Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

2 de mar. de 2016

Não é


Velha




















Com o tempo, foi ganhando o hábito de não se emocionar com nada. Viveu sempre velha, muito velha. A pele lívida. Os olhos morrediços. O rosto seríceio. Por dentro, a alma encarquilhada. No peito, tantos anos depois, o coração ainda partido. Esmigalhado pelos dedos aduncos das horas.

(m.m. botelho)

1 de mar. de 2016

O poder dos livros

Em 2003 mladen penev, designer gráfico 
de origem búlgara, criou esta série que, melhor 
do que 1.000.000 de palavras, sintetiza o
 admirável mundo que se abre através da leitura. 
Para assinalar o dia mundial do livro.






29 de fev. de 2016

Película - Armando, o sacana

Armando botava água na cadeira da professora pra que ela ficasse com a bunda molhada durante a aula. A sala ria. Ele ficava impune. Armando escondia a dentadura da vó, roubava do pai. Armando traía todas as namoradas. Armando roubou o emprego de um amigo. De dois. Armando sempre foi um filha-da-puta. Armando sempre foi amigo dos honestos e aliado aos sacanas. Muitos já o conheciam de verdade. Todos esperavam pela justiça. Armando tem grana, viaja muito. Armando é invejado por todos que dizem: um dia ele se fode. Um dia a casa cai.


Postado por Pablo Alcântara  Blog O trem de doido

A Dificuldade em Definir a Poesia...


















Claro que a poesia não é tudo, como uma vez disse. Nem sequer é quase tudo.

Acho que pode, e deve ser, o melhor da literatura, pelo menos em beleza e magia.

Não é uma mulher bonita, nua, com saltos altos, a passear por aí, como gosta de dizer o Ferreira (isso é apenas um belo escândalo...).

Também não é a colagem crua de palavras que usamos em dias de festa ou a rima forçada.

Estive a pensar e talvez a poesia seja o encontro feliz das palavras, que além de ganharem magia, abraçam-se e conversam a pensar no hoje, no ontem e no amanhã.

E sim, mesmo que não seja apenas isso, deve ter a beleza da mulher...

(Fotografia de Joahan Van Keuken)
Publicada por Luis Eme   

Etiquetas: A Beleza dos Campos, Liberdade, Mulheres, Palavras, Pensamentos, Pequenos Prazeres, Poesia

26 de fev. de 2016

Senado aprova união civil gay na Itália, mas proíbe adoção


Aprovação só foi possível após acordo entre partidos para reescrever
o texto do projeto, tirando
a chamada "adoção de enteado"
Bolo de casamento gay

Com 173 votos favoráveis e 71 contrários, o Senado da Itália aprovou nesta quinta-feira (25) o projeto que legaliza a união civil entre pessoas do mesmo sexo. O governo centro-esquerdista de Matteo Renzi havia submetido o texto ao voto de confiança da Câmara Alta, manobra que impede a apresentação de emendas e evita obstrucionismos.


A proposta anterior previa que homossexuais pudessem registrar os filhos de seus parceiros, mas apenas na ausência do outro pai biológico. O artigo seria uma forma de proteger os direitos das crianças caso seu genitor falecesse, porém sofreu forte resistência no Senado, em um país de tradições cristãs bastante arraigadas e que tem o Vaticano dentro de sua capital, Roma.

Partidos de oposição, a NCD e até mesmo a ala católica do PD se opuseram à medida e forçaram o governo a tirá-la do projeto de lei. Atualmente, o gabinete majoritariamente centro-esquerdista de Renzi só tem maioria no Senado graças ao apoio da Nova Centro-Direita, que usou esse argumento para fazer o Partido Democrático esvaziar a lei.

A NCD, comandada pelo ministro do Interior Angelino Alfano, ganhou força para exigir as mudanças que queria após o oposicionista Movimento 5 Estrelas (M5S), do comediante Beppe Grillo, ter dado sinais de que não apoiaria integralmente a lei sobre união civil, contrariando o que havia prometido anteriormente. Com os votos do M5S, o PD conseguiria chancelar o texto original.

Outro item que pagou o preço foi o da "obrigação de fidelidade". Segundo os conservadores, incluir esse termo na definição de "união civil", regime que será estendido aos homossexuais, a colocaria em pé de igualdade com o "matrimônio", que continuará sendo exclusivo dos casais heterossexuais.

