EVILAZIO RIBEIRO
DIRETOR DE EMPRESAS, Consultor Empresarial, Contador, Graduando em Direito FFB, Mediador do Trabalho ato declaratório n.1 de 06/08/2002 da Delegacia Regional do Trabalho do Ceará.
O sistema
tradicional da nossa sociedade esta desenvolvida a obediência. Não estamos
muito longe de regimes políticos autoritários, nem nossa história desligada dos
paradigmas do sistema monárquico. Quando do advento da república, no Brasil, a
filosofia positivista exercia uma forte influência nos meios políticos e
educacionais e caímos num sistema de obediência civil, tendendo a aumentar na
medida do endurecimento das constituições que centralizavam o poder nas mãos
dos governantes civis. Era o império da obediência civil. Obedecer era,
portanto, o mais importante. Obediência nos governantes, obediência nas
fábricas, obediência no trânsito, nas igrejas e nas escolas. A queda do
imperador não correspondeu à queda do imperial poder. Existia uma obediência
para ser cumprida e, para os padrões da época, acabava dando certo. Isso não
significa que estávamos assimilando conceitos de cidadania. Se a sociedade
civil assim era organizada, as religiosas faziam cair sobre os seus
discípulos, o peso das regras de
obediência da própria congregação. No Brasil duas correntes são marcantes: a
disciplina militar e, a disciplina religiosa.
Décadas se passaram e ainda encontramos famílias que procuram escolas
com o perfil autoritário para educar os próprios filhos. Querem que as escolas
façam o que não conseguem mais fazer em casa seja por falta de tempo ou falta
de autoridade. Então, buscam instituições que são autoritárias pelo fato de
exigir obediência e, não, respeito. Porque há uma grande diferença entre uma
coisa e outra.
A obediência é a
responsável pela formação de um profissional que reflete, dentro de uma
empresa, o famoso "sim senhor". Concorda com tudo. De nada discorda.
Sempre diz o que o patrão quer ouvir e acaba não auxiliando o crescimento da
própria empresa em que trabalha.
Respeitar é um estágio muito mais avançado que
obedecer. Enquanto a obediência está para um sistema industrial ultrapassado, o
respeito é compatível com a sociedade das pessoas. Quem respeita está aceitando
a autoridade, não o autoritarismo. Uma sociedade onde exista respeito terá
lideranças com autoridade sem serem autoritários. Uma sociedade onde exista obediência
terá chefes autoritários sem terem autoridade. Pior: a autoridade existindo não
garante o respeito.
Quando o coração que
não ama é substituído pelo pulso forte, existirá autoritarismo com a perda do
respeito. A nossa sociedade precisa de lideres que tenham pulso
forte atrás de um coração que ama. Esses formarão para a convivência, ensinarão
aos liderados o que é aprender a SER e a CONVIVER.
Obedecer é um
estágio pouco evoluído diante do respeitar, este gesto cidadão para o qual
devemos nos inclinar e tender.
DIRETOR DE EMPRESAS, Consultor Empresarial, Contador, Graduando em Direito FFB, Mediador do Trabalho ato declaratório n.1 de 06/08/2002 da Delegacia Regional do Trabalho do Ceará.