3 de fev. de 2018
ainda podem
A colônia europeia do sul do Brasil, os empresários judeus do sudeste e uma classe média midiática condenaram Lula, o nordestino brasileiro que livrou o povo da fome e levou a economia brasileira para o topo do mundo. Porque abriram os olhos para o partido dos trabalhadores, o partido do Lula, se a luz que clareou a imundice distinguiu um mar de sombras. O que pode motivar o invasor insano há promover a instabilidade emocional e econômica de toda uma nação, se não o interesse de usurpar o poder? Um povo rico, lamentavelmente caído pelo bloqueio de sua cultura, não se formou para reagir e manter levantada sua bandeira de independência. Quem realmente são os brasileiros vitimas das consequências destes genocídios temporais? Mesmo famintos, desconhecidos e humilhados, só eles, ainda podem parar esse êxodo.
Praticar yoga... a -40º C
Russas na Sibéria fazem
sucesso na internet por praticar yoga... a -40º C
Para os que buscam
motivação para se exercitar durante os meses de inverno, aqui estão duas
grandes inspirações. Duas meninas de uma cidade distante na Sibéria fazem yoga
a temperaturas muito inferiores a zero.
Tynda é uma cidade conhecida por uma importante junção ferroviária,
informalmente referida como a capital do Baikal-Amur Mainline (BAM). A cidade
tem um clima subártico com invernos severamente frios. No entanto, isso não
impediu duas entusiastas da yoga de desfrutar da prática ao ar livre.
Julia e Ekaterina
pretendem tornar a ioga popular em Tynda e para conquistar o objetivo, elas
mostram nas redes sociais que é possível praticar os exercícios em qualquer
local da região.
"A yoga não é tão desenvolvida e popular aqui em
Tynda. No entanto, pensamos em mudar as atitudes em relação a isso e
decidimos que precisávamos de fotos fortes que atraíssem a atenção", disse
Julia ao Siberian Times.
Tynda não tem
edifícios arquitetônicos impressionantes, mas a área é cercada por natureza e
geada severa, aspectos dos quais as garotas resolveram tirar
vantagem. Julia e Ekaterina são vistas em imagens undo uniformes esportivos,
como tops, leggings e tênis. Isso não é suficiente para mantê-los aquecidas em
uma cidade onde as temperaturas podem cair abaixo de —40 graus.
No entanto,
as garotas montam um "plano completo de sobrevivência" antes de
iniciar as sessões de foto. O truque é estacionar um carro próximo das
locações com o aquecedor ligado: assim, entre uma foto e outra dá tempo de se
reaquecer e não morrer de frio.
Revolta popular e eleições no Brasil
A ideia
era acabar com
a
corrupção no Brasil.
Assim
queriam os brasileiros.
Mas
o Brasil é um país capitalista
de
população bastante miscigenada.
Todos
os corruptos do
mundo
estão ativos aqui.
Os
corruptos são muito fortes.
Depois
de todos os esforços,
depois
de tanto ódio,
é inacreditável,
mas ainda
2 de fev. de 2018
[...] texto de Felipe Milanez (Genocídio na selva, o massacre a nações indígenas)
Rita, uma índia Piripkura, é sobrevivente do crime de
genocídio. Nos conhecemos em uma fazenda que fica entre os estados do Mato
Grosso e Amazonas. Ela fala português com dificuldade, e eu não falo nada de
sua língua, o tupí-kawahíb. Conversamos por pouco mais de uma hora. Ela
alterava sorrisos e olhares de profunda tristeza. Suas expressões não pareciam
estar diretamente ligadas ao significado de suas palavras, como se essas
tivessem um sentido diferente para ela. Rita me contou sobre o massacre sofrido
por sua tribo há cerca de 30 anos. Homens armados invadiram sua aldeia de
madrugada. Sua tia foi morta a tiros enquanto dormia na rede. Seu pai foi
decapitado, assim como várias crianças, homens e mulheres da tribo. A aldeia
foi incendiada. Rita conseguiu fugir, mas depois de um tempo vagando pela
floresta acabou sendo forçada a conviver com a nossa sociedade. E teve a pior
recepção possível. Foi escrava de peões de uma fazenda madeireira, onde
prestava serviços sexuais e domésticos até ser resgatada pela Funai (Fundação
Nacional do Índio) em 1984.
