7 de jul. de 2014
22 de jun. de 2014
Queijo e Cachaça
Para quem aposta no
reinado do queijo em Minas, é melhor ficar atento. Pesquisas apontam a cachaça como
o produto mais lembrado pelos turistas que passam por minas.
A tendência é que o
governo continue investindo milhões nas possibilidades econômicas e sociais existentes
no mercado deste derivado da cana de açúcar.
21 de jun. de 2014
Cedca/MG amplia o debate sobre propostas que preveem a redução da maioridade penal no Brasil
As propostas que
tramitam no Congresso Nacional propondo a redução da maioridade penal no país,
de 18 para 16 anos, foram duramente criticadas pelo advogado José Xavier,
especialista em Direito Penal, durante a Sessão Plenária Ampliada do Conselho
dos Direitos da Criança e do Adolescente de Minas Gerais (Cedca), vinculado à
Secretaria de Estado de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), realizada na
sede da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP). “Sou contra as propostas, porque estamos em
uma posição de retrocesso, caso essa redução aconteça. Entendo até que são
posturas populistas e oportunistas que, muitas vezes, fortalecem o medo na
sociedade e não o enfrentamento ao problema”, enfatizou.
Para José Xavier, que abordou o tema “Direitos das
Crianças e a Redução da Maioridade Penal” durante o evento, os conceitos de
inimputabilidade eram de 9 anos, 14 anos, no Código Criminal do Império (1830)
e em 1890. “Estamos falando de cerca de 200 anos atrás. Então, hoje, em 2013,
me choca a gente retomar essas propostas. O adolescente tem uma característica,
ainda há esperança, ele ainda sonha. Como vamos mitigar, destruir essa
possibilidade dele no sistema prisional?”, questionou.
Segundo ele, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma legislação nova, avançada que
ainda está em fase de conhecimento. “A sociedade brasileira precisa acreditar
mais no Estatuto. Talvez seja necessária uma adaptação, mas não a ponto de se
pensar em uma redução da maioridade penal”, avaliou.
Na abertura da
Sessão Plenária Ampliada, a subsecretária de Estado de Direitos Humanos e
presidente do Cedca/MG, professora Carmen Rocha, defendeu a importância de se
ampliar a discussão sobre os prós e contras da possibilidade de redução da
maioridade penal no país. “Está em jogo o destino de muitos adolescentes, e
várias questões merecem a atenção de toda a sociedade, pois a redução da
violência passaria necessariamente pela redução da maioridade penal?”,
questionou, lembrando que é necessário a sociedade participar do debate.
A psicanalista e
membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise, Cristiane Barreto, que também
falou sobre o tema, é contra a redução
da maioridade penal no Brasil, principalmente em função da situação atual dos
presídios, da superlotação e das reais possibilidades de um adolescente se
recuperar nesse sistema. Ela considera
que houve uma mudança na estrutura familiar no mundo contemporâneo que não tem
retrocesso e não há que se ter nostalgia, mas que é preciso políticas públicas
mais efetivas. “Políticas que enfrentem os temas mais prioritários, como a
dificuldade árdua de oferecer a esse jovem outra saída na vida que não a
criminalidade”, avalia.
Manifesto CEDCA-MG
CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL DE NOSSOS ADOLESCENTES
O CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – CEDCA/MG , órgão colegiado, constituído
paritariamente por representantes da Sociedade Civil e representantes do
Governo de Minas Gerais, REPUDIA TODOS OS TERMOS E JUSTIFICATIVAS presentes nas
PECs Nº 83/2011, de autoria do Senador Clésio Andrade e Nº 33/2012, de autoria
do Senador Aloysio Nunes, pois ambas aglutinam e ampliam o entendimento de
várias outras PECs que tramitam no Congresso Nacional, propondo tanto a Redução
da Maioridade Penal para 16 anos bem como a denominada Desconsideração da
Inimputabilidade Penal para aqueles entre 18 e 16 anos. Querem ambos os
Senadores, autores das PECs, revogar Cláusula Pétrea da Constituição Cidadã de
1988 que assegura bases democráticas e o Estatuto da Criança e do Adolescente,
grande conquista de todos nós brasileiros. Querem a criminalização de nossa
adolescência e juventude, sem efetivamente tratar as causas que levam ao
cometimento de tais atos, desconhecendo amplo esforço para transformação das
estruturas de atendimento socioeducativo para o devido tratamento e atendimento
daqueles que em razão de sua conduta, cometam atos infracionais e tenham
efetivamente a aplicação de medidas socioeducacionais, transformadoras e
reintegrantes à sociedade. Insere caráter preconceituoso, simbolizados pelo
termo “menor”, o qual constava de lei já revogada, o antigo Código de Menores
de 1979, sobrepondo-o à adolescência e juventude atual, que tem como marco
legal o Estatuto da Criança e do Adolescente e o recente Estatuto da Juventude.
