apresentacao-1o-ano-grande-cenoura.html
23 de jun. de 2016
Blefes
Ninguém conhece a
alma humana melhor do que um jogador de pôquer. A sua e a do próximo. Numa mesa
de pôquer o homem chega ao pior e ao melhor de si mesmo, e vai da euforia ao
ódio numa rodada. Mas sempre como se nada estivesse acontecendo. Os americanos
falam do poker face, a cara de quem consegue apostar tendo um Royal Straight
Flush ou nada na mão com a mesma impassividade, embora a lava esteja
turbilhonando dentro. Porque sabe que está rodeado de fingidos, o jogador de
pôquer deve tentar distinguir quem tem jogo de quem não tem e está blefando por
um tremor na pálpebra, por um tique na orelha. Ou ultrapassando a fachada e
mergulhando na alma do outro. Não se trata de adivinhar o caráter. Não é uma
questão de caráter. O blefe é um lance tão legítimo quanto qualquer outro no
pôquer. Os puros são até melhores blefadores pois só quem não tem culpa pode
sustentar um poker face perfeito sob o escrutínio hostil da mesa. Há quem diga
que ganhar com um blefe supõe ganhar com boas cartas e que é no blefe que o
pôquer deixa de ser um jogo de azar, e portanto de acaso, e se torna um jogo de
talento. Já fora do pôquer o blefe perde sua respeitabilidade. É apenas
sinônimo de engodo, geralmente aplicado a pessoas que não eram o que pareciam
ou fingiam ser. A história dos presidentes do Brasil desde Jânio tem sido uma
sucessão de blefes. Jango também foi um blefe, na medida em que aparentava ter
um poder que não tinha. O golpe de 64 foi um blefe para quem acreditou nele. Um
blefe involuntário. Sarney não foi um blefe completo porque ninguém esperava
que ele fosse muito diferente. Collor foi um blefe deliberado que manteve a
versão política do poker face, que é uma cara-de-pau sustentada mesmo sob a
ameaça do ridículo. E chegamos à social-democracia brasileira no poder, que
pode até estar agradando a muita gente, mas é outro blefe em relação às
expectativas que criou e ao que podia ter sido. Ou talvez esse blefe tenha uma
história antiga, e a gente é que não tinha notado.
Luís Fernando Veríssimo, in As mentiras
que os homens contam
Lula diz a militantes que este ano não haverá verba de empresas nas campanhas
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse à militância do PT que este ano será o primeiro em
que o partido não usará verba de empresas nas campanhas. A determinação foi
aprovada pelo Congresso na reforma política no ano passado e segue entendimento
do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula falou a militantes na noite desta
segunda-feira (20) no pré-lançamento da candidatura da deputada federal Jandira
Feghali (PCdoB-RJ) à prefeitura do Rio, na Fundição Progresso.
“É a primeira
eleição que a gente vai fazer sem financiamento empresarial. Isto significa que
depois das pessoas baterem palmas, vão ter que enfiar a mão no bolso para
contribuir com a campanha. Isto significa que nós vamos iniciar uma nova
experiência política neste país. Eu estou convencido que é um momento histórico
para nós, que vamos reaprender a valorizar o trabalho de base”, disse Lula.
Lula lembrou das
suas primeiras campanhas políticas, em 1982, quando subia em cima de um
caminhão e tinha de vender adesivos e camisetas do partido para poder financiar
os comícios. “Eu acho que vai ser uma campanha que vai exigir mais organização,
mais militância, mais dedicação, mais coração. Vai ter menos dinheiro, mas terá
mais feijoada e mais caminhada”, disse Lula ao final do evento.
Fiscais do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) acompanharam e gravaram todo o encontro, para checar
se houve campanha política extemporânea, pois o calendário eleitoral só permite
divulgação oficial de candidaturas a partir de 45 dias antes do pleito.
