Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

3 de jun. de 2016

REGÊNCIA IMPERIAL - Prof. Yuri Almeida/Blog Historia Critica - 3 de junho de 2012.

D. Pedro I renunciou ao trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, mas este tinha apenas 5 anos de idade. Assim, o Brasil ficou sendo governado por regentes de 1831 a 1840. Esse foi o Período Regencial.

A constituição continuou sendo a de 1824, que foi legítima até o fim da monarquia. O regente era escolhido pela Assembleia Geral (deputados e senadores). No início teve três regentes, mas depois decidiram por apenas um.
No período regencial, a Assembleia teve muito poder, pois os regentes dependiam dela para governar. Lembrando que a Constituição de 1824 estabelecia o poder moderador. Como não havia imperador, esse poder ficava suspenso, dando forças ao poder legislativo.
Foi um período de instabilidade política, havendo muitas rebeliões pelo país.
O Brasil era dominado pelos latifundiários, que eram donos de escravos. Não havia respeito à cidadania dos brasileiros.
O Unitarismo centralizava o poder. As províncias mais afastadas do sudeste queriam o FEDERALISMO, que é autonomia as províncias para eleger seus governantes e instituir seus impostos e leis.

Partidos Políticos
Havia 2 partidos políticos: “Liberais Moderados” e “Liberais Exaltados”
Os Moderados aceitavam uma pequena descentralização do poder. Eram ligados aos latifundiários do sudeste. Como eram beneficiados pela política imperial, não desejavam grandes mudanças.
Os Exaltados eram federalistas, queriam grande descentralização do poder e eram ligados as províncias mais distantes, que na práxis política eram esquecidos pelo Império. Eles apoiaram muitas revoltas.


Ato Adicional de 1834
Aprovado pela Assembleia, o Ato Adicional era um conjunto de leis que criava as assembleias provinciais, o que dava um pouco mais de autonomia as províncias. 
Era o nascimento do que conhecemos hoje como poder legislativo estadual, as assembleias legislativas.
Os Exaltados queriam mais autonomia ainda.

Guarda Nacional
Já no início da Regência houve revoltas populares. Para impedir as manifestações populares, criaram a Guarda
Nacional, que era formada por homens ricos, prontos para proteger suas propriedades. Isto significa que o Estado brasileiro estava criando uma força de repressão em benefício dos latifundiários e em detrimento das lutas de classes, que se aquecia por melhores condições de vida no Brasil.
Entre as rebeliões podemos destacar a Cabanagem, a Balaiada, a Sabinada e a Farroupilha.

A Cabanagem aconteceu no Grão-Pará (norte do Brasil). Os rebeldes eram pessoas pobres que moravam em cabanas, lideradas por fazendeiros Exaltados.
Em 1835 invadiram o palácio do governador em Belém, tomando o poder alguns fazendeiros.
Estando no poder, os fazendeiros do Partido Exaltado propuseram que o povo deixasse as armas. Os cabanos não aceitaram e derrubaram o governo, tomando o poder.
As famílias ricas fugiram de Belém. O governo central enviou tropas e derrotou os cabanos, sendo perseguidos, fuzilados ou presos.
Cerca de um terço da população foi exterminada.

A Balaiada aconteceu no Maranhão e Piauí. O Partido Exaltado incentivava a Balaiada, mas perderam o controle depois das revoltas.
Os balaios eram homens pobres, vaqueiros, artesãos, etc. Eles moviam pelo sertão atacando cidades e fazendas, utilizando táticas de guerrilha. Os balaios se uniram com quilombolas na luta.
Tomaram a cidade de Caxias. Queriam que os comerciantes portugueses fossem expulsos do Brasil e a extinção da polícia, pois ela oprimia os pobres e obedecia aos latifundiários.
O governo regencial enviou tropas comandadas por Duque de Caxias. Houve fuzilamento e incêndio de aldeias.
Os líderes balaios foram presos e enforcados. Milhares de pessoas foram mortas.