Tais propostas, também embutem discriminação em razão da pobreza – tratada pela
chamada situação de risco e pela condição social do adolescente. Não busca ou
ataca as questões que de fato causam a violência – sendo esta, matéria complexa
e que demanda profundo debate, não podendo irresponsavelmente dizer que a culpa
é dos adolescentes e indicar como razão a chamada “sensação de impunidade”. Se
faz necessário, o urgente cumprimento da determinação constitucional de
Prioridade Absoluta prevista do Art. 227 da CF de 1988 c/c Art. 4º do ECA, bem
como a efetivação da Lei 12.594/2012 que institui o Sistema Nacional de Medidas
Socioeducativas - SINASE, para que aqueles que tem a obrigação de fazer, façam
seu papel – os governantes, e garantam, tanto as medidas de proteção – as quais
devem assegurar o princípio do desenvolvimento em condições de igualdade e oportunidade
a todos, bem como assegurar os mecanismos que propiciam a devida
responsabilização socioeducativa através de entidades e instituições
devidamente organizadas e estruturadas, com profissionais devidamente
qualificados para receber e atender à essa parcela da população, ciente da
alta-complexidade e seriedade da questão. O CEDCA/MG reconhece a gravidade e
complexidade em que se inserem o aumento em geral da criminalidade provocada
por pessoas adultas, utilizadoras ou estimuladoras de alguns adolescentes
pressionados pelo consumismo exacerbado, ausência de condições de oportunidades
para uma vida digna. Por isto, conclama a população brasileira, a todo o Estado
de Minas Gerais a exigir dos seus representantes mais seriedade e profunda
responsabilidade na busca de solução das causas, sob o risco de convertermos em
um Estado Penal punitivo contrário a um Estado Democrático, garantidor de
oportunidades e que visa gerar uma sociedade sadia e equilibrada. Lutar pela
garantia de educação de qualidade em tempo integral, ampliação do preparo e
ofertas de profissionalização, radicalização das ações de distribuição da renda
incluindo a juventude e não sua discriminação. Aprofundar o investimento nas
ações que visem a promoção e o fortalecimento da convivência familiar e
comunitária, efetivar Políticas Públicas preventivas, dar efetividade aos
Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, grafados no Ordenamento Jurídico
Brasileiro e nos Tratados Internacionais de que o Brasil faz parte. Eis a
missão dever do Parlamento e de todas as pessoas compromissadas com o futuro da
sociedade, futuro do Brasil.
BELO HORIZONTE, 11 DE JUNHO DE 2014.
18 de jun. de 2014
Os Poderes de Santo Antônio de Pádua
Quando
foi canonizado pelo Papa Gregório IX, Antônio ganhou o titulo de Doutor da
Igreja, devido aos seus belos sermões e pregações. E é exortado como o “Santo
que conforta os pobres e os desesperados".
Santo
Antonio nasceu em Lisboa, Portugal em 1195 e faleceu em Pádua Itália no dia 13
de junho de 1231. Foi um Santo poderoso em vida e é um dos mais populares da
igreja católica. Apesar de ser conhecido por ser um santo casamenteiro, seus
milagres vão além de juntar casais.
Milagres
estes que originaram simpatias e expressões populares que são usados até hoje
por cristãos e não cristãos.
