Bolsonaro saúda
o golpe de 64
sabendo que Geisel
o considerava um
“mau militar”,
“completamente
fora do normal”
Bolsonaro reuniu meia dúzia
de cidadãos de bem na Esplanada
dos Ministérios, em Brasília,
para comemorar o golpe de
31 de março de 1964.
JB se auto outorgou o papel de
herdeiro do regime militar.
Na verdade, ele era desprezado pelos
velhos líderes que o viam despontar.
Ex-ministro do Trabalho, da Educação e da Previdência,
o tenente coronel Jarbas Passarinho
afirmou em 2011 que Bolsonaro era “um radical e
eu não suporto radicais”.
“Foi mau militar”, disse.
Roberto Simon, diretor para a América Latina da FTI Consulting, em Nova York, empresa de consultoria empresarial global, postou em suas redes sociais trechos de um depoimento de Ernesto Geisel, o quarto general da ditadura.
Fazem parte de um livro fundamental,
com conversas compiladas pela Fundação Getúlio Vargas.
As entrevistas foram concedidas à cientista política Maria Celina d’Araújo e ao antropólogo Celso Castro entre julho de 1993 e abril de 1994. A obra foi lançada em 1997, um ano depois da morte de Geisel.
Ele governou o Brasil de 1974 a 1979. Às páginas 112 e 113 (o catatau tem 494 no total), Geisel fala de Bolsonaro, à época um deputado que já chamava a atenção pela indigência mental.
O contexto são as “vivandeiras” do regime militar.
Geisel se queixava de que “há muitos dizendo:
‘Temos que dar um golpe!”
E emenda:
“Não é só o Bolsonaro, não!”.
Em seguida:
“Presentemente, o que há de militares no Congresso? Não contemos o Bolsonaro, porque o Bolsonaro é completamente fora do normal, inclusive um mau militar“.
sobre a expulsão de Bolsonaro
da Escola de Oficiais após um plano terrorista.
Jair vive de uma mistificação de uma época brutal sob qualquer aspecto. A democracia, que ele despreza, lhe permite homenagear o torturador Ustra em pleno Congresso.
No Exército, o “capitão” era considerado um “bunda suja”, o termo empregado pelos militares de alta patente — como Geisel — para designar aqueles que não subiram na carreira.
A história se repete como farsa.
Do original: https://www.diariodocentrodomundo
por Antonio Santos Aquino
(Uma das perguntas feitas ao ex-presidente foi a seguinte: “O que é mais forte: a pressão dos civis batendo nas portas dos quartéis ou a aspiração de alguns militares querendo liderar politicamente o país?”
RESPOSTA DO GENERAL: “Entre nós no Brasil a vinculação dos militares com a política é tradicional. Isso vem da nossa formação. O que houve no Império? Quantos políticos quiseram ser militares através da Guarda Nacional? Quantos generais foram políticos? Sempre houve militares envolvidos na política e isso continuou com a República: por exemplo, o problema do Hermes da Fonceca na campanha civilista do Rui Barbosa. É sempre a política entrando no Exército. Isso é mais ou menos tradicional. Tenho a impressão de que, à medida que o país se desenvolve, essa interferência vai diminuindo. Presentemente, o que há de militares no Congresso? Não contemos com o Bolsonaro, porque o Bolsonaro é um caso completamente fora do normal; inclusive, um mau militar”.)