Em Salvador, na Bahia, ocorreu a Sabinada. Revolta liderada pelo médico, militar e jornalista Francisco Sabino, com apoio da população.
Formaram um exército com negros. Baseados na Revolução Francesa queriam igualdade social. Fazendeiros baianos fugiram de medo.
O governo regencial atacou os revoltosos. Morreram mais de mil e milhares foram presos.
Jamais o governo apoiaria uma revolta que tinha em seu corpo negros e escravos.

De 1835 a 1845 houve a Farroupilha. Conflito que ocorreu no Rio Grande do Sul. Os Exaltados da província eram chamados de Farroupilhas ou Farrapos.
O sul produzia charque, que era comprado para alimentar escravos. Mas os fazendeiros do sudeste preferiam comprá-lo da Argentina e Uruguai porque era mais barato. Os impostos sobre o charque gaúcho eram maiores do que as taxas alfandegárias do charque importado.
Não foi uma revolta popular. Fazendeiros queriam menos impostos e o aumento das taxas alfandegárias sobre o charque, sebo e couro.
O fazendeiro Bento Gonçalves formou um exército para lutar contra o governo central. Tomaram Porto Alegre e chegaram até Santa Catarina. Alguns propuseram o separatismo, ou seja, criação de um novo país no sul.
O governo enviou tropas comandadas por Duque de Caxias, que derrotou os farroupilhas.
O Rio Grande do Sul se rendeu, mas não houve fuzilamentos e nem milhares de prisões, pois os farrapos eram fazendeiros ricos. As taxas alfandegárias sobre o charque foram aumentadas.

Regresso Conservador
As elites estavam cansadas de tantas revoltas populares. Para manter a ordem no país, propuseram restaurar o poder central, com a volta da figura do imperador.
Pedro de Alcântara tinha 14 anos de idade. Por isso, deram o GOLPE DA MAIORIDADE em 1840, coroando D. Pedro II imperador do Brasil, encerrando o período de regentes.

Prof. Yuri Almeida.

2 de jun. de 2016

6 horas de The Best Beethoven - Piano Música Clássica - por JAB

Estas seis horas de música clássica apresenta algumas sonatas de Ludwig van Beethoven, o famoso compositor e pianista alemão. 

É a lista de reprodução perfeita para estudar, relaxar, trabalhos de casa, sono, bebês,  relaxamento profundo e mediação. Aproveite:


Track listing:

Sonata 25 in G Op.79 - II - Andante
Sonata 11 in Bb Op.22 - III - Minuetto
Sonata 19 in G Op.49.1 - I - Andante
Sonata 13 in Eb Op.27,1 - I - Andante - Allegro - Tempo 1
Sonata 26 in Eb Op.81a 'Les adieux' - III - Das wiedersehn
Sonata 11 in Bb Op.22 - IV - Rondo allegretto
Sonata 26 in Eb Op.81a 'Les adieux' - I - Adagio - allegro
Sonata 04 in Eb Op.7 - I - Allegro molto e con brio
Sonata 28 in A Op.101 - II - Vivace alla marcia
Sonata 06 in F Op.10 - III - Presto
Sonata 11 in Bb Op.22 - I - Allegro con brio
Sonata 29 in Bb Op.106 'Hammerklavier' - II - Scherzo
Sonata 26 in Eb Op.81a 'Les adieux' - II - Andante
Sonata 22 in F Op.54 - I - In tempo d'un menuetto
Sonata 06 in F Op.10 - I - Allegro
Sonata 01 in F Op.2,1 - II - Adagio
Sonata 10 in G Op.14,2 - II - Andante
Sonata 03 in C Op.2,3 - III - Scherzo Allegro
Sonata 03 in C Op.2,3 - IV - Allegro Assai
Sonata 22 in F Op.54 - II - Allegretto
Sonata 32 in C Op.111 -II -Arietta - Adagio
Sonata 10 in G Op.14,2 - III - Scherzo - Allegro assai
Sonata 16 in G Op.31,1 - III - Rondo allegretto
Sonata 04 in Eb Op.7 - II - Largo con gran espressione
Sonata 20 in G Op.49,2 - I - Tempo di menuetto
Sonata 25 in G Op.79 - I - Presto alla tedesca
Sonata 19 in G Op.49.1 - II - Rondo allegro
Sonata 25 in G Op.79 - III - Vivace
Sonata 10 in G Op.14,2 - I - Allegro
Sonata 16 in G Op.31,1 - I - Allegro vivace
Sonata 07 in D Op.10 - III - Menuetto allegro
Sonata 07 in D Op.10 - IV - Rondo allegro
Sonata 15 in D Op.28 'Pastorale' - I - Allegro
Sonata 15 in D Op.28 'Pastorale' - III - Scherzo - Allegro
Sonata 15 in D Op.28 'Pastorale' - IV - Rondo Allegro
Sonata 20 in G Op.49,2 - I - Allegro ma non troppo
Sonata 07 in D Op.10 - I - Presto
Sonata 17 in D Op.31,2 'Tempest' - I - Largo allegro
Sonata 02 in A Op.2,2 - II - Largo appassionato
Sonata 15 in D Op.28 'Pastorale' - II - Andante
Sonata 28 in A Op.101 - I - Etwas lebhaft
Sonata 28 in A Op.101 - IV - Allegro
Sonata 02 in A Op.2,2 - III - Scherzo Allegretto
Sonata 02 in A Op.2,2 - IV - Rondo Grazioso
Sonata 27 in E Op.90 - II - Nicht zu gexchwind
Sonata 30 in E Op.109 - I - Vivace - II - Prestissimo
Sonata 09 in E Op.14,1- I -Allegro
Sonata 09 in E Op.14,1- III -Rondo allegro comodo
Sonata 24 in F# Op.78 'for Therese' - I - Adagio - Allegro
Sonata 24 in F# Op.78 'for Therese' - II - Allegro vivace
Sonata 23 in F Op.57 'Appassionata' - II - Andante
Sonata 14 in C# Op.27,2 - 'Moonlight' - II - Allegretto
Sonata 31 in E Op.110 - I - Moderato cantabile molto expressivo
Sonata 13 in Eb Op.27,1 - III - Adagio con expressione
Sonata 13 in Eb Op.27,1 - IV - Allegro vivace
Sonata 31 in E Op.110 - IV - Fuga - Allegro ma non troppo
Sonata 04 in Eb Op.7 - III - Allegro
Sonata 18 in Eb Op.31,3 - I - Allegro
Sonata 04 in Eb Op.7 - IV - Rondo poco allegretto
Sonata 12 in Ab Op.26 - I - Andante con variazioni
Sonata 12 in Ab Op.26 - IV - Allegro

Refl...


Resultado de imagem para individualidade no coletivoO processo de tornar-se perfeito, em verdade, envolve o individualizar-se sem a necessidade de isolamento. 
C. G. Jung chamava esse processo de individuação, que é, dentre outras definições, o viver a sua própria individualidade no coletivo.


A construção
do próprio eu maduro
é tarefa árdua e se processa na intimidade
da consciência de cada um, constituindo-se
num aprendizado inalienável e sujeito a percalços diversos.

O grande rival
é o próprio indivíduo com sua tendência imitativa
de igualar-se ao senso comum.

O Impeachment da Presidente Dilma é um golpe, a roubalheira do PT, PP, PSDB, DEM, PMDB... é real.



 Juca Ferreira diz que Governo Temer representa a oligarquia mais retrógrada do país no entanto, reconhece erros do seu partido que deram espaço para os ataques da oposição.



Ex-ministro de Dilma, Juca Ferreira em entrevista, diz: ( por CECILIA BALLESTEROS)

P. João Vicente Goulart, filho do presidente João Goulart, deposto pela ditadura em 1964, também declarou que há semelhanças com aquela época, embora o defina como “golpe baixo”.