Da Agência Brasil
O rei dos clássicos cariocas no Brasileirão - Leia mais:
Vasco
No Rio de Janeiro, o
Vasco domina os clássicos locais. É o time com o maior número de vitórias (55)
e com menos derrotas (45). O retrospecto do Vasco é positivo contra o Botafogo
(19 vitórias, 10 derrotas e 16 empates) e contra o Fluminense (18 vitórias, 16
derrotas e 22 empates). Somente contra o Flamengo, o Vasco tem mais derrotas
(18 vitórias, 19 derrotas e 19 empates), algo que só vai poder mudar no ano que
vem, já que o time amarga o ano na Série B.
Além de ser
recordista de vitórias, o Vasco também conseguiu grandes goleadas em clássicos.
A maior delas veio em 2001. Um 5 a 1 contra o Flamengo, no Maracanã, com três
gols do Romário, um do Euller e outro do Gilberto. Contra o Fluminense, a
goleada que entrou para a história foi um 5 a 3, em 1985, com direito a três
gols de Roberto Dinamite. Já o chocolate no Botafogo veio em 2004, num 4 a 0
com dois gols de Valdir e dois do sérvio Petkovic.
Torneio de Truco no "Treiler da Lelena"
![]() |
Duplas vencedoras |
Com tantas motos na cidade, um domingo seio de
alegria, também fui até a praça curtir um pouco. O melhor foi a música. Música ruim
tira qualquer um do ambiente. Ao chegar no centro percebi um movimento no Trailer
de Hamburg da Lelena. Um Hamburg especial diga-se de passagem, e tem serviço de
entrega, ai em sua casa. Aproximei e percebi que se tratava de um torneio de
TRUCO. Tudo aberto ao público. Pura diversão. Achei bacana. Pessoas tomando
iniciativa, criando opções de lazer para a galera. Não precisamos ficar esperando
que só a prefeitura crie estes momentos. Pequei a câmara e registrei. Veja algumas
fotos:
uma poesia/oração de Márcio Assunção lida no Satsanga
Pai,
Ensina-me
a nada pedir e a ser grato por tudo
Gratidão
Gratidão
Pelo
meu nascimento, pelas condições em que nasci e pela minha família.
Gratidão
Pela
minha infância. Hoje eu sei que tive o que precisei para traçar a trajetória da
minha vida.
Gratidão
Pela
minha juventude. Hoje eu sei o quanto ser jovem me ensinou a ter coragem,
arriscar e seguir em frente.
Gratidão
Pelos
desafios da vida adulta. Estou aprendendo que cada obstáculo é uma lição para
meu crescimento.
Gratidão
Pelos
sucessos e pelos acertos. Estou aprendendo que é preciso ter humildade para
acolher os bons frutos.
Gratidão
também
Pelos
insucessos e pelos erros não intencionais. Estou aprendendo que a Vida é dual e
também é preciso ter humildades para colher as ações que plantei no passado.
Gratidão
Pelas
pessoas que me querem bem, pois me ensinam a amar e me motivam a seguir em
frente.
Gratidão
ainda maior
Pelas
pessoas que me veem como desafeto e criam obstáculos na minha vida, pois são
essas pessoas que me impulsionam mudanças e transformações profundas.
Gratidão
Pela
minha velhice, presente ou futura. Estou aprendendo que envelhecer me prepara
para a grande passagem e me torna maduro e quem sabe, mais sábio.
O que pedir quando reconhecemos que tudo respeita uma ordem Universal?
O que pedir quando reconhecemos que tudo respeita uma ordem Universal?
Não
tenho mais nada a pedir.
Só
tenho a agradecer e reconhecer.
Pai,
muito obrigada.
Com Elis Regina - O Bêbado e a Equilibristae / King Crimson - Moonchild - Lyrics & Caetano Veloso - cantando à capela
Moonchild
Call her moonchild
Dancing in the shallows of a river
Lonely moonchild
Dreaming in the shadow of the willow
Talking to the trees of the cobweb strange
Sleeping on the steps of a fountain
Waving silver wands to the night-birds song
Waiting for the sun on the mountain
She's a moonchild
Gathering the flowers in a garden
Lovely moonchild
Drifting on the echoes of the hours
Sailing on the wind in a milk white gown
Dropping circle stones on a sun dial
Playing hide and seek with the ghosts of dawn
Waiting
for a smile from a sun child
21 de jun. de 2016
Yes - Beyond And Before = Rock, Progressivo
Sparkling trees of
silver foam
Cast shadows in
winter home,
Swaying branches
breaking sound,
Lonely forest
trembling ground.