Por mais de 20 anos Rita foi considerada a única sobrevivente de sua tribo. Até que em 2007 dois índios Piripkura-Tucan e Monde-í-foram encontrados na floresta graças a expedições organizadas pela Funai chefiadas pelo experiente sertanista Jair Candor.
Há menos de mil quilômetros da fazenda onde encontrei Rita, passei uma tarde na Terra Indígena Omerê, no Sul de Rondônia, com uma família Kanoê. Lá, o pequeno Bakwa de sete anos brincou de atirar flechas com seu tio Purá, que lhe ensinava a arte da caça, e recebeu colo e carinho de sua mãe, Tiramantu. Os três são os únicos sobreviventes de sua tribo, também vítima de um massacre. Os Kanoê dividem as terras de 40 mil hectares com os Akuntsú, que já foram um povo numeroso e habitou um vasto território. Hoje, a tribo tem apenas cinco remanescentes. Um deles é Popak, um homem brincalhão e divertido, que fez cara feia quando apontei uma cicatriz nas suas costas-marca de um tiro que levou quando a tribo foi atacada. Konibu é o líder do grupo, um xamã que gosta de cheirar rapé. Além deles, a mulher de Konibu e suas duas filhas. Talvez uma delas um dia se case com o Bakwa. Em outubro do ano passado, morreu a senhora mais velha, irmã de Konibu. Morreu de tristeza, deitada em sua rede e recusando comida e bebida depois de ter passado um mês em tratamento de infecção respiratória em um hospital da região.
Esses genocídios praticados contra povos indígenas na Amazônia brasileira tiveram início durante a ditadura militar, quando a região foi dividida para colonização e nela foram estabelecidas grandes propriedades rurais. Os massacres aconteceram na sua maioria no fim da década de 70 e duram até hoje, com menor intensidade, mas não menos brutalidade. Eles são praticados por grileiros e fazendeiros e suas vítimas ocupam territórios reivindicados por eles.
MANIFESTO ANTROPÓFAGO - Oswald de Andrade (Revista de Antropofagia, Ano I, No. I, maio de 1928.)
O que atropelava a verdade era a roupa, o
impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem
vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e
amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos
traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem
coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano,
fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, uma
rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência
enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr.
Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a
Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do
homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos
do homem.
A idade de ouro anunciada pela América. A idade
de ouro. E todas as girls.
Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da
Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução
Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos..
Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um
direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.
Mas nunca admitimos o nascimento da lógica
entre nós.
Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro
empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no
papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro.
Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.
O espírito recusa-se a conceber o espírito sem
o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o
equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.
Só podemos atender ao mundo orecular.
Tínhamos a justiça codificação da vingança. A
ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu
em totem.
Contra o mundo reversível e as idéias
objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo
vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E
o esquecimento das conquistas interiores.
Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.
Roteiros. Roteiros. Roteiros.
O instinto Caraíba.
Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte
do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência.
Conhecimento. Antropofagia.
Contra as elites vegetais. Em comunicação com
o solo.
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval.
O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas
óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.
Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua
surrealista. A idade de ouro.
Catiti Catiti
Imara Notiá
Notiá Imara
Ipeju*
A magia e a vida. Tínhamos a relação e a
distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos
transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.
Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele
me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem
chamava-se Galli Mathias. Comia.
Só não há determinismo onde há mistério. Mas
que temos nós com isso?
Contra as histórias do homem que começam no
Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão.
Sem César.
A fixação do progresso por meio de catálogos e
aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.
Contra as sublimações antagônicas. Trazidas
nas caravelas.
Contra a verdade dos povos missionários,
definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira
muitas vezes repetida.
Mas não foram cruzados que vieram. Foram
fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e
vingativos como o Jabuti.
Se Deus é a consciênda do Universo Incriado,
Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.
Não tivemos especulação. Mas tínhamos
adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um
sistema social-planetário.
As migrações. A fuga dos estados tediosos.
Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o
tédio especulativo.
De William James e Voronoff. A transfiguração
do Tabu em totem. Antropofagia.
O pater famílias e a criação da Moral da
Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de
autoridade ante a prole curiosa.
É preciso partir de um profundo ateísmo para se
chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.
O objetivo criado reage com os Anjos da Queda.
Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?
Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o
Brasil tinha descoberto a felicidade.
Contra o índio de tocheiro. O índio filho de
Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.
A alegria é a prova dos nove.
No matriarcado de Pindorama.
Contra a Memória fonte do costume. A
experiência pessoal renovada.
Somos concretistas. As idéias tomam conta,
reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras
paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e
nas estrelas.
Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de
D. João VI.
A alegria é a prova dos nove.
A luta entre o que se chamaria Incriado e a
Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor
cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo
sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade.
Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz
em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por
Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual.
É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna
eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e
transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos
pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos
chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos
agindo. Antropófagos.
Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do
céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de
São Paulo.
A nossa independência ainda não foi proclamada.
Frape típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes
que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o
espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.
Contra a realidade social, vestida e opressora,
cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem
prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.
Tocando pedrinhas com OSWALD DE ANDRADE
Raios de mundo velho’
Antes
dos europeus enventarem o Brazil,
Pindorama era
a terra onde
vivia a
felicidade.
padrin pajé
25 de jan. de 2018
Brizola: ‘Julgamento de Lula foi um teatro’ - Por Marceu Vieira, em seu blog (imaginária entrevista, com as pitadas de humor)
Em nova alucinação, o cronista digital voltou a
entrevistar sua lembrança de Leonel Brizola
– desta vez, no dia da condenação de Lula
em segunda instância.
Entrevista:
Governador, daí onde está agora, o senhor acompanhou o julgamento
do Lula?
Sim, Romeu. Eu, de
cá onde estou, a tudo assisto e tudo ouço. Vi tudo isso com grande apreensão e
tristeza. Francamente, sinto muita tristeza. Este velho coração, já parado,
ficou mais engelhado, tu podes acreditar. Vi tudo isso, principalmente, com a
preocupação de quem não pode mais estar aí para manifestar a sua indignação.
Por isso, mais uma vez, pedi permissão aos líderes do universo, que um dia tu,
que és novilho precoce, também saberás quem são, para acompanhar mais esse
calvário, que não é só do Lula, creias, mas de todo o povo brasileiro. Pedi
permissão também para dizer através de ti, novilho precoce, como tantos que aí
vejo, algumas palavras.
Novilho precoce?
Tu me perdoes. Não
te ofendas, Orfeu. Novilho precoce é aquele abatido quando ainda não completou
30 meses. É como vejo os sonhos da tua geração. A tua geração foi abatida em
tantos sonhos desde que esses facínoras, não é verdade?, se aferraram ao poder
no fim da ditadura. Deu-se, então, a ditadura econômica, comandada por esses
filhotes da ditadura militar. Houve a vitória do povo com Lula, depois com a
dona Dilma, mas, no fundo, tisc, no fundo, eles, os facínoras, estiveram sempre
ali, de prontidão, o tempo todo, comandando os carreiros com suas varas finas,
a guiar a boiada rumo ao abatedouro da ditadura econômica. Francamente,
acredito que o PT, num dado momento, achou que a fatura já estava ganha e deu
rédeas a esta gente. Eu sinto pena de ti e de tantos novilhos precoces abatidos
em seus sonhos. E sinto, sobretudo, creias, uma profunda dó do Brasil.
O julgamento do Lula foi injusto?
Só a maldição do
Coisa Ruim poderia fazer alguém, em sã consciência, acreditar que o que se
passou com o Lula transcorreu de uma maneira limpa e justa. Francamente! Lula,
vá lá, cometeu por aí os seus equívocos. Pecados veniais. Francamente, Lula
costeou o alambrado algumas vezes, e até ultrapassou a cerca em ocasiões
importantes, fazendo festa de cusco interessado num naco de carne, ou mesmo
cegando os olhos para os donos do poder econômico e político, que ameaçavam a
sua governabilidade. Mas, a rigor, não vejo em nada um crime que justifique
esse calvário imposto pelo juiz Louro ao ex-presidente.