Laboratório detecta agente cancerígeno em 14 cervejas alemãs

Foi encontrada a substância glifosato,
considerada cancerígena
 
Diversas marcas de cerveja alemãs foram detectadas com herbicida glifosato, informou nesta quinta-feira (25) um instituto de análise de Munique. O teste envolveu 14 marcas, entre elas as mais conhecidas da Alemanha, como Beck's, Paulaner, Warsteiner, Krombacher, Oettinger, Bitburger, Veltins, Hasseroeder, Radeberger, Augustiner, Franziskaner, Konig Pilsener e Jever.
 Augustiner
Foi encontrado um índice entre 0,46 e 29,74 microgramas por litro nas bebidas, sendo que os casos mais críticos apresentavam uma concentração 300 vezes superior ao 0,1 micrograma permitido por lei para água potável. O laboratório de Mônaco disse que não há um limite legalizado para a substância na cerveja, mas alertou sobre os riscos do glifosato no corpo humano. Alguns organismos internacionais, como a International Agency for Research on Cancer (IARC) classificou o herbicida glifosato como "provavelmente cancerígeno" para o homem em março de 2015.
 Paulaner
No entanto, o Instituto Federal de Avaliação de Risco (BFR) disse que os resíduos de glisofato na cerveja são "plausíveis" do ponto de vista científico, já que o uso do herbicida é autorizado contra ervas daninhas. A associação de produtores de cerveja da Alemanha também criticou a análise, dizendo que o estudo "não é confiável". "A acusação de que os produtos não controlam suas matérias-primas é absurda e completamente infundada", disseram.
Krombacher
Já a União dos Cultivadores Alemães (DBV) admitiu que o herbicida pode ser usado no cultivo do malte. "Na Alemanha, temos a mais rigorosa regulamentação para as plantas", disse um porta-voz da entidade, em Berlim.
A cerveja é considerada a bebida mais famosa da Alemanha e está ligada à tradição do país. Ela geralmente é fabricada com lúpulo, malte, fermento e água. Por sua vez, o herbicida glifosato é um dos mais difundidos no Brasil e no mundo, usado principalmente em lavouras de soja.

Tranquilidade

"Jogaram uma pedra na tranquilidade do lago... O lago comeu-a. Sorriu ondulações. Voltou a ficar tranquilo."
Prof. Hermógenes de Andrade

24 de fev. de 2016

Terrorismo midiático amplifica a crise

charge-do-Duke-14


O modelo está esgotado, mas a economia brasileira está longe do caos. A afirmação é de Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da Fazenda, da Administração Federal e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia. “Há uma sensação de fracasso no campo da economia, mas caos é quando há hiperinflação. Estivemos perto disso, por exemplo, no fim do governo Sarney”, disse, nesta segunda-feira (22), em atividade do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, na capital paulista.
O economista contou com a companhia de Leda Paulani (professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e ex-secretária Municipal de Planejamento da cidade de São Paulo) e Guilherme Mello (professor do Instituto de Economia da Unicamp e colaborador da Fundação Perseu Abramo). Ambos concordam com Bresser Pereira que não há caos, mas os três têm visões particulares sobre a derrocada que lançou o país à crise.
 
Falta de investimento, excesso de responsabilidade fiscal e a 'armadilha macroeconômica' da alta taxa de juros aliada ao crédito apreciado a longo prazo são alguns dos fatores que explicam o péssimo momento, segundo Bresser Pereira. Para ele, a regressão vivida pelo país aumenta a sensação de fracasso da política econômica.
 
“É verdade que milhões foram tirados da pobreza, mas falhamos na política econômica. “Deixar de ser um país industrial para ser um país exportador de commodities é condenar-se ao retrocesso”, decreta. “Em oito anos de Lula e dois de Dilma, tudo foi relativamente bem. Por que, então, explode a crise? Não foi por irresponsabilidade fiscal, mas responsabilidade em demasia. Governo deveria ter expandido investimentos”.

