Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

23 de jun. de 2016

Trabalho conjunto onde o que se destaca é só a ALEGRIA


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Blefes


Ninguém conhece a alma humana melhor do que um jogador de pôquer. A sua e a do próximo. Numa mesa de pôquer o homem chega ao pior e ao melhor de si mesmo, e vai da euforia ao ódio numa rodada. Mas sempre como se nada estivesse acontecendo. Os americanos falam do poker face, a cara de quem consegue apostar tendo um Royal Straight Flush ou nada na mão com a mesma impassividade, embora a lava esteja turbilhonando dentro. Porque sabe que está rodeado de fingidos, o jogador de pôquer deve tentar distinguir quem tem jogo de quem não tem e está blefando por um tremor na pálpebra, por um tique na orelha. Ou ultrapassando a fachada e mergulhando na alma do outro. Não se trata de adivinhar o caráter. Não é uma questão de caráter. O blefe é um lance tão legítimo quanto qualquer outro no pôquer. Os puros são até melhores blefadores pois só quem não tem culpa pode sustentar um poker face perfeito sob o escrutínio hostil da mesa. Há quem diga que ganhar com um blefe supõe ganhar com boas cartas e que é no blefe que o pôquer deixa de ser um jogo de azar, e portanto de acaso, e se torna um jogo de talento. Já fora do pôquer o blefe perde sua respeitabilidade. É apenas sinônimo de engodo, geralmente aplicado a pessoas que não eram o que pareciam ou fingiam ser. A história dos presidentes do Brasil desde Jânio tem sido uma sucessão de blefes. Jango também foi um blefe, na medida em que aparentava ter um poder que não tinha. O golpe de 64 foi um blefe para quem acreditou nele. Um blefe involuntário. Sarney não foi um blefe completo porque ninguém esperava que ele fosse muito diferente. Collor foi um blefe deliberado que manteve a versão política do poker face, que é uma cara-de-pau sustentada mesmo sob a ameaça do ridículo. E chegamos à social-democracia brasileira no poder, que pode até estar agradando a muita gente, mas é outro blefe em relação às expectativas que criou e ao que podia ter sido. Ou talvez esse blefe tenha uma história antiga, e a gente é que não tinha notado.

Luís Fernando Veríssimo, in As mentiras que os homens contam

Lula diz a militantes que este ano não haverá verba de empresas nas campanhas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à militância do PT que este ano será o primeiro em que o partido não usará verba de empresas nas campanhas. A determinação foi aprovada pelo Congresso na reforma política no ano passado e segue entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula falou a militantes na noite desta segunda-feira (20) no pré-lançamento da candidatura da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) à prefeitura do Rio, na Fundição Progresso.

“É a primeira eleição que a gente vai fazer sem financiamento empresarial. Isto significa que depois das pessoas baterem palmas, vão ter que enfiar a mão no bolso para contribuir com a campanha. Isto significa que nós vamos iniciar uma nova experiência política neste país. Eu estou convencido que é um momento histórico para nós, que vamos reaprender a valorizar o trabalho de base”, disse Lula.

Lula lembrou das suas primeiras campanhas políticas, em 1982, quando subia em cima de um caminhão e tinha de vender adesivos e camisetas do partido para poder financiar os comícios. “Eu acho que vai ser uma campanha que vai exigir mais organização, mais militância, mais dedicação, mais coração. Vai ter menos dinheiro, mas terá mais feijoada e mais caminhada”, disse Lula ao final do evento.

Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acompanharam e gravaram todo o encontro, para checar se houve campanha política extemporânea, pois o calendário eleitoral só permite divulgação oficial de candidaturas a partir de 45 dias antes do pleito.


Da Agência Brasil

O rei dos clássicos cariocas no Brasileirão - Leia mais:


Os reis dos clássicos estaduais no Brasileirão

Vasco

No Rio de Janeiro, o Vasco domina os clássicos locais. É o time com o maior número de vitórias (55) e com menos derrotas (45). O retrospecto do Vasco é positivo contra o Botafogo (19 vitórias, 10 derrotas e 16 empates) e contra o Fluminense (18 vitórias, 16 derrotas e 22 empates). Somente contra o Flamengo, o Vasco tem mais derrotas (18 vitórias, 19 derrotas e 19 empates), algo que só vai poder mudar no ano que vem, já que o time amarga o ano na Série B.


