Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

8 de out. de 2015

Vila Olímpica é perdição

Hortência não economizou na sinceridade em entrevista para o Fantástico. Abordando temas da sua carreira como jogadora de basquete, a paulista de 56 anos lembrou sobre sua vida de atleta, em especial as experiências olímpicas.

'Quando eu fui para as duas Vilas Olímpicas, eu estava casada. Mas rola muito. O atleta está ali, trancafiado num quarto. Tudo que você imagina tem ali dentro, tem para todos os gostos. Muita gente não se segura. A Vila Olímpica é a perdição do atleta', afirma a ex-jogadora.

Moradia: Direito de todos.


Nasa promete anúncio de "descoberta incrível" em Plutão

Porque a NASA rebaixou Plutão, retirando do planeta a posição que exercia desde os velhos tempos? Plutão deixou de ser um planeta simplesmente por que a Nasa disse que ele não tinha o tamanho...  Errou a Nasa? (??).

Dizem que foi um erro. Estão dizendo que plutão pode voltar a ocupar o seu velho lugar na formação do universo. Plutão pode voltar a ser considerado pela Nasa, como um PLANETA, e mais: Existe uma expectativa de que a Nasa possa anunciar, nos próximos dias, a existência de vidas naquele planeta, talvez o mais importante para nós, terrestres.

Teria os EUA, através da Nasa rebaixado Plutão apenas para tirar a atenção do mundo, ganhando tempo para entender melhor o que teriam descoberto lá? Fico apreensivo.

O medo, é que os estadunidenses aproveite a ocasião, sempre em sua posição imperialista, impostora crie, como em seus espetáculos na Broadway, por exemplo: Um novo messias. Com ele, imponha o seu rumo, ai sim, a toda humanidade. Pode parecer loucura mas, não duvide!














 Depois de Marte, é a vez de Plutão. A Nasa promete fazer nesta quinta-feira (8) uma revelação incrível sobre o planeta. Quem afirma isso é um dos principais pesquisadores da missão New Horizons, que explorou o planeta.

De acordo com Alan Stern, durante palestra na Universidade de Alberta, no Canadá, a notícia será “emocionante”. O pesquisador se desculpou afirmando que a “Nasa não deixa” que ele fale mais nada, se limitando a afirmar que “será incrível”.

Para realizar o anúncio, a agência espacial dos Estados Unidos promete uma coletiva como a realizada na semana passada, quando se anunciou a descoberta de água em Marte. Mas, segundo especulações, a descoberta de Plutão pode ser ainda maior.

Isso porque, durante a aula no Canadá, Stern se referiu a Plutão da seguinte maneira: “Esse mundo está vivo. Ele tem clima, tem neblina na atmosfera, geologia ativa. 2015 estará em livros didáticos para todo o sempre”. Assim, as suspeitas recaem sobre algum tipo de vida no local.

Plutão tem sido a grande estrela da Nasa em 2015. Em setembro, a agência divulgou imagens inéditas do planeta obtidas em sua missão New Horizons. Nelas, chamaram atenção principalmente as questões geológicas do planeta, com muitas crateras consideradas “jovens”.

6 de out. de 2015

Ufa!!!


Meio Intelectual, Meio de esquerda - Bar ruim é lindo, bicho - Por Antonio Prata


Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso frequento bares meio ruins.

Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).
No bar ruim que ando frequentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.

"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins, que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha.

Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango a passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.

A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil.
Assim como não é qualquer bar ruim.

Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda frequenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.

Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.

O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo frequentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas.

Até que uma hora sai na Vejinha como ponto frequentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.

Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que frequentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV.

Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider.

Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.
E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente frequenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem.

Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo.

Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato.

Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae.

Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo.

Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).


- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem? 

―Paulo Freire

[EcoDebate]


A humanidade já superou os limites do Planeta. Os níveis de produção e consumo dos seres humanos estão sugando e degradando de forma insustentável os recursos da Terra e as riquezas ambientais transformadas em artigos – essenciais ou de luxo – são descartadas de volta na forma de esgoto, lixo e resíduos sólidos.

A ideia do desenvolvimento sustentável virou uma ficção tecnocrática, como mostrou Francisco Caporal, no artigo: “Adeus ao desenvolvimento sustentável”. Os governos e as empresas usam o termo “desenvolvimento sustentável” para vender uma falsa ideia de que é possível manter o ritmo atual do modelo de produção e consumo de energia, bens e serviços. Na prática, o máximo que tem sido feito é uma maquiagem verde (Greenwashing) para fortalecer o autoengano de que as futuras gerações poderão continuar mantendo o atual padrão de degradação da natureza e os vícios do antropocentrismo e do egocentrismo.


O crescimento econômico está tornando inviável a sobrevivência do meio ambiente e da biodiversidade, pois as fronteiras planetárias foram ultrapassadas. A palestra de Margarita Mediavilla: “Retos globales ante los límites al crecimiento” faz uma revisão os limites do crescimento econômico e os desafios docrescimento zero. O “Grupo de Energía y Dinámica de Sistemas da Universidad de Valladolid” tem elaborado diversas análises mostrando a necessidade de discussão dos parâmetros do DECRESCIMENTO.

