com os dois vírus, uma das doenças não se desenvolve."
E
quanto ao aspecto social, o elemento-chave no caso de uma sindemia é que ela
agrega a interação de doenças.
Mudança
de estratégia
Analisar
a situação pelas lentes da sindemia, diz Kenny, permite passar da abordagem
clássica da epidemiologia ao risco de transmissão para uma visão da pessoa em
seu contexto social.
"Se
realmente quisermos acabar com esta pandemia cujos efeitos têm sido
devastadores nas pessoas, na saúde, na economia ou com futuras pandemias de
doenças infecciosas (vimos uma após a outra cada vez mais frequente: Aids,
ebola, Sars, zika e agora covid-19), a lição é que temos que lidar com as
condições subjacentes que tornam um sindicato possível", diz Singer.
“Temos
que lidar com os fatores estruturais que dificultam o acesso dos pobres à saúde
ou a uma alimentação adequada”, acrescenta.
"O
risco de não fazer isso é enfrentar outra pandemia como a covid-19 no tempo que
leva para uma doença existente escapar do mundo animal e passar para os
humanos, como foi o caso do ebola e do zika, e que continuará a ocorrer à
medida que continuarmos a invadir o espaço das espécies selvagens, ou como
resultado da mudança climática e do desmatamento."
O
editor do Lancet, Richard Horton, é conclusivo: "Não importa quão eficaz
seja um tratamento ou quão protetora seja uma vacina, a busca por uma solução
puramente biomédica contra a covid-19 vai falhar."
E ele conclui: "A menos que os governos elaborem políticas e programas para reverter profundas disparidades sociais, nossas sociedades nunca estarão verdadeiramente protegidas da covid-19."
Uma boa nutrição é fundamental para prevenir doenças. E a covid-19 não seria uma exceção
"A alimentação é o maior risco do coronavírus e ninguém está
falando disso."
A afirmação é da endocrinologista argentino-americana Mariela
Glandt, que acaba de publicar o livro How To Eat In The Time Of Covid-19: Begin
Improving Your Metabolic Health (Como comer nos tempos de covid-19: Comece a
Melhorar Sua Saúde Metabólica, em tradução livre)
Glandt, que se formou nas universidades de Harvard e Columbia, nos
Estados Unidos, é especialista em diabetes, uma das condições médicas que,
junto com doenças cardiovasculares, obesidade e problemas respiratórios, fazem
com que as pessoas infectadas com covid-19 corram mais risco de morrer.
A exemplo do que vários outros pesquisadores que estudam o vírus desde o início da pandemia dizem, ela acredita que nosso sistema imunológico deve ser fortalecido para que, se contrairmos a covid-19, as consequências sejam muito mais leves.
E, para fortalecer nosso sistema imunológico, a chave está na
alimentação. Para saber como comer durante a pandemia, conversamos com Mariela
Grandt.
Por que você diz que existe um risco do coronavírus que ninguém
fala? Qual é esse risco?
O risco é a síndrome metabólica.
Vemos que quem tem mais chances de ir para UTIs são as pessoas,
além dos idosos, com hipertensão, doenças cardiovasculares, obesidade e
diabetes.
Eles sofrem de síndrome metabólica. E isso aparece repetidamente
como fator de risco para morte por coronavírus.
Mariela Glandt é edocrinologista especializada em diabetes e acaba
de publicar o livro 'Como comer nos tempos de covid-19'
Podemos controlar esses riscos com muito mais facilidade do que
você pensa e podemos reverter isso em quatro semanas.
Existem bons estudos que demonstram isso e tenho centenas de
pacientes que comprovam.
No momento, estamos todos petrificados pensando em como evitar ser
mais uma vítima da covid-19. Aproximadamente 80% das pessoas infectadas não
ficam bem, mas também não morrem. Entretanto, 20% apresentam complicações
graves.
O objetivo é ajudar as pessoas a melhorar o sistema imunológico
para serem capazes de combater o coronavírus caso sejam infectadas.