Masquerading leaves
of blue run circles round the morning dew,
Patterns understood
by you, reaching out beyond and before.
Time, like gold
dust, brings mind down to hidden levels underground,
Say a few words to
the wind, that’s all that’s left of winter’s friend.
Reaching the snow in
the days of the cold, casting a spell out of ice.
Now that you’re
gone,
The summer’s too
long and it seems like the end of my life
Beyond and before.
Time, like gold
dust, brings mind down.
20 de jun. de 2016
CULTURA DO GOLPE
Todos processando o
delator - Álvaro Dias é citado na Lava Jato e também promete processar delator
– A República de Curitiba perdendo seus pilares – Caso não esteja envolvido em
corrupção, saia disso! – Não tem interesse do povo envolvido nisso.
Qual a atitude
tomada contra a corrupção? Petrobras? Os envolvidos já estão presos, aloprados
do PT. A Presidente Dilma não se omitiu e cortou na carne. O resto é GOLPE. Passeata
é GOLPE, não é o povo que organiza, só vai e faz festa. Delação é GOLPE. Corte
é GOLPE. Federal é GOLPE. Congresso é GOLPE. Globo é GOLPE. Aparece mais um
nome aqui outro ali, mas é só pressão. Querem parar a barca verde e amarela (interesses)
ou ela afunda de vez.
A TV Senado está
exibindo um documentário, um profundo resumo sobre a política brasileira,
pesquise, assista! Em todos os momento que tivemos oportunidades para limpar o
‘Brazil’, em nenhum utilizaram da legalidade, nunca respeitaram a Lei. Isto fica claro no documentário com as
diversas citações da palavra GOLPE.
Só existe uma saída para
o pais das bananas e não pode ser o caminho real para um pais dos merdas: “REFORMA
POLITICA” e não pode ser congressual, ou é GOLPE.
Aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 29 de setembro, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) — o 35º do país — já tem sete parlamentares federais em sua bancada, nenhum deles mulher. Para deputado Ezequiel Teixeira (RJ), ex-Solidariedade, ausência de mulheres é "até interessante": "Estamos demonstrando nosso carinho por elas"
Michelangelo

Pietá
Michelangelo esculpiu esta cena ('Piedade') quando
tinha 23 anos. Ao saber que um apreciador recusara-se a acreditar que alguém
tão jovem pudesse esculpir obra de tal magnitude, Michelangelo talhou seu nome
na faixa que atravessa o seio da Virgem. Foi a sua única escultura assinada. O
tema da Mãe com seu Filho morto ao colo é um dos mais dramáticos da iconografia
cristã.
A beleza trágica do grupo deriva de seu
classicismo, onde se somam a angústia do momento com a serenidade da composição
triangular, e especialmente na postura contida da Virgem. Há um clima de
melancolia, de profundo pesar, mas sem o sofrimento que caracterizou inúmeras
outras representações da mesma cena, feitas por outros artistas. Tecnicamente,
o trabalho de talha do mármore é perfeito, o acabamento polido, até que a
superfície branca da pedra parecesse translúcida. Contribuem para a qualidade
da anatomia do corpo de Cristo os inúmeros estudos que Michelangelo realizou
com cadáveres.
Técnica
preferida: a talha em mármore
Embora
pintasse magistralmente, compusesse poemas e projetasse em arquitetura, a
técnica preferida de Michelangelo era a escultura em mármore. Michelangelo
chegou mesmo a declarar que a pintura era uma "arte menor".
Utilizando os tradicionais equipamentos da talha em pedra, cinzéis e pua,
Michelangelo era dono de extraordinária técnica, desde a escolha dos blocos de
pedra até o esmerado polimento final.