R. Em nenhum momento ele minimizou o ataque golpista contra Dilma. Ao contrário, disse que a destituição de uma presidenta eleita com 54 milhões de votos por 367 parlamentares, dos quais quase 300 estão sob investigação, é um golpe baixo, disfarçado de legalidade. Usou uma frase que sintetiza este processo: “Trocaram as baionetas pelas togas”.


P. Você não acha que o PT tem alguma responsabilidade nos acontecimentos, dada a sucessão de escândalos de corrupção, como o da Petrobras e o mensalão?

R. Claro. O PT e os Governos petistas erraram. Primeiro, permitindo que alguns militantes se envolvessem em escândalos de corrupção. O PT é um partido que se consolidou empunhando a bandeira da ética. Não deveria ter cometido irregularidades que afetassem o Governo e empresas privadas. Não deveria ter posto em risco uma empresa como a Petrobras. Repetiu o modus operandi da direita que dominou o Estado brasileiro durante 500 anos. Outra falha é não ter feito grandes reformas num momento em que o Governo tinha força e credibilidade. Também houve erros no comando da política econômica durante o primeiro mandato de Dilma, e isso abriu espaço para os ataques da oposição.

31 de mai. de 2016

(...é preciso que haja a possibilidade do clinámen, do desvio...)


O vídeo faz parte da Série Ética, da TV Cultura.


Aqui, o saudoso professor José Américo Motta Pessanha , falecido em 1993, aborda o tema da Ética conforme a concepção dos antigos gregos. A ênfase, contudo, é dada ao pensamento de Epicuro. Bem mais que conteúdo acadêmico, o tema da Ética é uma proposta para o enfrentamento da vida, para o saber viver.

MATA ATLÂNTICA


















Não foi o gato que comeu, mas mesmo assim restam apenas 12,5% da floresta original. A Mata Atlântica é a casa de mais de 145 milhões de pessoas, além de centenas de outras espécies.

 Acesse www.aquitemmata.org.br, descubra se ainda existe floresta perto de você e quais são os índices de desmatamento do bioma mais ameaçado do Brasil.

ADOTE UMA CANECA NO TRABALHO




Com pequenos gestos, podemos contribuir para a preservação do meio ambiente. Um copinho de plástico demora, em média, 50 anos para se decompor. Muitas gerações virão e o seu copo ainda estará sujando planeta. Além disso, a produção de copos gasta insumos e energia elétrica que também tem impacto no meio ambiente. Pense nisso!

5.06 AM (Every Strangers Eyes) Roger Waters


Letra


5.06 AM (Every Strangers Eyes)
 

"Hello... you wanna cup of coffee?
I'm sorry, would you like a cup of coffee?
Ok you take cream and sugar?"
 

In truck stops and hamburger joints
In Cadillac limousines
In the company of has-beens
And bent-backs and sleeping forms
On pavement steps
In libraries and railway stations
In books and banks
In the pages of history
In suicidal cavalry attacks
I recognise...
Myself in every stranger's eyes.
 

And in wheelchairs by monuments
Under tube trains and commuter accidents
In council care and county courts
At Easter fairs in sea-side resorts
In drawing rooms and city morgues
In award winning photographs
Of life rafts in the China seas
In transit camps, under arc lamps
On unloading ramps
In faces blurred by rubber stamps
I recognise...
Myself in every stranger's eyes.
 

And now from where I stand
Upon this hill I plundered from the pool
I look around, I search the skies
I shade my eyes, so nearly blind
And I see signs of half remembered days
I hear bells that chime in strange familiar ways
I recognise...
The hope you kindle in your eyes.
 

It's oh so easy now
As we lie here in the dark
Nothing interferes it's obvious
How to beat the tears
That threaten to snuff out
The spark of our love.