O
MILAGRE DA MULA
Santo
Antônio pregava sobre o Santíssimo Sacramento em Toulouse, sul da França, ano
1227. No meio da pregação um senhor se levantou e o desafiou, dizendo que a
presença de Cristo na Hóstia Consagrada era uma mentira. Santo Antônio lhe
respondeu: - Que problema há, no corpo de Cristo estar velado pelas aparências
do pão e do vinho, conforme suas próprias palavras. E senhor incrédulo o
desafia: - Se Cristo está presente nesta Hóstia, sua presença deveria ser
sentida por todas as criaturas viventes. Então pegarei minha mula e na próxima
missa estaremos aqui, se a mula conseguir ver Cristo na Hóstia, acreditarei no
senhor e na sua fé. Santo Antônio resolveu concordar com o desafio.
Passou-se
três dias e uma multidão se aglomerou na praça, muitos pela missa e outros
tantos para conferir o resultado do desafio do homem infiel. Enquanto Santo
Antônio caminhava com o Santíssimo Sacramento e todos os católicos se colocavam
de joelhos rezando. O senhor infiel chega conduzindo sua mula, a qual
maliciosamente foi privada de alimento durante os últimos dias. Faminto, o
animal estava tão violento que nem o próprio dono obedecia. Contudo, ao se
aproximar do Santíssimo, a mula se acalmou, e diante de todos ali presentes,
milagrosamente a mula se ajoelhou perante a Hóstia Consagrada ostentada por
Santo Antônio. O Milagre gerou gritos e admiração por todos, os católicos
entoaram cânticos emocionados. Muitos hereges que ali estavam por curiosidade
se converteram ao catolicismo, assim como o senhor dono da mula que reconheceu
imediatamente a presença de Cristo e se ajoelhou.
O
MILAGRE DO CASAMENTO
Uma
jovem que queria muita se casar, pegou uma imagem de Santo Antônio e pediu-lhe em
forma de promessa que lhe encontra-se um noivo. Em seguida colocou a imagem no
beiral da janela e aguardou... o tempo passou, e nada, nenhum homem surgiu em
sua vida! Após muito tempo, decepcionada com a ineficácia da promessa a Santo
Antônio, ela deu um tapa na imagem tão forte que o santo voou pela janela a
fora e caiu na cabeça de um rapaz que passava na rua. Assustada com as
conseqüências de seu ato correu para socorrer o rapaz ferido... Dias depois,
adivinhem, os dois se casaram!
CURIOSIDADE:
É devido a esta passagem que surgiu a superstição de colocar a imagem do Santo
Antônio de castigo quando o milagre demora acontece; virando a estátua para a
parede ou colocando-a de cabeça para baixo num copo com água (ou como com arroz
se a intenção for casamentos
Certa
vez quando o Frei Antônio pregava o Evangelho da Bíblia na cidade de Rímini,
Itália, os moradores locais não queria escutá-lo e começaram a ofendê-lo a
ponto de quererem agredi-lo fisicamente. Foi então que Antônio se viu forçado a
sair da praça e caminhou em direção a praia.
Na areia de costas para aqueles que caçoavam de Evangelho de Cristo,
Antônio falou em voz alta. – “Escutai a Palavra de Deus, vós que sois peixes e
vives no mar, já que infiéis não a querem ouvir.” Em seguida diversos peixes
começaram a agrupasse na beira da praia e postaram suas cabeças para fora
d’água. E ali ficaram ouvindo as santas palavras proferidas pelo frei, até que
terminou dizendo. – “Bendizei ao Senhor,
vós que sois também criaturas de Deus!” E aqueles que presenciaram este milagre
creram no frei e se converteram ao cristianismo!
PODER
SOBRENATURAL: “O dom de falar ou interagir com os animais” foi apenas um dos
poderes sobrenaturais manifestado por Santo Antônio. Outro frei famoso que se
destacou com o dom de falar com os animais foi o frei são Francisco de Assis.
4 de jun. de 2014
Correntes.

Você já observou elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.
Que mistério! Por que o elefante não foge?
1 de jun. de 2014
Manifesto do Reencantamento do Mundo (a felicidade)
(Felicidade!
Felicidade,
sim, como objetivo da sociedade!
Economia, Desenvolvimento, Técnica, Poder...
como meios,
jamais como razão das nossas escolhas. Servos
da felicidade de todos os seres.
Ser Humano
e Natureza parceiros,
mundo e vidas construídos como Arte.
Dançar ao produzir... e dançar por dançar!
Uma Ética nascida não de regras, mas
da percepção do brilho nos olhos do outro.
Humor, sempre – mas nunca sem Amor.)