A síndrome metabólica é definida quando uma pessoa apresenta 3
destes 5 elementos: pressão alta, açúcar alto, obesidade, triglicerídeos altos
e colesterol bom baixo.
Apenas 12% dos adultos americanos não apresentam nenhum desses
sintomas, de acordo com pesquisas. Pelo menos entre 60% e 70% da população têm
essa síndrome.
Há uma epidemia que está agravando o coronavírus, que é a comida de
má qualidade que ingerimos.
Nos últimos anos, comemos alimentos com tanto açúcar e tantos óleos
vegetais que não são realmente alimentos. Isso nos deixou doentes.
Então, estamos com pressão alta, obesidade, diabetes galopante, ou
pré-diabetes muito alta, por causa do que comemos. E a isso é somado um vírus.
Quando a síndrome metabólica está presente, ela causa uma
inflamação crônica. Se você já está em um estado de inflamação crônica, então
você não pode obter a defesa que precisa contra o vírus.
Se o vírus se instala em um corpo que não está nas melhores
condições, ficamos gravemente doentes.
Como comer em tempos de covid-19?
O mais importante é começar a comer comida real, de verdade.
Quando você vai ao supermercado, tudo o que está perto das paredes
geralmente é comida de verdade. E tudo no meio é geralmente mais industrial.
Nos corredores nas laterais do supermercado geralmente estão os
alimentos dos quais precisamos, diz Glandt
O que quero dizer com isto? Coma vegetais, frango, peixe, carne,
ovos, laticínios e gordura.
Tudo o que tem baixo teor de gordura tem alto teor de açúcar e isso
não é bom para nós. Você pode adicionar café... mas quase não precisará ir até
o meio do supermercado.
Como comer hoje quando muitas vezes você não sabe o que a comida
tem, como é feita e às vezes não conseguimos decifrar os rótulos
Estamos em uma crise.
Eu apoio comer orgânicos sempre que possível. É caro, mas é um bom
investimento. Vale a pena porque a qualidade da comida é importante.
Se você não consegue ler o que está escrito na embalagem, não
compre. Não vai te fazer bem. Essa é minha regra.
Por que você diz que devemos evitar sucos de frutas?
Nada aumenta seu açúcar mais rápido do que um smoothie ou suco de
fruta.
Por exemplo, você toma um suco de laranja e há 5 laranjas
espremidas que são puro açúcar e água.
Pergunte a um diabético o que acontece quando ele bebe um copo de
suco de laranja. O nível de açúcar no sangue dispara.
O pior é a concepção de acreditar que você está tomando algo que te
faz bem.
Primeiro, é melhor comer a fruta do que tomá-la. E em segundo
lugar, não coma tanta fruta. Quando trato meus pacientes, eu as elimino
completamente. É o doce da natureza.
Consumir sucos de frutas aumenta significativamente o nível de
açúcar no sangue
Alguma outra dica para melhorar nossa dieta em meio à pandemia?
Tomar consciência do que você coloca em seu corpo.
Não existem carboidratos essenciais. O corpo sabe exatamente como
produzir todo o açúcar que ele necessita. O cérebro sabe exatamente como viver
sem comer carboidratos.
Claro que não precisa ser assim a vida toda.
Desde o surgimento da agricultura, começamos a comer mais
carboidratos, mas não açúcar. O açúcar estava apenas nas frutas e no mel.
Isso de comer açúcar todo o tempo está nos adoecendo.
“Pajelança online vagando
neste universo em rede.
Textos e imagens consumidos
e que só se juntam aqui.
Como em tudo que é feito tem
um pouquinho de quem faz,
uma ou outra imagem, um ou
outro texto são por pura distração.
Alguns blogs são presos, pessoais.
Outros são soltos, são rios.
De um jeito só, vou nadando
entre estrelas,
sem nenhuma necessidade
de um grande Sol.”
Iluminação Pública Municipal
(32) 3332-
http://codamma.com.br/pagina/9875/Ilumina%C3%A7%C3%A3o%20P%C3%BAblica