 Tradução



5.06 Am (os Olhos de Todos Os Estranhos)

 
Olá... Você quer uma xícara de café?
Sinto muito, Você gostaria de uma xícara de café?
O.k. você toma creme com açúcar?
 

Em paradas de caminhão e lojas de hambúrgueres
Em limousines Cadillac
Na companhia dos que já eram
E costas arqueadas e formulários sonolentos
Em degraus de pavimentos
Em bibliotecas e estações de trem
Nos livros e nos bancos
Nas páginas de história
Em ataques suicidas de cavalaria
Eu reconheço....
A mim mesmo nos olhos de todos os estranhos

 
E em cadeiras de rodas ao lado de monumentos
Sob trens de metrô e acidentes com trabalhadores que viajam
Em conselhos de tutela e cortes de condados
Em feiras de Páscoa em cidades litorâneas
Em salas de criação e nos necrotérios
Em fotografias premiadas
De barcos salva-vidas nos mares da China
Em campos de trânsito, sob arcos voltaicos
Em rampas de descarga
Em faces borradas por carimbos de borracha
Eu reconheço...
A mim mesmo nos olhos de todos os estranhos.

 
E agora de onde estou
Nesta colina que eu saqueei da piscina
Eu olho ao redor, eu rastreio os céus
Eu protejo meus olhos, quase que cegos
E eu vejo os sinais de dias semi-lembrados
Eu ouço os sinos que tocam em estranhas maneiras familiares
Eu reconheço...
A esperança que você nutre nos seus olhos.

 
Agora é tão fácil
Enquanto deitamos aqui no escuro
Nada interfere, é óbvio
Como derrotar as lágrimas
Que ameaçam apagar
A faisca do nosso amor.

30 de mai. de 2016

O que a audiência a Alexandre Frota tem a ver com o estupro coletivo no Rio - Blog do Mário Magalhães

Resultado de imagem para Alexandre Frota cultura mendonça
 
A princípio, nada, responderia um idiota da objetividade.
 
Não é bem assim.
Uma adolescente de 16 anos contou que acordou nua domingo no Rio com dezenas de homens ao seu redor. “Mais de 30 [a] engravidou [sic]'', contabilizou um deles na internet, onde foi veiculado vídeo em que o grupo de agressores se regozija com o estupro da garota.
 
Na quarta-feira, o ator Alexandre Frota foi recebido em audiência pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. Um dos líderes do movimento pró-impeachment acompanhava o protagonista de filmes pornô. Frota escreveu: “Estive com o ministro da Educação hoje e pude colocar algumas ideias para ajudar um país que eu amo''. Das ditas ideias constam sugestões fascistoides, inspiradoras da lei que, na terra de Zumbi dos Palmares, permite demitir professor que criticar a escravidão.
 
Há erros de foco nas críticas ao encontro no Ministério. Elas se salpicam de moralismo ou falso moralismo, devido à atividade profissional do ator. A despeito de o cidadão Frota ser porta-estandarte de valores e atitudes abomináveis, o escândalo mais grave não é dele, e sim de um dos principais mandachuvas do governo Michel Temer.
 
Mendonça Filho aceitou recepcionar um sujeito que se gabou na televisão por ter feito sexo sem consentimento com uma mãe de santo. Desprezando o eufemismo, estuprando-a. Narrou a “façanha'' diante de gargalhadas do apresentador Rafinha Bastos, aplausos da plateia e urros de admiração nas redes. Ao ser violentada, a mulher desmaiou. Mais tarde, Frota alegou que o relato não passara de ficção, um número de show. Mas, na TV, esclarecera a natureza do “espetáculo'': “Eu contando várias histórias que aconteceram na minha vida''.
 
