Vinícius de Moraes
poetinha e embaixador foi dos homens na terra que mais amou, cortejou e
encantou as mulheres. Mas naquele tempo, e não faz muito, as mulheres adoravam
os homens. Depois vieram as feministas e gays, e equivocadamente, a meu ver, se
empoderaram. Hoje leio com espanto o velho e saudoso poetinha ser chamado de
machista. Pura ingratidão. Conheci pessoalmente dois grandes artistas que
gostavam de álcool, boemia, e idolatravam as mulheres. Di Cavalcante, e
Vinícius de Morares. Digo que gostavam de álcool porque em ambos os encontros o
whisky estava presente. E aqui o "whisky" não era nome de cachorro.
Di visivelmente alcoolizado confundiu um desenho, na parede de uma casa de
amigos, com obra sua. Estranhei a observação que fez, e fui até perto da moldura
para conferir. Não era dele. Por outro lado tinha bons olhos e palavras
gentis para com as mulheres, especialmente mulatas. E daí? É
absolutamente normal e saudável que homens gostem de mulheres. E nossas mulatas
são especialmente bonitas. Quanto ao meu encontro com Vinícius foi por
intermédio de outro boêmio paulista, pai dos meus amigos Angela e Ameriquinho,
Américo Marques da Costa. As dez da manhã fomos os três a um bar na Avenida São
Luiz beber whisky "on the rocks". Do que falaram, e eu ouvi,
não me lembro, mas os amores estavam sempre em pauta. Machistas porque gostavam
de mulheres? E elas os adoravam, sem nenhum preconceito. Pobre das mulheres de
hoje. Cheias de preconceito, e se achando...
17 de outubro Por Eduardo P.L.
Ando totalmente
sem paciência e prazer para comentar os últimos acontecimentos envolvendo
provocações artísticas. Como não tem só acontecido no Brasil, chego a por em
dúvida que sejam para desviar as atenções do quadro degradante da política.
Primeiro o affaire de Curitiba com o Banco Santander. Que haviam
"obras" de absoluto mau gosto não restou dúvida. Quem patrocina uma
exposição, e no caso o Banco, a ele cabe susta-la por qualquer razão, desde que
devolva aos cofres públicos incentivos, se houver. Foi o caso do Banco. A
explicação dada foi absolutamente compreensível: "Pedofilia não coaduna
com a imagem do Banco". Ponto final. Não há o que se discutir. O outro
incidente tupiniquim foi no MAM. Um homem nu deitado, e uma criança tocando em
seus dedos da mão, e em seus pés. Tudo gravado e incentivado pela mãe. Outra
cena de péssimo gosto, outro banco, agora o Itaú, envolvido, e muita mimimi em
torno. Vai a museu quem quer. Responde por filhos menores seus pais ou tutores.
E responde pelo museu seus curadores. De resto a justiça tem leis suficientes
para condenar, se julgar necessário, qualquer infrator. Mas em Paris, na semana
seguinte, outra tentativa provocatória aconteceria no jardim Tuilleries anexo
ao Museu do Louvre. Foi cancelada. E nada tem a ver com a degradação
política brasileira, mas talvez pela degradação moral dos tempos atuais. Um
projeto de instalação do coletivo Atelier Vanlieshout, 2017, grupo
holandês, mais parecendo um objeto de Lego, insinuando um ato sexual. "Domestikator",
mais uma vez a falta de gosto, querendo passar por manifestação
artística.
14 de outubro Por Eduardo P.L.