O economista é crítico ao binarismo que opõe a austeridade da direita e a pauta fiscal da esquerda. Em sua avaliação, é um erro pensar que as esquerdas podem governar nesses termos. “Ou fazemos uma revolução socialista ou, se formos viver no capitalismo, precisamos que os empresários invistam. Desenvolvimento econômico depende de investimento, taxa que tem sido muito baixa”.
A “terrível” taxa de juros também é um grande obstáculo para o país, defende Bresser Pereira. “Capitalistas rentistas têm uma senhoriagem da ordem de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Isso é uma violência contra o desenvolvimento econômico”, dispara. “Para que haja investimento, é preciso haver equilíbrio entre taxa e juros e taxa de lucro”.

O ex-ministro também chama a atenção para a intensificação da crise política como fator de agravamento da turbulência econômica. “A atual crise política é antinacional e antipatriótica”, opina. “O país precisa de união para enfrentar a recessão”.
A classe média parece ter ficado à deriva enquanto os mais ricos e o mais pobres se beneficiaram mutuamente dos governos petistas, reflete. “Me parece que, por causa disso, houve uma guinada das classes médias para a direita, principalmente a partir de 2013. E é um processo movido pelo ódio”.
Foto: Felipe Bianchi/Barão de Itararé

A ausência da biblioteca escolar e o meio milhão de zeros no Enem

Resultado de imagem para bibliotecas escolares 


Nos últimos dias, uma das notícias mais comentadas no Brasil foi o fato de que na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio. (Enem) 529.373 estudantes tiraram zero. Dos 6.193.565 estudantes que prestaram o Enem em 2014, 8,5% zeraram a prova de redação, enquanto apenas 250 conseguiram a nota máxima. Esse meio milhão de notas zero é um número chocante e provocou inúmeras reações na mídia, reclamações dos professores e dirigentes das escolas e também do público em geral.
Nas notícias que li e nos programas de rádio ou de televisão que tive a oportunidade de ouvir ou assistir não vi nenhuma menção à falta de biblioteca nas escolas do ensino fundamental e médio. Aqui, não valeria a pena especular se esse meio milhão de zeros não teve como um dos fatos geradores a ausência da biblioteca escolar? Será que esse meio milhão de jovens brasileiros não foi privado de usar o potencial informativo dessas bibliotecas? Será que a falta desse espaço de leitura e estudo também não provocou perdas perante os professores desses jovens?

É sabido que, no Brasil, a biblioteca não faz parte dos componentes de uma escola. Em decorrência disso, em 2010, foi aprova-da a Lei nº 12.244, dispondo que até 2020 toda escola deveria ter biblioteca.

Como sabemos, em nosso país existem leis que pegam e outras que são letras mortas. Em 2012, tentando fazer com que a Lei nº 12.244 pegasse, o Instituto Ecofuturo lançou a campanha “Eu quero a minha biblioteca”. Dados dessa importante e cívica iniciativa mostraram que: - para a lei ser cumprida no prazo, 53 bibliotecas deveriam ser construídas por dia no Brasil; - o estado com menor percentual de bibliotecas por escolas era o Maranhão, onde apenas 12,6% das escolas tinham bibliotecas. Já o Rio Grande do Sul, com 62,4%, era o com maior percentual.

Dados do Instituto Ecofuturo mostraram correlação positiva entre a existência da biblioteca na escola e a qualidade do aprendizado por parte dos alunos: “o impacto chega a ser de 156% de melhoria no índice de aprovação escolar e de 46% na redução da taxa de abandono”.

A triste realidade da falta de biblioteca é agravada pelo baixo hábito de leitura. Não estou falando somente dos alunos que, atualmente, ficam mais antenados nas redes sociais acessadas pelos telefones celulares. Falo também da formação precária dos professores que, geralmente, não são leitores. Assim, muitos mestres não motivam seus alunos a lerem, pois eles também não são leitores regulares.

Além da criação da biblioteca escolar, é importante se pensar nos recursos humanos qualificados para gerir o local. Similar à educação física, em que não se pensa em contratar profissional que não seja graduado, na biblioteca é básico que se pense no bibliotecário e no assistente. Eles são profissionais habilitados a dinamizarem esse espaço no ambiente escolar. Na unidade de ensino que conta com esse serviço é salutar que se pare com a ineficaz tradição de deslocar para o setor professores com algum problema de saúde, senhoras grávidas ou mesmo os alérgicos ao pó do giz. Sem o devido pessoal qualificado, não poderá cumprir o importante papel que lhe é reservado no contexto escolar.