Ao reagir a uma servidora pública que o censurou, o ator deu queixa à polícia e publicou na internet, em tom de ameaça: “Você não precisa se desgastar, ativista de merda. Só eu vou falar. Não tenho medo de ativista, de Ministério Público. Não me intimido com você, nem com sua amiguinha nojenta. Se precisar serei, sim, fundamentalista, homofóbico, a porra que for, mas essa onda você não vai surfar. (…) Estou aqui esperando o camburão. Não veio me buscar até agora. Ativista aproveitadora. Enquanto sua página em 43 dias conseguiu 6 mil curtidas, a minha, em 48 horas, teve 11.600 de apoio. Veja bem, o dobro. Eu nunca vou te esquecer. Essa página foi criada para que você sempre se lembre de mim”.
 
Foi tal ser medieval, protagonista desse episódio conhecidíssimo, de vasta repercussão, que o ministro atendeu de braços abertos. São chapas, companheiros da campanha pelo impeachment da presidente constitucional Dilma Rousseff. Prestigiando Frota, Mendonça Filho endossa a cultura de permissividade. Permissividade com a barbárie, com a cultura do estupro. A cultura em que a mulher é sempre considerada culpada. Como já se observa em manifestações cretinas responsabilizando a jovem pelo crime de que foi vítima.
 
Prócer do DEM, Mendonça Filho é o tal “Mendoncinha'' citado por Renan Calheiros em conversa gravada por Sérgio Machado. O ex-presidente da Transpetro sentenciou: “Um cara mais corrupto que aquele não existe, Pauderney Avelino''. Renan emendou: “Pauderney Avelino, Mendoncinha''.
 
O tapete vermelho oferecido a Alexandre Frota é um recado ao Brasil: faça o que fizer, diga o que disser, este governo estará ao seu lado. O ministro dá exemplo. Valoriza quem se vangloria e ri por ter feito o que fez ou falado que fez. Os algozes da adolescente também riram e se vangloriaram. No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos.
 
Em meio ao barulho provocado por tamanhas insensatez e covardia, a Secretaria dos Direitos Humanos mantém o silêncio sobre a audiência a Alexandre Frota. Ao aceitar o cargo de secretária, Flávia Piovesan chancelou o rebaixamento do status do Ministério, que virou secretaria. Pelo visto, não foi o único rebaixamento. Noutros tempos, Piovesan teria repudiado a presença do ator no Ministério da Educação.
 
Também noutros tempos, nem tanto tempo assim, a confraternização entre o ministro da Educação _da Educação!_ e Alexandre Frota teria merecido primeiras páginas e ao menos menção nos noticiários televisivos noturnos.
 
Noutros tempos.


A cultura do estupro

Júpiter, o mais poderoso dos Deuses romanos, toma a forma de um touro branco e convence a princesa Europa, por quem estava apaixonado, a monta-lo. Quando ela o faz, ele foge para a ilha de Creta, onde a estupra. O quadro é de Titian (Tiziano Vecellio), pintor veneziano do século 16.


Ninguém educa um filho para ser um estuprador, mas criamos meninos com sentimentos de superioridade em relação às mulheres.

CULTURA - A velha LEI ROUANET

Resultado de imagem para LEI ROUANET
 
Criada durante o governo Collor, a Lei Federal de Incentivo à Cultura, que mais tarde ficaria conhecida pelo nome do Secretário da Cultura à época, Sérgio Paulo Rouanet, é o principal mecanismo de financiamento e incentivo à cultura do país.
 
Através de renúncia fiscal, empresas públicas e privadas e pessoas físicas podem patrocinar projetos culturais e receberem o valor em forma de desconto no imposto de renda. Ou seja, os cofres públicos deixam de receber parte daquele dinheiro em troca de um patrocínio cultural, uma forma de “terceirizar” um repasse de recursos federais.
Para que uma pessoa ou empresa possa doar, no entanto, o projeto visado precisa antes ser aprovado pelo Ministério da Cultura (MinC). E é nesse ponto que as coisas se perdem entre diversos casos estranhos de aprovação de valores astronômicos para projetos pífios ou de repasses que acabam sendo uma forma de bancar patrocínio privado com dinheiro público. Ou de projetos de grande porte que teoricamente não precisariam do auxílio, aprovados pelo Ministério.