A pedra de mármore própria para a escultura
não pode ser extraída da pedreira atavés de explosões. A utilização de
explosivos, tão comum nas pedreiras nos dias de hoje, esfacela o núcleo da
pedra, criando trincas e rachaduras que comprometem a consistência da rocha.
Para ser esculpida, a pedra deve ser cortada no método tradicional, isto é,
inicialmente realizando uma série de furos profundos, em linha reta, sobre a
superfície da qual se pretende destacar o bloco. Depois, com a colocação de
cunhas em cada furo, ir martelando até que o bloco desejado se
destaque da pedra.
A talha
também exige certos cuidados. O trabalho do desbaste deve ser realizado com
batidas nos cinzéis de forma rítmica, isto é, cada batida da marreta no cinzel
deve seguir uma cadência fixa. A razão disso é que cada batida realizada sobre
a rocha cria ondas de reverberação que percorrem toda a pedra. Se as batidas
não forem rítmicas, duas seqüências de reverberações em momentos distintos
podem trincar a pedra internamente.
Também a
planificação da escultura deve ser precisa, pois a pedra não permite retoques.
Uma vez talhada equivocadamente, não é possível realizar colagens ou
remendos. Michelangelo trabalhava a pedra diretamente, "libertando" a
figura de dentro da rocha, como ele mesmo dizia. Algumas de suas esculturas ele
as deixou inacabadas, como alguns Escravos, assim como algumas Pietás.
O objetivo expressivo havia sido alcançado sem a necessidade dos acabamentos
finais.
Finalmente, o
acabamento era uma das mais desgastantes e penosas experiências do ato
criativo. Todo desbaste final, sutil, deveria ser feito com a utilização de
pedras abrasivas, lenta e progressivamente, eliminando toda marca de cinzel que
houvesse ficado. Nos dias de hoje, utilizamo-nos de esmerilhadeiras e
lixadeiras elétricas, o que facilita em muito tais atividades
Davi
Michelangelo esculpiu esta obra quando
tinha apenas 26 anos. O imenso bloco de mármore havia sido encomendado para que
o escultor Duccio ali talhasse a figura de um profeta. Com o falecimento deste
repentinamente, a pedra ficou à espera de outro escultor. Quando Michelangelo
terminou a escultura, um grupo de artistas - entre os quais estavam Leonardo,
Botticelli, Filippino Lippi e Perugino - foi indagar de Michelangelo onde
deveria ficar a estátua. O mestre indicou a praça central de Florença. O povo
da cidade, chocado com a nudez da figura, lapidou a estátua, em nome da moral.
Perfeita, tanto do ponto de vista
técnico quanto anatômico, a obra se transformou num símbolo de Florença. Hoje,
ela foi substituída na praça por uma cópia. Davi olha ao longe como se o
combate com o gigante estivesse prestes a acontecer. A ausência da cabeça de
Golias – algo comum em representações da mesma cena por outros artistas - concorda
com esta interpretação. O rapaz está tenso, mas não angustiado. Seu ar
desafiador mostra a 'ação em suspenso' que era característica das esculturas de
Michelangelo.
Nos olhos pode-se ver uma das provas da
imensa genialidade do mestre. Ele perfurou a região da pupila dos olhos em
forma de (V), como um casco de cavalo, de maneira que quando a luz incide sobre
os olhos transversalmente, ilumina mais a área ressaltada (o V), deixando na
penumbra a região cavada. Isto dá um efeito extremamente realista aos olhos,
que parecem brilhar com o espírito do Rei guerreiro.
Texto de João Werner
19 de jun. de 2016
amor - NOEMI JAFFE
quer escrever uma cena de amor? faça assim: diga que
um menino de nove anos acorda todo dia de manhã bem cedo para ir à escola. ele
desce os degraus da escada de sua casa de quatro em quatro, sai de casa, anda
uma quadra e toca a campainha da casa de seu amigo, pierre. é uma casa muito
pobre, de um único quarto, que o menino divide com a mãe e mais dois tios,
ferroviários. pierre está sempre atrasado e sai do quarto correndo, segurando
uma tigela de onde tenta engolir correndo o café com leite que sua mãe
preparou. todos os dias, sem exceção, a mãe o vê nessa pressa excitada e,
sorrindo afobada, diz: "assopre forte, que esfria mais rápido".