Quer um exemplo da importância da leitura? Pois bem. O tema de redação da última prova do Enem, essa que teve meio milhão de notas zero, foi “publicidade infantil em questão no Brasil”.

A ideia de que as bibliotecas são componente essencial no processo educativo é aceita por todo educador. No entanto, como vimos anteriormente, é pequeno o percentual das escolas que têm esse vital equipamento. Anísio Teixeira, um dos grandes educadores brasileiros, no modelo da Escola Nova, defendeu, a uns 70 anos atrás, a biblioteca como algo importante na moderna escola. Será que ainda teremos que esperar mais 70 anos para a biblioteca ser integrante da escola brasileira?

A biblioteca escolar pode fazer com que o novo slogan governamental - “Brasil, Pátria Educadora” - seja algo real e factível. Nosso país precisa de muita leitura, de bons livros, impressos ou eletrônicos, de boas bibliotecas.

Murilo Bastos da Cunha

 Professor da Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília

 

TV brasileira

Estranha relação do governador tucano com MST


Surpreendentemente, o governo do Estado de São Paulo tem estreitado relações com o Movimento dos Sem-Terra (MST). Desde 2014, o Palácio dos Bandeirantes vem realizando reuniões com líderes do movimento. Apesar dos cortes orçamentários em quase todas as áreas do governo paulista, Geraldo Alckmin manteve a previsão de investir R$ 7 milhões em 2015 nos 136 assentamentos do MST, conforme noticiou o Estado à época. Agora, o governador sancionou uma lei estadual que permite a transmissão de terras a herdeiros nos assentamentos rurais.
Todas essas atenções ao MST têm surtido efeito. Considerado um dos mais radicais líderes sem-terra, Gilmar Mauro não poupa elogios ao governo paulista. "É uma relação política. Uma relação boa. Principalmente agora", afirmou Gilmar aoEstado no ano passado. Por sua vez, o chefe da Casa Civil estadual, Edson Aparecido, admite a proximidade com o movimento. "A relação do MST conosco se estreitou na medida em que adotaram uma posição crítica em relação ao Incra e ao governo federal", disse Aparecido, dias antes de uma das reuniões no Palácio dos Bandeirantes em 2015. Segundo noticiou o jornal Folha de S.Paulo, o chefe da Casa Civil e o dirigente do MST têm mantido encontros mensais para discutir o andamento de políticas agrárias.

10 Filmes de David Bowie


O londrino David Robert Jones, nasceu em 8 de janeiro de 1947. Morreu em 10 de janeiro de 2016 e nesses 69 anos deixou um legado único.
Desde o lançamento de Space Oddity em 1969, inspirado nas viagens espaciais, captou como ninguém as mudanças culturais e sociais da época e as personificou. Criou e difundiu novas maneira de expressão. Sem levantar bandeiras, influenciou como nenhum outro o comportamento das novas gerações.
Bowie era um artista completo, era artista plástico, designer de moda, compositor e ator de cinema e  teatro, onde destacou-se em "O Homem Elefante".
Suas canções estiveram na trilha sonora de mais de 450 filmes e ele atuou como ator em algumas dezenas, sem nunca passar despercebido.
Esta lista traz alguns dos filmes em que atuou, como uma pequena homenagem.
 1 - Furyo, em Nome da Honra (em 1942, num campo de concentração japonês na ilha de Java, um prisioneiro inglês- David Bowie - provoca um conflito quando decide não obedecer às rígidas regras do capitão Yonoi - Ryuichi Sakamoto. a relação difícil entre os dois tinha um quê de admiração e atração. uma obra-prima de Nagisa Oshima)
 
2 - O Homem que Caiu na Terra (Bowie é um alienígena que vem à Terra em busca de água para salvar. disfarçado de empresário, ele faz uso de tecnologias avançadas para conseguir o dinheiro necessário para a construção da nave que o levará de volta para casa. para isso, no entanto, ele deverá sobreviver à dura competição do mundo dos negócios e às tentações terráqueas. um belo exercício de ficção científica de Nicholas Roeg, que não deve ser levado tão a sério)