Hoje em dia, greve é uma bela sacanagem com os mais pobres
Houve um tempo em que
grevista ferrava o patrão, enfrentava o governo e buscava o apoio dos outros
trabalhadores — tanto que levava porrada da polícia. Hoje em dia, fazer greve é
sinônimo de terrorismo urbano, sadismo cívico e uma bela sacanagem contra os
mais pobres. - V.E.R.D.A.D.E
O sucesso e o fracasso são dois impostores
Algumas
pessoas lutam desesperadamente para ter seus 15 minutos de fama. Marlene Mattos
teve 15 anos de glória. Na verdade, vinte. No entanto, ela hoje vive num
ostracismo que deveria servir de alerta para quem ainda não sabe que o mundo da
televisão é cruel, ingrato e impiedoso.
Poucas
pessoas foram tão poderosas quanto ela. Como produtora, foi determinante na
carreira de figuras expressivas como Xuxa, Luciano Huck e Ana Maria Braga. Era
adulada e idolatrada. Não é pouca coisa.
Nos
últimos tempos, não tem sido nem sombra disso. Em um evento organizado por ela
recentemente, a única “personalidade” digna de nota que compareceu foi Adriana
Bombom. É bem pouco.
O PROVOCADOR - Terceira de três - “Jogadores da seleção preferem ser milionários a patriotas” por Maarco Antonio Araaujo
Publicado em 27/05/2014 às 08h55
Jogadores
da seleção brasileira se recusaram a ceder suas imagens para a propaganda
oficial da Copa, aquela do governo. Não querem se comprometer. Ok. Mas para a
Fifa, CBF, Nike, Ambev, bancos, telefônicas, tudo bem, né? Sei. A quem eles
pensam que estão enganando?
Nossos
astros do futebol nunca foram muito politizados, salvo honrosas exceções.
Ninguém encarna melhor a alienação e o oportunismo dessa categoria do que
Ronaldo Fenômeno. Sua declaração se dizendo envergonhado com os atrasos nos
preparativos para o Mundial é, perdoem-me a expressão, o cúmulo da
sem-vergonhice. Bastava ele devolver os milhões que ganhou com o evento que a
vergonha passava na hora.
A
canalhice dessa declaração aumenta mais por ter vindo dias após o ex-craque
declarar apoio explícito ao candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves.
Ronaldo tem todo o direito de apoiar quem bem entender, mas não enquanto faz
parte do Comitê Organizador da Copa. Trairagem pura. E arrivismo barato. Caso
não se recorde, até pronunciar a fatídica frase, ele estava alinhado com o
governo - e lucrando muito com isso. Basta lembrar sua outra pérola, a de que
Copa não se faz com hospitais. Um gênio esquizofrênico, esse rapaz.
Seus
coleguinhas não são muito diferentes. Se dizem patriotas, mas antes disso são
milionários. Queria ver quantos deles vestiriam a camisa verde-amarela se seus
clubes não estivessem pagando seus polpudos salários - e se não recebessem
milhões de bicho e dos patrocinadores oficiais.
Assim é
fácil tripudiar e posar de independente, acima de partidos e ideologias. Tenho
certeza que, caso a presidente estivesse no auge de sua popularidade, eles não
hesitariam em aparecer bem na foto. Se fossem realmente esclarecidos, chegariam
a essa mesma conclusão, de que a seleção é do País, e não do governo. Aí teriam
que dizer: muito menos da CBF. E jamais da FIFA. Mas seria pedir demais de
gente tão ocupada em administrar suas fortunas.
O PROVOCADOR -Segunda de três - "Discutir legalização da maconha é agenda do século passado" por Marco Antonio Araujo"
Publicado em 30/05/2014 às 10h38
Enquanto
o Brasil perde energia e tempo preciosos discutindo se autoriza o uso medicinal
da maconha (cujo "sim" deveria ser uma resposta óbvia), o mundo
desenvolvido, galáxias adiante, debate o retumbante fracasso internacional da
guerra ao narcotráfico e a consequente liberalização do consumo de drogas em
geral. Pois é.
Já
externei meu ponto de vista sobre o assunto, em post que se intitulava
"Brasil avança na guerra burra ao narcotráfico". Ainda surta por aí
um projeto de lei, do deputado Osmar Terra (PMDB), que sugere aumentar a pena
para os pequenos traficantes, os pés-de-chinelo que já lotam nossas cadeias.