Além de ser recordista de vitórias, o Vasco também conseguiu grandes goleadas em clássicos. A maior delas veio em 2001. Um 5 a 1 contra o Flamengo, no Maracanã, com três gols do Romário, um do Euller e outro do Gilberto. Contra o Fluminense, a goleada que entrou para a história foi um 5 a 3, em 1985, com direito a três gols de Roberto Dinamite. Já o chocolate no Botafogo veio em 2004, num 4 a 0 com dois gols de Valdir e dois do sérvio Petkovic.

Torneio de Truco no "Treiler da Lelena"

Duplas vencedoras
Com tantas motos na cidade, um domingo seio de alegria, também fui até a praça curtir um pouco. O melhor foi a música. Música ruim tira qualquer um do ambiente. Ao chegar no centro percebi um movimento no Trailer de Hamburg da Lelena. Um Hamburg especial diga-se de passagem, e tem serviço de entrega, ai em sua casa. Aproximei e percebi que se tratava de um torneio de TRUCO. Tudo aberto ao público. Pura diversão. Achei bacana. Pessoas tomando iniciativa, criando opções de lazer para a galera. Não precisamos ficar esperando que só a prefeitura crie estes momentos. Pequei a câmara e registrei. Veja algumas fotos:







uma poesia/oração de Márcio Assunção lida no Satsanga


Minha fotoOração de Gratidão


Pai,
Ensina-me a nada pedir e a ser grato por tudo
Gratidão
Pelo meu nascimento, pelas condições em que nasci e pela minha família.
Gratidão
Pela minha infância. Hoje eu sei que tive o que precisei para traçar a trajetória da minha vida.
Gratidão
Pela minha juventude. Hoje eu sei o quanto ser jovem me ensinou a ter coragem, arriscar e seguir em frente.
Gratidão
Pelos desafios da vida adulta. Estou aprendendo que cada obstáculo é uma lição para meu crescimento.
Gratidão
Pelos sucessos e pelos acertos. Estou aprendendo que é preciso ter humildade para acolher os bons frutos.
Gratidão também
Pelos insucessos e pelos erros não intencionais. Estou aprendendo que a Vida é dual e também é preciso ter humildades para colher as ações que plantei no passado.
Gratidão
Pelas pessoas que me querem bem, pois me ensinam a amar e me motivam a seguir em frente.
Gratidão ainda maior
Pelas pessoas que me veem como desafeto e criam obstáculos na minha vida, pois são essas pessoas que me impulsionam mudanças e transformações profundas.
Gratidão
Pela minha velhice, presente ou futura. Estou aprendendo que envelhecer me prepara para a grande passagem e me torna maduro e quem sabe, mais sábio.
O que pedir quando reconhecemos que tudo respeita uma ordem Universal?


Não tenho mais nada a pedir.        
Só tenho a agradecer e reconhecer.
Pai, muito obrigada.

Com Elis Regina - O Bêbado e a Equilibristae / King Crimson - Moonchild - Lyrics & Caetano Veloso - cantando à capela





Moonchild

Call her moonchild
Dancing in the shallows of a river
Lonely moonchild
Dreaming in the shadow of the willow

Talking to the trees of the cobweb strange
Sleeping on the steps of a fountain
Waving silver wands to the night-birds song
Waiting for the sun on the mountain

She's a moonchild
Gathering the flowers in a garden
Lovely moonchild
Drifting on the echoes of the hours

Sailing on the wind in a milk white gown
Dropping circle stones on a sun dial
Playing hide and seek with the ghosts of dawn
Waiting for a smile from a sun child


21 de jun. de 2016

Yes - Beyond And Before = Rock, Progressivo



Sparkling trees of silver foam
Cast shadows in winter home,
Swaying branches breaking sound,
Lonely forest trembling ground.
Masquerading leaves of blue run circles round the morning dew,
Patterns understood by you, reaching out beyond and before.
Time, like gold dust, brings mind down to hidden levels underground,
Say a few words to the wind, that’s all that’s left of winter’s friend.

Reaching the snow in the days of the cold, casting a spell out of ice.
Now that you’re gone,
The summer’s too long and it seems like the end of my life
Beyond and before.