Para contribuir com este debate, são apresentados abaixo dez pontos para mudar a ordem econômica internacional e estabelecer um caminho viável para a convivência pacífica entre os seres humanos, as demais espécies e os ecossistemas. Trata-se de uma contribuição sintética que se opõe à ideia simplista do desenvolvimento econômico sustentado e sustentável e pode ser definida como o DECÁLOGO DA SUSTENTABILIDADE ECOCÊNTRICA:



1) reduzir substancialmente os gastos militares e os instrumentos de violência e guerra (2,5% do do PIB mundial), garantindo a paz local, nacional, regional e mundial;

2) investir em transporte coletivo e sobretaxar os veículos individuais, garantir a mobilidade urbana, assim como criar cidades sustentáveis em todos os aspectos da vida urbana, combatendo a especulação imobiliária, inclusive avançando com os parques ecológicos, o cuidado dos rios e promovendo a agricultura urbana e vertical;
3) sobretaxar, de forma progressiva, o consumo conspícuo em todas as suas formas e utilizar a ciência e a tecnologia para reduzir a degradação ambiental e diminuir os impactos das atividades antrópicas;

4) Reduzir bastante o uso de combustíveis fósseis nas próximas décadas, aumentar a eficiência energética e fazer a transição para uma matriz energética renovável e de baixo carbono;

5) fazer a transição da economia materializada para uma economia mais desmaterializada, com base no uso de bens intangíveis e imateriais e fortalecer a sociedade do conhecimento e da cultura;

6) Aumentar as áreas verdes (florestas e matas), limpar os rios, lagos e oceanos, aumentar a biodiversidade, iniciar um processo de reselvagerização de crescentes áreas do mundo, construir uma agricultura sustentável, mais orgânica, com um uso menor de produtos químicos, além de incentivar uma dieta vegetariana e defender os direitos dos animais e do Planeta Azul (Gaya, Pachamama, etc.);

7) Reduzir os impactos da exploração antrópica e avançar com o reaproveitamento do esgoto, do lixo e dos resíduos sólidos, além da redução do desperdício em todas as suas formas;

8) Erradicar a fome e a pobreza extrema, reduzir as desigualdades sociais em todas as suas dimensões e formas, garantir a solidariedade orgânica em termos sociais, a solidariedade interpessoal e avançar com a luta contra o especismo e o ecocídio;

9) Garantir a governança global, a democracia, o fim da corrupção e a cooperação nacional e internacional, avançando com os tratados multilaterais para evitar o aquecimento global, impedir a exploração econômica do Ártico e da Antártica, proteger os oceanos contra a degradação e a acidificação e garantir o direito das águas e a liberdade dos rios;

10) Last but not least, estabilizar o crescimento populacional mundial até 2050 e manter uma Taxa de Fecundidade Total (TFT) abaixo do nível de reposição, possibilitando o decrescimento demo-econômico no longo prazo.

Referências:

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seuspontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

"e assim caminha a humanidade"



Salve-se quem puder!!

Alckmin impõe sigilo a mais de 150 documentos 
sobre as obras do metrô de SP


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tornou “ultrassigilosos” pelo menos 157 documentos a respeito das obras do transporte metropolitano da cidade de São Paulo, responsabilidade da gestão estadual, que inclui metrô, CPTM e os ônibus intermunicipais da EMTU. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Desta forma, uma série de materiais que explicam o andamento das obras na capital paulista só ficará disponível para consulta pública 25 anos após a elaboração de seus relatórios.

Apesar da Lei de Acesso à Informação, que passou a valer em 2012 e permite a qualquer cidadão brasileiro acessar os documentos e gastos públicos, a classificação “ultrassecreto” impõe pelo menos um quarto de século de sigilo. Os outros são “secreto” (dez anos) e “reservado” (cinco anos). Ainda segundo a reportagem, esses prazos poderão ser prorrogados.

Tal restrição foi articulada ainda em 2014, menos de seis meses antes da eleição e em meio à investigação sobre um cartel de fornecedores e construtoras envolvidas nas obras do metrô e CPTM.

Ao todo, 157 documentos – cada um com centenas ou até milhares de páginas – a respeito de estudos de viabilidade, relatórios e andamento das obras e até vídeos de projetos culturais, como o programa “Arte no metrô”, passam a ficar sob sigilo a pedido do governo do Estado.

 Boa parte das obras da gestão Geraldo Alckmin apresentam atrasos, como por exemplo as que envolvem as linhas de metrô. A promessa de campanha do tucano era entregar 100 km até o fim do ano passado, mas só 78 km foram concluídos até hoje. A meta deverá ser batida somente no fim deste ano.

Já a linha 15-prata, que passa pela Zona Leste da capital paulista, era para ter sido entregue em 2012, foi adiada para 2015 e, atualmente, apenas duas estações funcionam. Detalhes a respeito da construção do monotrilho (previsto para o ano passado, antes da Copa do Mundo) também fazem parte da série de documentos.