Não duvido das boas intenções do deputado, só acho que ele deveria se informar
melhor sobre o tema.
Sob
qualquer ângulo que se analise, a repressão ao consumo de substâncias
psicoativas é um equívoco. Custa bilhões em dinheiro, fora a incalculável perda
de vidas humanas obrigadas a se mover pelo submundo da sociedade. Os mais
modernos e conceituados estudos econômicos, sociológicos e psiquiátricos
demonstram que o proibicionismo culminou em escalada de violência, corrupção e
encarceramento sem precedentes, com retorno baixíssimo, sob qualquer ponto de
vista.
Os EUA
investem estimados US$ 10 bilhões anuais no combate sangrento ao narcotráfico,
com um aparato policial de repressão incomparável. Ao final, continuam sendo os
maiores consumidores de drogas ilícitas do mundo. Só isso já seria suficiente
para demonstrar que a tática não está funcionando. Insistir nela passou a ser
sinal de estupidez.
Manter
essa guerra só interessa ao crime organizado. Enquanto o Brasil anda a reboque,
discutindo maconha com argumentos enterrados no século passado, o narcotráfico
se aproveita das leis de mercado e continua intocado, graças ao seu poder de
corrupção e, principalmente, à ignorância de seus inimigos.
O PROVOCADOR - Primeira de três - "Lei da Palmada, uma mistura de demagogia e inutilidade" por Marco Antonio Araujo
Publicado em 29/05/2014 às 15h10
Rebatizada,
passou a se chamar Lei Menino Bernardo, em homenagem ao garoto morto no Rio
Grande do Sul, e cujos principais suspeitos são o pai e a madrasta. Daí já dá
pra perceber como nossos deputados são oportunistas e se aproveitam, sem nenhum
escrúpulo, da comoção nacional que essa tragédia causou.
Com
todo respeito, desconsiderando qualquer boa intenção, é muita demagogia. A Lei
da Palmada não tem nada a ver com aquele crime hediondo. E, se tivesse,
mostraria o quanto essa proposta é descabida e desnecessária, tanto que os
principais envolvidos estão devidamente presos e, com certeza, serão julgados e
condenados com rigor, tamanha a repercussão. Já existem leis suficientes para
inibir e punir qualquer violência contra crianças, adolescentes, adultos ou
velhinhos. É mais do mesmo.
O único
efeito real será alimentar ainda mais a intervenção do Estado em nossas vidas
privadas. Qualquer pirralho insuportável vai poder infernizar a vida dos pais
toda vez que esses tentarem impor algum limite às suas travessuras. Basta
ameaçar chamar a polícia diante da ameaça de levar um puxão de orelha, por
exemplo.
Alguém
me diga o que a sociedade tem a ver com a forma como uma família responsável e
equilibrada vai educar seus filhos. Todos sabem o que é um castigo abusivo,
violento ou cruel. Não precisamos de mais uma lei para nos ensinar isso. Nosso
Parlamento deveria estar mais preocupado em promover uma reforma política ou
econômica. Como são incapazes de implantar mudanças de verdade, ficam por aí,
inventando bobagens.
Já
afirmei aqui neste blog que só falta aos legisladores brasileiros
regulamentarem a Lei da Gravidade ou proibirem o efeito estufa. Porque todas as
outras inutilidades já estão sendo feitas. A Lei da Palmada é só mais um tapa
na cara que levamos daqueles que deveriam estar fazendo algo de útil para a
sociedade. Bando de desocupados.
19 de mai. de 2014
Terminei de fazer uma oração e de conversar
com minha amiga que faleceu e foi sepultada sábado. Estas coisas que o homem faz
pensando que faz por está completamente convicto de estar fazendo a coisa
certa:
“Queria que você pudesse ver o que acaba de proporcionar
à nossa velha e pobre sociedade - Como você mesma dizia - Todas aquelas
criticas feitas a você a respeito de suas atitudes que tanto te chateavam sem
que você se permitisse um só ato de repúdio transformou-se inexplicavelmente em
exaltados gestos de elogios e citações de responsabilidades pela forma como
você se mostrava ser uma ótima mãe ótima filha ótima irmã ótima amiga
carinhosa, responsável...”