Time, like gold dust, brings mind down.

VIOLÊNCIA DÁ IBOPE – triste não é?


20 de jun. de 2016

CULTURA DO GOLPE

Todos processando o delator - Álvaro Dias é citado na Lava Jato e também promete processar delator – A República de Curitiba perdendo seus pilares – Caso não esteja envolvido em corrupção, saia disso! – Não tem interesse do povo envolvido nisso.

Qual a atitude tomada contra a corrupção? Petrobras? Os envolvidos já estão presos, aloprados do PT. A Presidente Dilma não se omitiu e cortou na carne. O resto é GOLPE. Passeata é GOLPE, não é o povo que organiza, só vai e faz festa. Delação é GOLPE. Corte é GOLPE. Federal é GOLPE. Congresso é GOLPE. Globo é GOLPE. Aparece mais um nome aqui outro ali, mas é só pressão. Querem parar a barca verde e amarela (interesses) ou ela afunda de vez.

A TV Senado está exibindo um documentário, um profundo resumo sobre a política brasileira, pesquise, assista! Em todos os momento que tivemos oportunidades para limpar o ‘Brazil’, em nenhum utilizaram da legalidade, nunca respeitaram a Lei.  Isto fica claro no documentário com as diversas citações da palavra GOLPE.


Só existe uma saída para o pais das bananas e não pode ser o caminho real para um pais dos merdas: “REFORMA POLITICA” e não pode ser congressual, ou é GOLPE. 

Aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 29 de setembro, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) — o 35º do país — já tem sete parlamentares federais em sua bancada, nenhum deles mulher. Para deputado Ezequiel Teixeira (RJ), ex-Solidariedade, ausência de mulheres é "até interessante": "Estamos demonstrando nosso carinho por elas"


Alegria

https://g.co/doodle/nrtacn

Michelangelo


Pietá  

Michelangelo esculpiu esta cena ('Piedade') quando tinha 23 anos. Ao saber que um apreciador recusara-se a acreditar que alguém tão jovem pudesse esculpir obra de tal magnitude, Michelangelo talhou seu nome na faixa que atravessa o seio da Virgem. Foi a sua única escultura assinada. O tema da Mãe com seu Filho morto ao colo é um dos mais dramáticos da iconografia cristã.
A beleza trágica do grupo deriva de seu classicismo, onde se somam a angústia do momento com a serenidade da composição triangular, e especialmente na postura contida da Virgem. Há um clima de melancolia, de profundo pesar, mas sem o sofrimento que caracterizou inúmeras outras representações da mesma cena, feitas por outros artistas. Tecnicamente, o trabalho de talha do mármore é perfeito, o acabamento polido, até que a superfície branca da pedra parecesse translúcida. Contribuem para a qualidade da anatomia do corpo de Cristo os inúmeros estudos que Michelangelo realizou com cadáveres.

Técnica preferida: a talha em mármore

Embora pintasse magistralmente, compusesse poemas e projetasse em arquitetura, a técnica preferida de Michelangelo era a escultura em mármore. Michelangelo chegou mesmo a declarar que a pintura era uma "arte menor". Utilizando os tradicionais equipamentos da talha em pedra, cinzéis e pua, Michelangelo era dono de extraordinária técnica, desde a escolha dos blocos de pedra até o esmerado polimento final.

 A pedra de mármore própria para a escultura não pode ser extraída da pedreira atavés de explosões. A utilização de explosivos, tão comum nas pedreiras nos dias de hoje, esfacela o núcleo da pedra, criando trincas e rachaduras que comprometem a consistência da rocha. Para ser esculpida, a pedra deve ser cortada no método tradicional, isto é, inicialmente realizando uma série de furos profundos, em linha reta, sobre a superfície da qual se pretende destacar o bloco. Depois, com a colocação de cunhas em cada furo, ir martelando até que o bloco desejado se destaque da pedra.

A talha também exige certos cuidados. O trabalho do desbaste deve ser realizado com batidas nos cinzéis de forma rítmica, isto é, cada batida da marreta no cinzel deve seguir uma cadência fixa. A razão disso é que cada batida realizada sobre a rocha cria ondas de reverberação que percorrem toda a pedra. Se as batidas não forem rítmicas, duas seqüências de reverberações em momentos distintos podem trincar a pedra internamente.