O senhor fala do juiz Moro?
Alfeu, perdoes este
velho já morto, que vem de longe, e ainda não se habituou ao nome do
magistrado. Mas, francamente, com todo o respeito aos louros, ele, o juiz, está
mais para Louro, a ave, não é verdade?, aquele que reproduz o que o dono repete
e não pensa nem sabe o que diz. Só reproduz o que lhe ensinam na repetição.
O juiz Moro estaria a serviço de que dono?
Francamente, a
rigor, não vejo de outra forma. Ele, o Mouro, não parece ter a virtude da
isenção, que se presume que os magistrados devam ter. Está claro, nas suas
decisões, a quem ele serve. Veja como ele se comporta com os do lado de lá!
Chega a ser perigoso para o Judiciário ter o destino do Brasil nas mãos desse
jovem juiz, cujo objetivo, a mim me parece, é apenas o de esmagar Lula e suas
possibilidade de retorno à Presidência. E a quem interessa que Lula esteja fora
da disputa?! Não sei quais são as convicções políticas do meritíssimo, o que
ele supõe como país ideal para os seus filhos. Mas se tem tem rabo de jacaré,
dente de jacaré, couro de jacaré, só pode ser jacaré! Vejo essa artilharia
contra o Lula diferente do bombardeio daquele cantor, por exemplo, o Tigrão,
francamente, que ataca, ataca, ataca com sua língua afiada, e nada propõe para
pôr no lugar do que deseja desconstruir. Essa gente a que o juiz Louro serve
sabe muito bem o que quer perpetuar.
Quem é esse Tigrão, governador?
O cantor… Eu não
saberia classificar. Funkeiro talvez não seja. Acho que é do iê-iê-iê, uma
espécie de astro do iê-iê-iê brasileiro, que anda apartado da grande mídia. Ele
tem uma música que admiro, que diz: “A vida passa na TV.” Nem sempre a vida
real passa na TV. Mas este verso desse Tigrão, na verdade, diz um pouco do meu
sentimento.
Governador, não seria Lobão?
Sim, é esse. Peço
perdão a ele pelo meu engano, Aristeu.
Marceu, governador.
Ah, quanto a ti, já
me desculpei muitas vezes. Sempre troquei teu nome. Tu me desculpes, Marcel.
Mas deixe-me concluir. O juiz não é como esse Tigrão, que expõe seu desejo de
demolir tudo isso que aí está sem oferecer uma alternativa capaz de estancar o sangue
do povo brasileiro. Tu sabes que eu também jamais morri de amores pelo Lula. Há
questões fundamentais nas quais divergimos ao longo de toda a minha passagem
por este plano. Mas não vejo no Brasil alternativa melhor neste momento do que
o Lula. O povão humilde, as nossas crianças de pés descalços e canelas ruças,
as mulheres oprimidas, os nossos irmãos negros, quem melhor para olhar por
eles? Penso que esse seja o Lula. Por isso, os interésses econômicos o temem
tanto, porque querem o leite da vaca só para si! Quem melhor para estancar as
perdas internacionais que mantêm tudo isso que aí está?! No meu entendimento,
honestamente, o Lula.
Governador, o presidente Temer disse que…
Um momento, Argeu!
Tu me desculpes interromper. Não quero falar desse Temer. Esse Temer, a rigor,
não é nada! É um rito de passagem, um bonecão do posto, não é verdade?, tu me
entendes, um bonecão do posto que está ali, tisc…, está ali só para cumprir a
tarefa de quem de fato comanda as ações, que é o poder econômico, que é essa elite
apodrecida, que, daqui onde estou eu pressinto, um dia vai morrer de velha sem
que ninguém vá ao seu funeral! A rigor, é o que vai acontecer! A elite
brasileira vai morrer de velha, podre, sem que ninguém vá ao seu funeral!
Voltando ao julgamento, o senhor acreditava na possibilidade de
absolvição do Lula?