-
Dizia sem que nenhum sinal de que ela estivesse ouvindo fosse percebido por mim
Naquele momento me achando um iluminado por
ser capaz de me comunicar com uma amiga que se foi mesmo que na verdade
conversava comigo mesmo fui invadido por lembranças de nossa última conversa
quando caminhávamos pela calçada rumo ao trabalho naquela quarta-feira:
Eu – Oi - tudo bem
Amiga - Tudo
E – Vamos trabalhar um pouco
A – É - fazer o que né
E – E lá tudo tranquilo
A – Tá - Não me espanto com mais nada - Não espero mais nada daquilo ali
- Faço o que tenho que fazer e tá bom
E – Estou me cansando
A – Não adianta não sô - Melhor é deixar eles - A gente faz a nossa
parte e deixa pra lá
E - É meio falso
A – É - é falso - mas fazer o que né
E - Eu vou pra cá - té mais
A - Até
Pensando bem hoje o que ficou e bastante
forte de toda a nossa última conversa foi a palavra Falso - Com certeza uma palavra
que não faz lembrar em nada a minha amiga
16 de mai. de 2014
Jogo do bicho - De dom Pedro ao Cachoeira
A
historiografia nos revela que o imperador dom Pedro II havia ficado frustrado
pela falta de empolgação da população com o recém-inaugurado jardim zoológico.
Para atrair visitantes, o imperador apostou então todas as fichas no projeto do
mineiro João Batista Viana Drummond, que já havia administrado a Estrada de
Ferro Pedro II. O projeto Drummond, implantado em 1880, teve pleno êxito, com
os visitantes a apostar nos bichos do zoológico, ou melhor, em 25 grupos de
animais e em combinações a alcançar o número 100. Logo cedo, à entrada do
jardim zoológico, colocava-se uma caixa com um bilhete numerado dentro. Então,
a caixa ia para o alto de um poste. No fim da tarde, abria-se a mesma para
divulgação do número e o vencedor apresentava o seu bilhete comprado para levar
um prêmio em dinheiro.
Drummond,
que virou barão só em agosto de 1888, povoou de humanos o zoológico do
imperador. Na República, o seu invento, popularizado pelo nome de jogo do
bicho, sustentou, embora proibido em 1890, o carnaval carioca. Mais ainda, a
jogatina alimentou o caixa 2 de políticos, corrompeu policiais, deu apoio à
ditadura (à época, os bicheiros tinham credibilidade e voz junto aos cidadãos)
e completou a aposentadoria de velhinhos colocados nas ruas como apontadores
dos jogos. Fora isso, a jogatina com banqueiro garantiu impunidade ao reformado
capitão-bicheiro Guimarães, do serviço secreto do Exército e um dos
torturadores do regime militar.
O
grande expoente da contravenção, que deu um upgrade nas ilicitudes em termos de
controle, modernidade e transnacionalidade, foi Castor de Andrade, um advogado
sem nunca ter frequentado aulas na faculdade e que herdou as bancas de jogo da
mãe, Carmem de Andrade, a primeira mulher a comandar essa modalidade
contravencional no planeta. Castor importou o capo-mafia Antonino Salamone,
contemplado com a cidadania brasileira, num jogo de troca-troca e cartas
marcadas por ato do ministro Armando Falcão (governo Geisel), da pasta da
Justiça. Falcão, de triste
memória, desconsiderou as condenações de Salamone, foragido da Justiça
italiana e sentenciado por associação à máfia e por ter integrado a cúpula de
governo da Cosa Nostra siciliana. Com a orientação de Salamone, Castor criou no
Rio de Janeiro a cúpula dos bicheiros, que, à força, deliberava sobre a repartição
de territórios, acabava com as guerras entre contraventores e impunha uma
férrea hierarquia. Tudo no interesse da difusão da jogatina, incluída a
cooptação de políticos e financiamentos de campanhas.
