Quando passava em frente ao Bar do Dinark naquela manhã, três dias após as eleições de 2008, ainda de ressaca de toda aquela pressão psicológica que todos recebemos durante um período eleitoral, quando deveríamos estar tranqüilos, em reflexão... No Bar, só ele, arredando uma mesa. Do outro lado, na rua enfrente a casa de Cristina, colocaram uma faixa esticada de um poste ao outro, parabenizando-a, por ter realizado o seu “sonho”. Naquele momento me ouvi, dizendo aos meus botões: “isso não vai terminar bem”.
Sonhar em realizar coisas é bastante saudável e todos vivemos caminhando em função disso. Quando você sonha em realizar coisas, e envolvi você e a sua capacidade de realização, ótimo. Ganhar ou não ganhar, são coisas do cotidiano humano. Todos têm o direito de se ariscar. Buscar a sorte, como muitos falam. O que não podemos é buscar esta realização utilizando os mecanismos que são públicos, aí não. O que é público deve ser trabalhado com diagnósticos, prioridades, programas, metas, projetos, transparência e efetiva participação da sociedade na construção das diretrizes dos diferentes planos orçamentários.
Eu já atuava como Conselheiro dos Direitos no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolesce antes de 2004, e vivia em conflito com os poderes públicos Municipais. O caso do corte de toda a verba que financiava o transporte escolar no município, para mim foi a Loucura Final. É não entender nada de leis ou de prioridades; O hospital Já tinha sido fechado; O Ipseng, também - a lei Municipal de desenvolvimento comercial, revogada - Atraso de pagamento, constantes – o Pavilhão, condenado - um monte de processos na justiça - Até que o município chegou a não poder mais cumprir com seus compromissos, perdendo o credito e a capacidade de ser administrável.
Foi aí, neste caos, que Cristina venceu as eleições e assumiu a prefeitura. (para realizar sonhos?)
Não houve tempo para a realização de sonhos, caso Cristina os tivesse. Enfrentar compromissos como: Reposição do transporte escolar; abertura do Hospital, construção da unidade básica de Saúde, Centro de fisioterapia, odontologia, Raio X, Laboratório, Farmácia ; Biblioteca com Informática; Emater, Setor Veterinário, Sistema de Inspeção Municipal; Serviços Funerários; pavimentação de 98% das ruas da Cidade, Campolide e Dr. Sá Fortes; Ambulâncias, Micro Ônibus; pagamento de funcionários com data marcada; Credito na praça, recuperado; poder de compra a vista imediato, readquirido; Pra falar apenas dos compromissos de campanha que Cristina consegui cumprir. Sem falar da pressão que é manter, ininterrupto, um serviço de limpeza urbana. Manutenção da água, gratuita, em Curral Novo, até que o povo de lá decida se quer ou não a Copasa, e o fim do desmando, do desrespeito na aplicação dos recursos públicos, pois foi isso que deu a mim o que precisa para refletir: ou Cristina tinha tudo isto imbuído em seu sonho pessoal, ou basta, um comprometimento responsável com a coisa pública, para que a maquina administrativa concentre emergia e possa produzir, não para sonhos pessoais, mas em função da qualidade de vida de todos.
Hoje, próximo à sucessão, queremos uma pessoa com o preparo necessário para dar condições de continuidade aos bons serviços públicos essenciais já prestados a população e, evoluir, para o que ainda nos parece utopia.