Veja, Pirineu. Como
se diz nos pampas, o cenário sempre esteve mais feio do que o diabo chupando
limão, não é verdade? Tudo se deu como o grande poder desejava que as coisas
sucedessem. Mas, honestamente, mantenho a minha fé no bom senso dos juízes que
ainda julgarão novos recursos do ex-presidente. A mim, sempre pareceu
improvável o cenário de 3 a 0 a favor do Lula. Mas acreditava numa análise mais
equilibrada nessa segunda instância do que os 3 a 0 contra ele. Eu me recolho
com grande tristeza depois de assistir ao que assisti em Porto Alegre.
O aumento da pena de Lula, na sua opinião, sinaliza que…
Permita-me concluir.
O tempo é o maior de todos os juízes. O tempo também julgará esses desembargadores,
como também julgará o juiz Louro. Os regentes dessa sustentação ao juiz, a meu
ver, são mais assanhados do que lambari de sanga. São mais ásperos do que
língua de gato. Mas, a rigor, esse julgamento do Lula não passa de uma bazófia
para o juiz Mouro. Na verdade, foi um teatro apenas! Um teatro! A rigor, foi um
teatro, com final já previsto. Lula, para eles, já estava esgualepado que nem
cincha de bagual. Mas lhe asseguro, Doalcei, Lula é forte e resistirá. Disso,
creias, eu não tenho dúvidas. Confio que algo de positivo ainda vai de
acontecer.
No Judiciário?
Se não for pela ação
do Judiciário, será pelo poder das ruas.
O senhor acompanhou o comício do Lula e da Dilma em Porto Alegre na
véspera do julgamento?
Sim. Confesso que
assisti a tudo com muita alegria e saudade daquele cenário. Eu mesmo já estive
ali, diante de multidão até maior, modéstia à parte, proferindo as minhas
crenças e as minhas verdades. No meu último quarto de hora neste ambiente
terreno de vocês, era do que mais sentia falta, de falar co franqueza para o
nosso povão.
O senhor ainda acredita que Lula consiga se candidatar?
Veja, Ateneu. Quando
eu estava no exílio, e aqui ainda mal se falava em abertura política, ninguém
acreditava que o Leonel Brizola pudesse voltar e se eleger governador.
Sobretudo de um estado como o Rio de Janeiro, onde funcionava o intestino da
ditadura, não é verdade? No Rio de Janeiro, estava o intestino grosso da
ditadura! Mas este velho combatente, como tu sabes, desembarcou na Guanabara e
derrotou até mesmo a fraude! E tiveram de nos engolir! De modo que não duvido
das possibilidades do Lula. Uma nuvem escura se precipitou sobre o campo
popular, que é o nosso, que é o do Lula, mas a tempestade, tu creias, tisc…,
não dura para sempre. Nem o dilúvio de Noé durou para sempre. De modo que
mantenho a minha crença.
Fernando Brito.
Um
dos piores
problemas
do
autoritarismo
é
que
ele conduz
a
formulação de
uma
inabalável
convicção
de que
seus
desejos são
ou
devem ser a
realidade.
Mãe
O mundo está repleto
de influências corruptoras. A moda e os costumes exercem um forte poder sobre
os jovens. Se a mãe falta em seu dever de instruir, guiar e restringir, seus
filhos naturalmente aceitarão o mal, e se desviarão do bem.
A esfera de atividade da mãe pode ser humilde; mas sua
influência, unida à do pai, é tão duradoura como a eternidade. Depois de Deus,
o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na Terra. […] (A Colmeia)
24 de jan. de 2018
Condenado, Lula fica mais longe da eleição
Placar de 3 X 0 com
aumento de pena complica chances do ex-presidente na disputa presidencial, mas ex-presidente ainda
pode recorrer da decisão do TRF-4 para manter sua candidatura
O deputado Laerte Bessa (PR-DF) - por Leonardo Sakamoto
“Um dia, nós
chegaremos a um estágio no qual seremos capazes de determinar se a criança no
útero da mãe tem tendências criminais e, se sim, a mãe não será autorizada a dar
à luz.”
A declaração foi
feita por Laerte Bessa (PR-DF), relator do projeto de redução da maioridade
penal, ao jornal inglês The Guardian e resgatada pela revista Fórum.
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