3 - Fome de Viver (Catherine Deneuve é uma sofisticada vampira que consegue se manter viva e bela através dos séculos com o sangue dos seus amantes. seu atual parceiro - David Bowie - está envelhecendo rapidamente, sua expectativa de vida é de apenas 24 horas. ele procura a ajuda de uma médica - Susan Sarandon. o melhor filme do diretor Tony Scott)
4 - Labirinto, a Magia do Tempo (Jennifer Connelly é uma adolescente que faz o desejo de se livrar do irmão bebê, de quem ela tem que cuidar quando os pais estão fora. o problema é que o Rei dos Duendes - David Bowie -, personagem de um dos livros da menina, ganha vida e sequestra o bebê para atender o pedido dela. arrependida, a garota terá de enfrentar um labirinto e resgatar o irmão antes da meia-noite para evitar que ele seja transformado em um duende)
5 - Apenas um Gigolô (na Berlim dos anos 20, um jovem aristocrata - Bowie - acaba de voltar dos combates da primeira guerra e se dá conta de que o mundo em que vivia mudou drasticamente. para sobreviver, torna-se gigolô de uma rica baronesa - ninguém menos que Marlene Dietrich -, ao mesmo tempo em que os nazistas ascendem. dirigido pelo ator David Hemmings, o filme é lento e mal amarrado. foi filmado em 1978, quando Bowie estava morando na Alemanha, período que rendeu três álbuns geniais)
6 - Basquiat - Traços de Uma Vida (na biografia do pintor Jean-Michel Basquiat, Bowie interpreta seu amigo e mentor Andy Warhol, numa performance especialmente inspirada. descoberto por Warhol, quando vivia nas ruas de Nova York, o artista teve uma ascenção meteórica e um final igualmente precoce)
7 - Romance por Interesse (Rosanna Arquette é uma mágica frustrada, que está obcecada em se tornar uma versão moderna feminina de Harry Houdini. enquanto aguarda, trabalha como garçonete em Manhattan, onde conhece um barman britânico - David Bowie - com quem arma um assalto ao restaurante. uma comédia despretensiosa, mas com espaço para Bowie brilhar)
8 - A Última Tentação de Cristo (na ótima e polêmica versão de Martin Scorsese da vida de Cristo - Willem Dafoe -, Bowie tem uma participação rápida, porém marcante como um arrogante Pôncio Pilatos)
  9 - Absolute Beginners (nos agitados anos 50, um jovem londrino de 19 anos está a procura de seu lugar no mundo como fotógrafo. ele  se apaixona por uma linda modelo, em busca de sucesso. ele então se aproxima de um promotor de música pop - Bowie - para atrair a atenção da garota. Bowie tem uma participação pequena, com sotaque americano, mas também compôs a bela canção título)
 
10 - O Grande Truque (na Londres do século 19, dois mágicos famosos - Hugh Jackman e Christian Bale - se conhecem desde que eram iniciantes e vivem competindo entre si, transformando-se em uma grande rivalidade com o passar dos anos. no ótimo thriller de Christopher Nolan, Bowie interpreta o físico Nikola Tesla com brilhantismo)
 Outros filmes: Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer, Reação Colateral, Um Romance Muito Perigoso, Mr. Rice's Secret...
 
listasde10.blogspot.com/
 

22 de fev. de 2016

CORRUPÇÃO NO BRASIL - ‘Trensalão’ e Furnas: o lento desenrolar dos escândalos tucanos na Justiça

Estação do Metrô lotada em São Paulo. P. Pinto Fotos Públicas












Processos envolvendo tucanos ou ocorridos durante gestões do PSDB não avançam

Nos últimos anos, em um processo que começou com o mensalão e avança agora com a operação Lava Jato, o brasileiro se acostumou com algo até então considerado improvável: ver políticos no banco dos réus. Ex-ministros, senadores, tesoureiros e líderes partidários foram condenados a penas de prisão em regime fechado. A lei parecia finalmente se voltar para os crimes de colarinho branco cometidos por aqueles que integram o establishment político. Se por um lado processos contra o PT e partidos de sua base aliada avançam em ritmo acelerado, o mesmo não se pode dizer dos dois grandes escândalos de gestões do PSDB. Inquéritos estacionados há anos, juízes arquivando denúncias e penas prescrevendo: esta é a história da lista de Furnas, do trensalão e do mensalão tucano.

