Quem
controla
a notícia
no
Brasil?
por Olívia
Bandeira e
André Pasti, 2018
Imagem por Rafael Correa
Negócios desenvolvidos pelos principais grupos de mídia brasileiros revelam potenciais interesses por trás das agendas dos meios. A pesquisa Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil, publicada pelo Intervozes e pela Repórteres Sem Fronteiras, expõe que muitos dos veículos de maior audiência no país são também parte de grupos econômicos
Os veículos de
grande circulação costumam declarar em suas linhas editorais que buscam
informar de modo isento, apartidário e plural. Alguns de seus manuais ainda
advogam a necessidade de independência dos interesses de grupos econômicos e
políticos e de separação entre conteúdo jornalístico e publicitário, notícia e
opinião. No entanto, como apurou a pesquisa Monitoramento da Propriedade da
Mídia no Brasil (Media Ownership Monitor – MOM),1 publicada pelo
Intervozes e pela Repórteres Sem Fronteiras, muitos veículos de maior audiência
no país são também parte de grupos econômicos – além de políticos e religiosos
– que possuem interesses específicos.
O objetivo do
MOM-Brasil é deixar visível quem controla a mídia brasileira. O projeto mapeou
os cinquenta veículos ou redes de comunicação de maior audiência no país em
quatro segmentos: mídia impressa, on-line, TV e rádio. Esses cinquenta veículos
pertencem a 26 grupos de comunicação, e metade deles está sob o controle de
apenas cinco grupos: Globo, Bandeirantes, Record, Folha e o grupo de escala
regional RBS. Tal quadro indica uma alta concentração das maiores audiências
nas mãos de poucos proprietários. Além disso, os 26 grupos pesquisados possuem
negócios em mais de um tipo de mídia, o que configura a propriedade cruzada dos
meios de comunicação, uma das formas mais graves de controle monopólico do
setor.
A pesquisa
revela, porém, um quadro menos conhecido: 21 dos 26 grupos ou seus principais
acionistas possuem atividades em outros setores econômicos, como educacional,
financeiro, imobiliário, agropecuário, energético, de transportes,
infraestrutura e saúde. Somam-se a esses os interesses dos grupos de mídia de
escalas regional e local que, por meio do sistema de afiliadas, permitem que as
grandes redes de TV e de rádio cheguem a todo o território nacional e que os
grandes portais de internet atraiam audiência pela produção de conteúdo local.
que merda, em?>>>Leia mais: https://diplomatique.org.br/quem-controla-noticia-no-brasil/