Em resposta, a administração tucana respondeu ao jornal que a medida tem como finalidade impedir o acesso de "pessoas mal-intencionadas" ou "inabilitadas".

5 de out. de 2015

QUEM NASCEU PRA LAMPIÃO JAMAIS SERÁ LAMPARINA - Cordel de Dalinha Catunda

 1
Amigo vou lhe dizer
Preste bastante atenção,
Cada um tem o seu gosto
E toma sua decisão
Há coisa que não aceito
Mexer no cu do sujeito
Que está debaixo do chão.

2

Eu não tenho preconceito
E nem sou ruim da bola
Tô contestando um boato
Que não entra na cachola
Por tudo que ouvi falar
Não posso acreditar
Que Lampião foi boiola.

3

Valhei-me meu São Francisco
E “Padim Ciço” Romão
Mexeram com Virgulino
Que foi terror no sertão
Querem mudar sua ficha
Dizer que o cabra era bicha?
Cabimento não tem não!

4

Quando eu inda morava
No meu rincão nordestino
Nas conversas das calçadas
Citava-se Virgulino
O capitão cangaceiro
O temido bandoleiro
Causador de desatino.

5

Carregou Maria Déia
Dela fez sua companheira,
Com ela cantou, dançou
Ao som da mulher rendeira
Tiveram a mesma sorte
Viveram até a morte
Uma paixão verdadeira.

6

E nem venham me dizer
Que Maria era infiel
E que o Rei do Cangaço
Andou queimando o anel
Isso é pura fantasia
Pra não dizer heresia
De mente suja e cruel

7

Com ela teve uma filha
Batizada de Expedita
Que não viveu no cangaço
Pra não provar da desdita
Lampião deixou herdeira
Fez filho na companheira
Não fugiu da periquita.

8

O Virgulino Ferreira
Gostava de artesanato
E por ser bom artesão
Vestia-se com aparato
Tinha lá o seu costume
De usar um bom perfume
Mas com pica não fez trato.

9

Nos dedos muitos anéis
Enfeitavam sua mão
No pescoço medalhinhas
Penduradas no cordão
O lenço em vez da gravata
Tinha ouro e tinha prata
Enfeitando lampião.

10

Usava lenço de seda
Porque tinha algum requinte
Amava a fotografia
Não era nenhum acinte
A vaidade era normal
Ajudava o visual
No bom gosto possuinte.

11

Quem espalha este boato
Sensacionalismo quer
Lampião era chegado
A racha duma mulher
Isso é fato e não é fita
Amou Maria bonita
E não foi paixão qualquer.

12

Lampião foi cabra macho
Famoso fora da lei
Agora querem dizer
Que Virgulino era Gay
Ele pintava e bordava
Mas a rosca não queimava
Pelas histórias que sei.

13

Foi lider dos cangaceiros
E valente pra chuchu
Agora depois de morto
Querem difamar seu cu
Ele não virou baitola
E só entrava na rola
Quando comia nambu.

14

Querem derrubar o mito
Desconstruir lampião
O cangaceiro perverso
Que assombrou o sertão
E fez tanta crueldade
Por toda sua maldade
Fora comparado ao cão

15

Sujeito igual lampião
Jamais será lamparina
A saga do cangaceiro
Não se fez com vaselina
E sim com dedo treinado
No gatilho colocado
Na mira da carabina.

16

Meu caro vou lhe dizer
Segredo não peço não
É fácil falar de quem
Hoje é só pó no caixão
Isso é pura sacanagem
Queria ver ter coragem
Diante de Lampião.

17

Se lampião fosse vivo
O falador penaria
E no pipocar das balas
A dançar aprenderia
Pra deixar de esculacho
E respeitar cu de macho
Que o anel não queimaria.

18

Do punhal do Capitão
Seria mira certeira
E sentiria a pontada
Furando a saboneteira
Além de morrer a míngua
Inda perderia a língua
Quem dele falou besteira.

19

Bem antes tenho certeza
Que comeria sal puro
Viraria uma peneira
Diante de tanto furo
Pois Virgulino Ferreira
Não pouparia a peixeira
Num falador sem futuro.

20

Tem coisa que não aceito,
Não creio, não dou, ouvido
Lampião, rei do cangaço
Não perderia o franzido
Ele não escamoteia
Na rosca não botou peia
Por pau não foi seduzido.

21

Essa história é sem sentido
Ninguém acredita nela
Pois bunda de bandoleiro
Não foi porta sem tramela
Era saída e mais nada
Não consta que foi entrada
Não azeitou a arruela.

22

Eu posso estar enganada
Mas acho que esta lambança
Foi criada por alguém
Com desejo de vingança
Lampião não foi veado
Foi apenas difamado
Botaram seu cu na dança.

23

Com esta fofoca toda
E com essa falação
O rei do cangaço acaba
Virando é assombração
Capaz de sair da cova
Pra dar uma boa sova
Em quem faz difamação.

24

Este cordel chega ao fim
Chega ao fim minha defesa
Vou bater o meu martelo
A verdade está na mesa
Minha tese não afunda
Nunca fez farra na bunda
Quem foi rei da Malvadeza.