O primeiro caso citado trata-se de um documento de cinco páginas divulgado pela revista Carta Capital em 2006 que trazia os nomes de políticos supostamente agraciados com contribuições de campanha frutos de um esquema de caixa dois envolvendo a Furnas Centrais Elétricas, empresa de capital misto do setor elétrico, subsidiária da Eletrobras. No total, 156 políticos teriam recebido 40 milhões de reais no pleito de 2002 – 5,5 milhões teriam irrigado a campanha de Aécio Neves. Geraldo Alckmin e José Serra também apareciam na planilha. Os tucanos sempre questionaram a autenticidade do documento: “É uma das mais conhecidas fraudes políticas do País (...) uma tentativa de dividir atenção da opinião pública”, afirmou Aécio em meio ao escândalo do mensalão. Por outro lado, laudos da Polícia Federal apontaram para a legitimidade da lista.

A lista voltou à tona graças a depoimentos de delatores da Lava Jato. O doleiro e delator da operação da PF Alberto Youssef afirmou, em 2015, ter ouvido do ex-deputado José Janene (PP) —morto em 2010— que parte da propina arrecadada em contratos de uma diretoria da Furnas seria dividida com Aécio. Após analisar o conteúdo do depoimento do delator, a Procuradoria-Geral da República optou por não incluir o senador entre os investigados por considerar que faltavam evidências contra ele. Posteriormente o lobista Fernando Moura, amigo do ex-ministro José Dirceu e ligado ao PT, disse perante o juiz federal Sérgio Moro que Furnas era controlada pelo tucano e operava com um esquema de propinas semelhante ao da Petrobras. "É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio", disse Moura. Instado a explicar a afirmação, o lobista disse que o núcleo de São Paulo seria o PT estadual e o grupo político de Dirceu, enquanto que o núcleo nacional seria o diretório nacional da legenda. Ainda segundo o delator, a indicação de Dimas Toledo para direção da estatal do setor elétrico teria sido feita pelo senador tucano, pouco depois da eleição de Lula em 2002.

"O Dimas na oportunidade me colocou que, da mesma forma que eu coloquei o caso da Petrobras, em Furnas era igual. Ele falou: ‘Vocês não precisam nem aparecer aqui, vocês vão ficar um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”, relatou o lobista ao magistrado. O delator chegou a ser ameaçado com a perda dos benefícios de seu acordo com a Justiça, uma vez que mudou um de seus depoimentos envolvendo Dirceu –o que o fez voltar atrás e incriminar novamente o ex-ministro de Lula de ter lhe recomendado que deixasse o país na época das denúncias do mensalão. Aécio negou qualquer envolvimento no caso, e disse que é uma tentativa do Governo de colocar no colo da oposição um escândalo que é "do PT".

Em março de 2012 o juiz federal Roberto Dantes de Paula remeteu o processo para a Justiça Estadual do Rio de Janeiro, onde ele voltou à etapa de inquérito –investigação preliminar. À época a procuradoria da República já havia denunciado 11 pessoas por envolvimento no esquema, entre elas o ex-diretor da empresa Dimas Toledo. Até o momento, quase quatro anos após a mudança de foro do processo, a Polícia não apresentou suas conclusões sobre o caso para que o Ministério Público possa oferecer nova denúncia. A reportagem não conseguiu falar com a delegada Renata Araújo dos Santos, da Delegacia Fazendária do Rio, responsável pela investigação.

Cartel de trens e metrô

O outro escândalo tucano é ainda mais antigo que a lista de Furnas. Batizado de trensalão, trata-se de um esquema de pagamentos de propina e formação de cartel para disputar licitações do Metrô e da CPTM no Estado de São Paulo. Os primeiros indícios de corrupção do caso surgiram em 1997, durante o Governo do tucano Mário Covas, morto em 2001. À época a Polícia Federal indiciou 10 pessoas ligadas à gestão do governador. Dez anos depois, supostas propinas pagas pela empresa Alstom começam a ser investigadas em vários países, e em 2008 um funcionário da Siemens detalha o esquema de propinas em projetos do Metrô e da CPTM de São Paulo e do Metrô do Distrito Federal. Posteriormente, a Siemens decidiu procurar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica para delatar a existência do cartel. Mais de uma dezena de processos do caso tramitam na Justiça, a maioria deles relacionados a contratos superfaturados para reforma e manutenção de trens. O período no qual o cartel agia abrange os Governos dos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin, e José Serra, além de Claudio Lembo, que à época era do PFL (atual DEM). Nas estimativas do MP, o esquema pode ter dado prejuízos de mais de 800 milhões de reais aos cofres públicos.