(inspirado em cena de "o primeiro homem", de albert camus)
Noemi Jaffe é escritora,
professora e crítica literária. Doutora em Literatura Brasileira pela USP, trabalhou em escolas de Ensino Médio, como professora de literatura, por mais de vinte cinco anos e, atualmente, oferece cursos de escrita criativa em diversas instituições. Mantém o blog literário Quando Nada está Acontecendo e coordena um grupo particular de escritores há cerca de cinco anos, do qual organizou e publicou duas coletâneas de contos: 336 Horas (Casa da Palavra) e Bestiário (Terceiro Nome). Desde 2006, Noemi atua como crítica de literatura dos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e vem participando como jurada de concursos literários, como o Prêmio Oceanos, um dos mais importantes do país.
Noemi Jaffe é escritora,
professora e crítica literária. Doutora em Literatura Brasileira pela USP, trabalhou em escolas de Ensino Médio, como professora de literatura, por mais de vinte cinco anos e, atualmente, oferece cursos de escrita criativa em diversas instituições. Mantém o blog literário Quando Nada está Acontecendo e coordena um grupo particular de escritores há cerca de cinco anos, do qual organizou e publicou duas coletâneas de contos: 336 Horas (Casa da Palavra) e Bestiário (Terceiro Nome). Desde 2006, Noemi atua como crítica de literatura dos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e vem participando como jurada de concursos literários, como o Prêmio Oceanos, um dos mais importantes do país.
Esceveu os livros, entre outros: livro dos começos (cosac & naify); írisz:
as orquídeas (companhia das letras); o que os cegos estão sonhando (ed.34); a
verdadeira história do alfabeto (companhia das letras); todas as coisas
pequenas (hedra); do princípio às criaturas (capes); folha explica macunaíma
(publifolha); ver palavras, ler imagens (global);quando nada está acontecendo
(selo martins)
Lei mais: amor.html
retrospectiva de verão/24/03/14 - Escrito por daniel -
No final do ano passado eu tentei fazer uma retrospectiva dos fatos que
tornaram 2013 muito doido. Naquele momento ainda era possível pensar numa
análise cronológica. Agora, com a repetição intensificada e crítica de vários
conflitos, isso fica cada vez mais difícil.
De todo jeito, como o "jornalismo cultural" gosta de fazer retrospectos de verão, desconfio que o deste ano pode ser bem forte pra mexer com os humores (pra melhor ou pior, aí já não dá pra garantir). Tentando ser minimamente cronológico (no que me arrisco a fazer confusões) e sendo muito centrado no Rio, onde moro, o verão de 2014 foi o seguinte:
De todo jeito, como o "jornalismo cultural" gosta de fazer retrospectos de verão, desconfio que o deste ano pode ser bem forte pra mexer com os humores (pra melhor ou pior, aí já não dá pra garantir). Tentando ser minimamente cronológico (no que me arrisco a fazer confusões) e sendo muito centrado no Rio, onde moro, o verão de 2014 foi o seguinte:
- Foi
o verão em que programaram uma manifestação com mulheres de peitos de fora, mas
na hora agá só tinha os voyeurs. Isso foi uma carioquice tão carioca que nem os
cariocas conseguiram prever.
- em
que não vai ter copa e algumas pessoas não entenderam.
- em
que o prefeito do Rio pediu para as pessoas não saírem de casa.
- o
verão do Ronaldo sendo zoado pelo Romário.
- em
que o julgamento do mensalão acabou duas vezes, com uma reviravolta entre elas
causada pela mudança de juízes; o que não mudou quase nada no final das contas,
mas serviu para os dois lados ficarem reclamando como se isso fosse a coisa
mais importante do mundo.