Também a planificação da escultura deve ser precisa, pois a pedra não permite retoques. Uma vez talhada equivocadamente, não é possível realizar colagens ou remendos. Michelangelo trabalhava a pedra diretamente, "libertando" a figura de dentro da rocha, como ele mesmo dizia. Algumas de suas esculturas ele as deixou inacabadas, como alguns Escravos, assim como algumas Pietás. O objetivo expressivo havia sido alcançado sem a necessidade dos acabamentos finais. 

Finalmente, o acabamento era uma das mais desgastantes e penosas experiências do ato criativo. Todo desbaste final, sutil, deveria ser feito com a utilização de pedras abrasivas, lenta e progressivamente, eliminando toda marca de cinzel que houvesse ficado. Nos dias de hoje, utilizamo-nos de esmerilhadeiras e lixadeiras elétricas, o que facilita em muito tais atividades

Davi

Michelangelo esculpiu esta obra quando tinha apenas 26 anos. O imenso bloco de mármore havia sido encomendado para que o escultor Duccio ali talhasse a figura de um profeta. Com o falecimento deste repentinamente, a pedra ficou à espera de outro escultor. Quando Michelangelo terminou a escultura, um grupo de artistas - entre os quais estavam Leonardo, Botticelli, Filippino Lippi e Perugino - foi indagar de Michelangelo onde deveria ficar a estátua. O mestre indicou a praça central de Florença. O povo da cidade, chocado com a nudez da figura, lapidou a estátua, em nome da moral.

Perfeita, tanto do ponto de vista técnico quanto anatômico, a obra se transformou num símbolo de Florença. Hoje, ela foi substituída na praça por uma cópia. Davi olha ao longe como se o combate com o gigante estivesse prestes a acontecer. A ausência da cabeça de Golias – algo comum em representações da mesma cena por outros artistas - concorda com esta interpretação. O rapaz está tenso, mas não angustiado. Seu ar desafiador mostra a 'ação em suspenso' que era característica das esculturas de Michelangelo.

Nos olhos pode-se ver uma das provas da imensa genialidade do mestre. Ele perfurou a região da pupila dos olhos em forma de (V), como um casco de cavalo, de maneira que quando a luz incide sobre os olhos transversalmente, ilumina mais a área ressaltada (o V), deixando na penumbra a região cavada. Isto dá um efeito extremamente realista aos olhos, que parecem brilhar com o espírito do Rei guerreiro.

 Texto de João Werner

19 de jun. de 2016

amor - NOEMI JAFFE

quer escrever uma cena de amor? faça assim: diga que um menino de nove anos acorda todo dia de manhã bem cedo para ir à escola. ele desce os degraus da escada de sua casa de quatro em quatro, sai de casa, anda uma quadra e toca a campainha da casa de seu amigo, pierre. é uma casa muito pobre, de um único quarto, que o menino divide com a mãe e mais dois tios, ferroviários. pierre está sempre atrasado e sai do quarto correndo, segurando uma tigela de onde tenta engolir correndo o café com leite que sua mãe preparou. todos os dias, sem exceção, a mãe o vê nessa pressa excitada e, sorrindo afobada, diz: "assopre forte, que esfria mais rápido".
(inspirado em cena de "o primeiro homem", de albert camus)

 Noemi Jaffe é escritora,
 professora e crítica literária. Doutora em Literatura Brasileira pela USP, trabalhou em escolas de Ensino Médio, como professora de literatura, por mais de vinte cinco anos e, atualmente, oferece cursos de escrita criativa em diversas instituições. Mantém o blog literário Quando Nada está Acontecendo e coordena um grupo particular de escritores há cerca de cinco anos, do qual organizou e publicou duas coletâneas de contos: 336 Horas (Casa da Palavra) e Bestiário (Terceiro Nome). Desde 2006, Noemi atua como crítica de literatura dos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e vem participando como jurada de concursos literários, como o Prêmio Oceanos, um dos mais importantes do país.
               Esceveu os livros, entre outros: livro dos começos (cosac & naify); írisz: as orquídeas (companhia das letras); o que os cegos estão sonhando (ed.34); a verdadeira história do alfabeto (companhia das letras); todas as coisas pequenas (hedra); do princípio às criaturas (capes); folha explica macunaíma (publifolha); ver palavras, ler imagens (global);quando nada está acontecendo (selo martins)