Os primeiros indícios de corrupção
do caso surgiram em 1997, durante
o Governo do tucano Mário Covas

Até o momento, apenas executivos das empresas envolvidas foram denunciados, nenhum político com foro privilegiado responde na Justiça pelo caso. Alckmin afirma que o Estado foi a grande vítima do caso: “O Governo do Estado entrou com uma ação contra todas as empresas, inclusive exigindo indenização do erário público”. Já Serra garante que durante sua gestão o preço dos serviços contratados baixou: “Nós fizemos uma luta anticartel, para pagar 200 milhões de reais a menos”.

A tramitação dos processos, no entanto, não ocorre sem entreveros. Uma das denúncias do MP contra o ex-executivo da Siemens Marco Missawa foi arquivada pelo juiz Rodolfo Pellizari. Especialistas consultados pelo EL PAÍS afirmam que é bastante raro que o juiz peça o arquivamento de uma denúncia robusta do Ministério Público. No final de 2015 o Ministério Público recorreu da decisão, e o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou em dezembro passado que o magistrado aceite a denúncia: "Da mesma forma como não se aceita condenação precipitada, desrespeitando-se os princípios do contraditório e da ampla defesa, também não se aceita decisão prematura", disseram os juízes.

O promotor Marcelo Mendroni, responsável pelo processo, questiona a isenção deste juiz para julgar um caso que ele já mandou arquivar. “Fica difícil não dizer que haverá uma certa suspeição, uma vvez que o juiz achava que a evidência não era suficiente nem para aceitar a denúncia, dificilmente vai achar suficiente para condenar”, afirma. “Mas não há o que fazer”. Mendroni diz também que não é possível comparar as investigações do cartel de trens em São Paulo com a Lava Jato, uma vez que as operação que apura corrupção na Petrobras conta com uma força-tarefa com vários promotores: "Aqui nós vamos nos desdobrando". O promotor acredita que ainda neste semestre terá início o julgamento.

Em fevereiro de 2015 o Supremo Tribunal Federal arquivou um pedido para investigar o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) e o ex-deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), que haviam sido citados por um executivo da Siemens como beneficiários de propinas no esquema de fraudes do trensalão. Até o momento ninguém foi condenado no caso.

Mensalão tucano

A figura mais emblemática da suposta impunidade tucana é o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB). Ele foi condenado em dezembro de 2015 a 20 anos e dez meses de prisão em regime fechado por peculato e lavagem de dinheiro no caso conhecido como mensalão tucano, ocorrido há 17 anos. Os crimes, supostamente ocorridos em 1998, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República apenas em 2007. No ano passado, após a PGR pedir pena de 22 anos para o então deputado federal, ele renunciou ao mandato. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado mas ganhou tempo, pois o julgamento do seu caso voltou para a Justiça comum, em primeira instância. Entre o Supremo Tribunal Federal –que o julgaria se mantivesse o foro– enviar o processo de volta à Vara correspondente e a juíza Melissa Pinheiro Costa Lage emitir sua decisão nesta quarta, se passaram 21 meses. Como a decisão foi de primeira instância, ele poderá aguardar a tramitação de seus recursos em liberdade, e existe a expectativa de que os crimes atribuídos a ele tenham prescrito antes de acabarem os recursos. Neste caso, Azeredo não chegará a cumprir pena alguma.

À época da remessa dos autos do STF para a Justiça comum, o então presidente da Corte, Joaquim Barbosa, criticou a manobra do tucano: "O processo tramita aqui há nove anos [...]. Só de abertura da ação penal vamos para mais de quatro anos. Não parece bom para o tribunal permitir essa valsa processual, esse vai e volta”. A demora da Justiça em condenar os responsáveis pelo mensalão tucano não passou despercebida pela juíza. "Triste se pensar que, talvez toda essa situação, bem como todos os crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, tanto do presente feito, quanto do mensalão do PT, pudessem ter sido evitados se os fatos aqui tratados tivessem sido a fundo investigados quando da denúncia formalizada pela coligação adversária perante a Justiça Eleitoral".

Fonte:Jornal EL PASIS - Brasil

Tudo pela EDUCAÇÂO