- o verão em que um cinegrafista morreu por causa de um morteiro disparado por uns garotos idiotas numa manifestação e, depois disso, durante uns dias apareceu maluco dizendo que defender manifestações era o mesmo que fazer apologia ao crime.
- o verão em que um cinegrafista morreu por causa de um morteiro disparado por uns garotos idiotas numa manifestação e, depois disso, durante uns dias apareceu maluco dizendo que defender manifestações era o mesmo que fazer apologia ao crime.
- Foi
o verão em que todo mundo que circula pela cidade ficou preso no trânsito e
reclamou do fim da perimetral; depois que derrubaram o elevado, até bloco de
carnaval foi feito para protestar.
- em que o Alckmin "resolveu o problema" das manifestações: passou a mandar duas vezes mais policiais do que manifestantes e mandar eles baixarem o cacete em todo mundo. Deu tão certo que o ministro da justiça disse que vai copiar o modelo e implementar país afora.
- o ano em que botaram batalhão da tropa de choque da polícia para fiscalizar bloco de carnaval.
- em que a guerra começou: o governador de São Paulo resolveu desviar o curso do rio Paraíba do Sul pra evitar que a megalópole fique sem água.
- em que o Alckmin "resolveu o problema" das manifestações: passou a mandar duas vezes mais policiais do que manifestantes e mandar eles baixarem o cacete em todo mundo. Deu tão certo que o ministro da justiça disse que vai copiar o modelo e implementar país afora.
- o ano em que botaram batalhão da tropa de choque da polícia para fiscalizar bloco de carnaval.
- em que a guerra começou: o governador de São Paulo resolveu desviar o curso do rio Paraíba do Sul pra evitar que a megalópole fique sem água.
- em
que Porto Velho inundou, mas a presidenta afirmou que é absurdo culpar as
usinas recém-construídas pela cheia do rio e pelo que aconteceu com os
moradores de Rondônia.
- foi o verão em que o Mujica decidiu dar asilo aos presos de Guantánamo. Depois ainda tripudiou, pedindo ao Obama que em troca liberte cubanos presos nos EUA.
- foi o verão em que o Mujica decidiu dar asilo aos presos de Guantánamo. Depois ainda tripudiou, pedindo ao Obama que em troca liberte cubanos presos nos EUA.
- o
verão em que a inundação de uma rodovia isolou o Acre do resto do país.
- em que foram marcadas "marchas" para fazer parecer que o ambiente ideológico é o mesmo de 50 anos atrás. O verão em que um governo que joga bombas de gás em manifestantes, manda o exército cuidar da segurança civil e tira terras de índios foi acusado de ser "comunista". Ainda não se averiguou se os autores dessa acusação são agentes secretos do próprio governo ou se são só malucos mesmo.
- em que foram marcadas "marchas" para fazer parecer que o ambiente ideológico é o mesmo de 50 anos atrás. O verão em que um governo que joga bombas de gás em manifestantes, manda o exército cuidar da segurança civil e tira terras de índios foi acusado de ser "comunista". Ainda não se averiguou se os autores dessa acusação são agentes secretos do próprio governo ou se são só malucos mesmo.
- E
foi o verão que acabou com a imagem do cadáver de uma mulher, Cláudia Silva
Ferreira, sendo arrastado por um carro de polícia pelas ruas. O viúvo disse ao
governador (que, por razões misteriosas, ainda se encontra em liberdade) que
ela só virou notícia por ter sido filmada, senão seria mais um Amarildo. Como
que para comprovar isso, na mesma ocasião foi morto um adolescente de 16 anos,
William Possidonio - e sua morte passou batida como outras tantas classificadas
como "autos de resistência".
não dá
pra dizer que foi um verão agradável, na verdade foi bem barra pesada - bem
quente.
pior que não devo ter me lembrado nem da metade, me ajudem aí.
pior que não devo ter me lembrado nem da metade, me ajudem aí.
(e,
claro, foi o verão que eu passei organizando e montando o Rio em Chamas com a
galera. Vem aí!
Assinar:
Postagens (Atom)