Decano
dos bicheiros, falecido em 1997, Castor percebeu os problemas que viriam com a
Lei Pelé, destinada a abrir as portas do Brasil para as internacionais
criminosas, sob o falso manto de incentivo ao esporte. A Lei Pelé possibilitou
ao italiano Fausto Pellegrinetti, lavador de dinheiro da máfia e dos cartéis
colombianos de cocaína pós-Pablo Escobar, introduzir no Brasil os jogos de azar
com máquinas eletrônicas. Os componentes eletrônicos eram adquiridos na Espanha
e aqui montados. Pellegrinetti despachou para o Brasil, a fim de acertar com a
cúpula dos bicheiros do Rio e com Ivo Noal, o mandachuva paulista da
contravenção, o mafioso Lillo Lauricella, que aqui se estabeleceu sem ser
incomodado pela polícia.
![]() |
Passado. O mafioso Lauricella (à dir.) passeia no Parque Lage, Rio, 13 anos atrás. Preso na Itália em 2000, foi ele quem revelou os acordos com os bicheiros |
Preso na Itália pela chamada Operazione
Malocchio (Operação Mau-olhado), iniciada em 1995 pela Direção Antimáfia
dirigida pelo coronel Angiolo Pellegrini, o mafioso Lauricella revelou, em
juízo, o acordo celebrado com os bicheiros brasileiros. Numa das interceptações
telefônicas entre Lauricella e Pellegrinetti foi dito que a Lei Pelé havia
pegado o Brasil de surpresa, sem empresários com capital suficiente para a
aquisição de máquinas a serem espalhadas pelo território nacional.
Para
lavar o dinheiro dos cartéis colombianos da cocaína, Pellegrinetti escolheu o
Brasil,
a República Dominicana, onde lavava o dinheiro em flores exóticas e frutas, e a
Rússia, com placas de alumínio. Por aqui, Pellegrinetti, com capital da cocaína
colombiana, disseminou no Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Minas e Ceará
máquinas de jogos eletrônicos de azar. Numa primeira leva, foram 35 mil
máquinas eletrônicas, todas com componentes da empresa espanhola Recreativos
Franco, cujo dono foi preso nos EUA. Em São Paulo, a família Ortiz, cujo
inquérito foi arquivado em face de aceita a explicação de que não sabia tratar
com criminosos internacionais, dividia com Ivo Noal a exploração da jogatina, tudo apoiado na Lei Pelé.
Com o sucesso da Operazione Malocchio,
quebrou-se a conexão brasileira operada por Fausto Pellegrinetti,
internacionalmente um dos maiores lavadores e recicladores de capitais do crime
organizado transnacional. Abriu-se espaço, então, para velhos (a juíza Denise
Frossard condenou 14 deles) e novos empresários da jogatina substituírem os
mafiosos: Lauricella virou colaborador de Justiça e, dois anos depois e com
outra identidade, acabou metralhado depois de deixar um dos seus cassinos
abertos na Venezuela, naquilo que foi considerado um acerto de contas por ter
delatado. Na noite do assassinato, Lauricella portava uma mala com vultosa
renda do cassino, que permaneceu intacta, ao lado do corpo.
Carlos
Augusto Ramos, vulgo Carlinhos Cachoeira, é um dos filhotes da Operazione
Malocchio e da incúria de algumas autoridades brasileiras, a começar pelo então
ministro da Justiça (governo FHC), o atual senador Renan Calheiros. Com técnica
mafiosa, Cachoeira montou uma holding criminal e recicla dinheiro lavado em
atividades formalmente lícitas, por meio de inúmeras empresas, de remédios a
automóveis.
Só para lembrar, CartaCapital, em três
edições, denunciou o esquema da jogatina eletrônica de azar no Brasil, as suas
ramificações internacionais e, por aqui, a lavagem de dinheiro escancarada do
tráfico internacional de drogas proibidas. CartaCapital entrevistou o
responsável pela Operazione Malocchio sobre a conexão criminal Itália-Brasil. Do lado italiano foram todos
definitivamente condenados. No Brasil, o inquérito foi arquivado a pedido de um
membro do Ministério Público Federal. Com o arquivamento, a conexão brasileira
foi apagada, como se nunca tivesse existido. Com o “apagão”, os Carlinhos
Cachoeiras acabaram “vitaminados” e posaram à sombra de políticos e os da
velha–guarda do bicho, como Anísio Abraão, Capitão Guimarães, Turcão etc.
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álter Maierovitch -
CartaCapital - 01.05.2012
Walter Maierovitch é jurista e professor, foi
desembargador no TJ-SP
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