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retrospectiva de verão/24/03/14 - Escrito por daniel -

No final do ano passado eu tentei fazer uma retrospectiva dos fatos que tornaram 2013 muito doido. Naquele momento ainda era possível pensar numa análise cronológica. Agora, com a repetição intensificada e crítica de vários conflitos, isso fica cada vez mais difícil.
De todo jeito, como o "jornalismo cultural" gosta de fazer retrospectos de verão, desconfio que o deste ano pode ser bem forte pra mexer com os humores (pra melhor ou pior, aí já não dá pra garantir). Tentando ser minimamente cronológico (no que me arrisco a fazer confusões) e sendo muito centrado no Rio, onde moro, o verão de 2014 foi o seguinte:



- Foi o verão em que programaram uma manifestação com mulheres de peitos de fora, mas na hora agá só tinha os voyeurs. Isso foi uma carioquice tão carioca que nem os cariocas conseguiram prever.
- em que não vai ter copa e algumas pessoas não entenderam.
- em que o prefeito do Rio pediu para as pessoas não saírem de casa.
- o verão do Ronaldo sendo zoado pelo Romário.
- em que o julgamento do mensalão acabou duas vezes, com uma reviravolta entre elas causada pela mudança de juízes; o que não mudou quase nada no final das contas, mas serviu para os dois lados ficarem reclamando como se isso fosse a coisa mais importante do mundo.

- o verão em que um cinegrafista morreu por causa de um morteiro disparado por uns garotos idiotas numa manifestação e, depois disso, durante uns dias apareceu maluco dizendo que defender manifestações era o mesmo que fazer apologia ao crime.
- Foi o verão em que todo mundo que circula pela cidade ficou preso no trânsito e reclamou do fim da perimetral; depois que derrubaram o elevado, até bloco de carnaval foi feito para protestar.

- em que o Alckmin "resolveu o problema" das manifestações: passou a mandar duas vezes mais policiais do que manifestantes e mandar eles baixarem o cacete em todo mundo. Deu tão certo que o ministro da justiça disse que vai copiar o modelo e implementar país afora.

- o ano em que botaram batalhão da tropa de choque da polícia para fiscalizar bloco de carnaval.

- em que a guerra começou: o governador de São Paulo resolveu desviar o curso do rio Paraíba do Sul pra evitar que a megalópole fique sem água.
- em que Porto Velho inundou, mas a presidenta afirmou que é absurdo culpar as usinas recém-construídas pela cheia do rio e pelo que aconteceu com os moradores de Rondônia.

- foi o verão em que o Mujica decidiu dar asilo aos presos de Guantánamo. Depois ainda tripudiou, pedindo ao Obama que em troca liberte cubanos presos nos EUA.
- o verão em que a inundação de uma rodovia isolou o Acre do resto do país.

- em que foram marcadas "marchas" para fazer parecer que o ambiente ideológico é o mesmo de 50 anos atrás. O verão em que um governo que joga bombas de gás em manifestantes, manda o exército cuidar da segurança civil e tira terras de índios foi acusado de ser "comunista". Ainda não se averiguou se os autores dessa acusação são agentes secretos do próprio governo ou se são só malucos mesmo.


- E foi o verão que acabou com a imagem do cadáver de uma mulher, Cláudia Silva Ferreira, sendo arrastado por um carro de polícia pelas ruas. O viúvo disse ao governador (que, por razões misteriosas, ainda se encontra em liberdade) que ela só virou notícia por ter sido filmada, senão seria mais um Amarildo. Como que para comprovar isso, na mesma ocasião foi morto um adolescente de 16 anos, William Possidonio - e sua morte passou batida como outras tantas classificadas como "autos de resistência".

não dá pra dizer que foi um verão agradável, na verdade foi bem barra pesada - bem quente.
pior que não devo ter me lembrado nem da metade, me ajudem aí.

(e, claro, foi o verão que eu passei organizando e montando o Rio em Chamas com a galera. Vem aí!